Filmes da semana de 05 à 11 de novembro

07/11/2021 14:32:09
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Estreia esta semana em Nova Friburgo o aguardado Eternos. Mais um filme da nova fase do Universo Cinematográfico Marvel que tinha tudo para ser um sucesso e elevar ainda mais o nível das produções, mas que vem recebendo duras críticas e já se posicionou como o primeiro filme da Marvel a receber uma classificação negativa no Rotten Tomatoes, o maior site agregador de críticas do audiovisual. O motivo de tudo isso começa pela inusitada encolha de Chloé Zhao para dirigir o filme. Premiada e talentosa, Chloé nunca havia feito um filme de ação e sempre trabalhou explorando a sensibilidade dos personagens. Eternos não é assim, na verdade é o oposto. São muitos personagens e com uma dimensão muito além de relações pessoais. O resultado é que o público sai da sessão sem criar qualquer conexão com os heróis. Outro problema que a Chloé enfrentou é a contextualização com o Universo Marvel e as perguntas que deixam, afinal, não é possível ignorar tudo o que aconteceu nos filmes anteriores. Outro problema é a marcação de tempo, a ação narrativa salta o constantemente no tempo e essa construção é mal desenvolvida, principalmente quando envolvem as catástrofes. Quanto aos pontos positivos, foi boa a escolha do elenco com Gemma Chan, que é o destaque, Salma Hayek, Angelina Jolie, Richard Madden e Kumail Nanjiani, entre muitos outros. Visualmente, apesar do excesso de CGI, o filme é grandioso e empolgante, com direito até a uma passadinha rápida pelo Rio de Janeiro. Eternos é uma megaprodução que destoa do que a Marvel vinha fazendo e deixa claro que a diretora Chloé Zhao ficou engessada e fora da sua praia. Vai agradar aos fãs de filmes de heróis e é sempre bom lembrar que tem duas cenas pós-créditos e que são de grande importância. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Outra estreia desta semana é Marighella. Finalmente chega aos cinemas o filme biográfico que conta um pouco da vida do polêmico Carlos Marighella, ícone da resistência à ditadura imposta pelo regime militar que tomou o poder em 1964. Interessante citar que a estreia ocorreu no dia 04 de novembro de 2021, mesmo dia do assassinato Marighella, cinquenta e dois anos depois. O enredo é bem conhecido e em biografias, o importante é desvendar um pouco do humano por trás do mito e quais eram as condições motivaram as ações, que nesse caso terminou em um covarde fuzilamento. Dirigido por Wagner Moura, o filme tenta criar uma marca desde o início com o plano sequência no trem e segue em um formato com câmera no ombro ao decorrer de todo o desenvolvimento. Destaque para a produção de arte e para as canções que ditam o ritmo com Chico Science e Gonzaguinha. O elenco é muito bem dirigido, mas existe um abismo entre as atuações. Por mais talento que Seu Jorge tenha, ele não consegue carregar o peso do personagem. Quando entram na tela Adriana Esteves, Bruno Gagliasso ou Herson Capri, por exemplo, fica evidente essa diferença, mas isso não atrapalha o filme. Na verdade, o que assistimos são personas complexas e a intensão por parte do roteiro de não criar heróis imaculados. É a resistência armada, na base do olho por olho e dente por dente. Muitas críticas são desferidas o que cria muita polêmica principalmente pelo momento e por se tratar de uma figura controversa, mas o filme é baseado no livro Marighella: O guerrilheiro que Incendiou o Mundo de Mario Magalhães e não se trata de um documentário ou um projeto investigativo. Independente disso, o que avalio aqui é a qualidade da peça fílmica e a relevância da obra para a sociedade. Marighella é um filme necessário e atual, independente da postura ou preferência de quem vai assistir. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A última estreia desta semana é Alerta Vermelho. Produção com o maior orçamento até o momento da Netflix, estimado em 200 milhões de dólares, chega aos cinemas apenas uma semana antes de entrar para o catálogo da gigante do streaming. Esse é mais um lançamento que segue uma tendência de um lançamento híbrido que vem se consolidando com o problema da pandemia. Dirigido e roteirizado por Rawson Marshall Thurber, o filme segue com a pegada cômica que Rawson sabe bem como fazer e se apoia no carisma do trio de atores de peso com Dwayne Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot. O enredo é sobre um investigador do FBI que ao perseguir um dos criminosos mais procurados do mundo, se envolve em uma trama que o incrimina e tudo o que lhe resta é se unir aos ladrões que ele tanto perseguiu para provar sua inocência. É uma produção grandiosa com paisagens deslumbrantes, cenas bem conduzidas, mas falta uma liga que o roteiro não consegue entregar. Falta coerência e boas reviravoltas, o que filmes de ação e fuga sempre proporcionam. Dwayne Johnson e Ryan Reynolds fazem um ótimo antagonismo e rivalizam o tempo todo enquanto Gal Gadot parece flutuar em cena, esbanjando poder e força, dando a perfeita impressão de que ela está o tempo todo controlando as ações. É um ótimo filme de ação, mas é só. Para uma produção desse porte, poderia ter trazido algo a mais. Atinge bem o objetivo pretendido que é entretenimento de qualidade e eleva ainda mais o nível do catálogo da Netflix acirrando ainda mais a batalha com os estúdios de Hollywood. Vale ressaltar que a Netflix acaba de estrear seu serviço de jogos no Brasil o que eleva muito o nível da briga entre as plataformas de streaming. Além de criar uma relação mais profunda e interativa para os assinantes, ajuda a fidelizar a sua base. A indústria de games fatura mais que os serviços de streaming e a indústria esportiva juntos, só para dar uma ideia da importância que esses dois setores do entretenimento podem ter se trabalhados conjuntamente. Voltando ao filme, vale sim ver nos cinemas pela qualidade visual e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Para assistir em casa a dica desta semana vai para 7 Prisioneiros que é mais um lançamento híbrido da Netflix e estreia dia 11 de novembro na plataforma. Dirigido e escrito por Alexandre Moratto e com a presença de Rodrigo Santoro, a produção trabalha um tema importante e lamentável que é a escravidão contemporânea. O filme tem problemas na condução, mas o que importa mesmo é a relação bem construída entre os personagens, principalmente com Mateus e Luca, e a questão ética que precisa ser debatida.

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