Filmes da semana de 11/08 à 17/08

13/08/2022 13:41:24
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo A Fera. Esse é o típico filme de luta pela sobrevivência contra uma fera que espreita e ataca com momentos de angústia, desespero e luta contra uma força desproporcional que persegue em uma caçada crescente até o embate derradeiro com sua vítima. Essa abordagem sempre foi muito utilizada em Hollywood e segue uma mesma cartilha. Como em Tubarão, o predador está sempre rondando a presa e vai sendo apresentado aos poucos. A diferença aqui, é que atualmente o CGI proporciona uma interação com os personagens muito diferente e sem bonecos mecânicos, o que pode causar problemas quando exagerado, mas neste filme, não é o caso. O diretor islandês Baltasar Kormákur tem uma carreira com altos e baixos, mas está bem acostumado com filmes de ação e ele consegue conduzir a narrativa de forma muito eficiente, jogando as cartas na mesa desde cedo e seguindo com o drama que vai sendo estabelecido. O maior acerto da direção, está nos planos e a forma de conduzir as sequências. São menos cortes e a câmera participa da ação, o que transporta o público para toda aquela loucura em uma espiral que parece sempre piorar. Isso não é comum pela dificuldade de realizar. São planos longos com pessoas interagindo com o CGI, o que certamente demandou muito ensaio e dedicação. O roteiro serve bem ao propósito e utiliza de caminhos fáceis como não poderia deixar de ser. Nesse tipo de enredo, temos que comprar a ideia e esquecer alguma lógica. No elenco Idris Elba é o pai dedicado em crise e Iyana Halley e Leah Jeffries são as filhas e juntos, precisam lidar com uma situação inusitada e de extremo perigo. É um bom drama de sobrevivência que usa os elementos de forma acertada ao trazer uma família para o ambiente do predador, sem culpar o leão que age dentro das suas motivações. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos. 

A outra estreia desta semana é Papai é Pop. Com a data de lançamento escolhida propositalmente próximo ao Dia dos Pais, o filme debate exatamente a paternidade com bom humor, drama e o amadurecimento de um pai diante do grande desafio que é criar uma filha. Dirigido por Caito Ortiz e inspirado em um livro homônimo de Marcos Piangers, essa produção tem muita relevância por conta do tema e como ele é abordado. Apesar dos clichês, e não poderia ser diferente, é um belo retrato de como a vida de um casal muda com a chegada de uma criança. Pode-se dizer até que é um bom puxão de orelha. Importante ressaltar que o filme não aborda somente o lado paterno, mas também o materno de forma honesta e precisa. O enredo é simples quanto ao plot, mas complexo ao abordar as relações. É como um rito de passagem que envolve um casal que está dando os passos iniciais, com as alegrias e dificuldades que envolvem uma das fases mais marcantes para a família. Lázaro Ramos como sempre muito bem e esbanjando carisma, faz o par romântico com Paolla Oliveira que dá conta e desenvolve uma personagem real no tom certo da mãe moderna. Engraçado, emocionante e relevante, é um dos principais lançamentos nacionais do ano e faz uma homenagem carinhosa próximo ao Dia dos Pais. É mais uma vez a demonstração de que menos é mais e que o cinema brasileiro é necessário para nossa cultura e sociedade. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos. 

A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Gêmeo Maligno. Dirigido e roteirizado pelo pouco conhecido, o finlandês Taneli Mustonen, o filme segue uma cartilha simples e óbvia sem fazer qualquer tentativa de trazer algo novo ou criativo. Acredito que a ideia em que Mustonen trabalhou, tenha sido inspirada nas produções de suspense de vinte a trinta anos atrás, mas trazer essa narrativa para o momento atual é um desafio que passou longe e o diretor acabou fazendo uma colagem pouco inspirada. Vale salientar que apesar do filme ser em inglês e estar sendo distribuído mundialmente, faz parte de uma tradição nórdica de suspense e, portanto, a ação dramática tem suas particularidades. Teresa Palmer um faz trabalho esforçado, pode ser o único elemento que agrada, mas é só. É sempre ruim quando nos deparamos com um filme que tenta ser maior do que consegue, isso desconecta o propósito da narrativa e deixa tudo muito exagerado e confuso. Uma pena, afinal, a ideia não é ruim, mas infelizmente, tirando a atuação de Teresa Palmer, todo o resto não funciona. É um suspense psicológico que já vimos tantas vezes que vai ser esquecido no dia seguinte. A indicação etária é para maiores de 14 anos. 

Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Stranger Things. Já indiquei a série diversas vezes e volto a insistir que vale muito dar uma atenção especial a esta produção, principalmente com a chegada da quarta temporada. É uma das queridinhas da Netflix que fecha um ciclo, apesar da quinta temporada já ter sido anunciada. Empolgante, nostálgica e dramática, a série agrada pelo enredo e pelas personagens. Na última temporada, são desenvolvidos diversos núcleos que conversam, mesmo sem se tocar e o resultado é muito bom. Possui um dos maiores índices aprovação pelo público e vale para maratonar no final de semana.  

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