Filmes da semana de 12 à 18 de novembro

12/11/2021 19:55:30
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Estreia esta semana em Nova Friburgo A Profissional. Martin Campbell é realmente um diretor de altos e baixos. Dirigiu pérolas como Casino Royale de 2006, mas também filmes bem questionáveis como Lanterna Verde de 2011. Infelizmente essa produção que chega aos cinemas é mais uma a somar nos pontos baixos de Campbell. O problema maior está no roteiro preguiçoso que segue à risca a cartilha do filme de ação pela ação. É tudo muito sem sentido e a arrogância heroica é muito exaltada, o que não funciona. Isso tende ser interpretado como um momento cômico e não para ser levado a sério, como em Velozes e Furiosos. O que resta são alguns poucos diálogos interessantes e boas cenas de luta e perseguição. O enredo é sobre uma assassina que busca vingança a todo custo após a morte do seu mentor. Isso mesmo, bobo assim. É tudo muito previsível e em vários momentos o que vemos são sequências justificando as ações, exatamente o contrário do que se entende por “drama”. Para piorar, os vilões são homens com muito dinheiro e poder, mas fazem coisas estúpidas, o que não faz qualquer sentido. A atriz Maggie Q constrói uma protagonista sedutora, mas pouco carismática, Samuel L. Jackson faz mais do mesmo e Michael Keaton está bem, antagonizando e desenvolvendo uma relação nada comum com a assassina. Entretenimento puro e esquecível, ainda assim, vale o ingresso para quem gosta do gênero e a dica é comprar uma pipoca grande para ter alguma diversão durante a sessão. A indicação etária é para maiores de 16 anos.

Outra estreia desta semana é Querido Evan Hansen. Adaptação para o cinema de um fenômeno da Broadway que já levou oito Prêmios Tony, o filme é um musical com grande elenco e debate um tema importante que é a depressão na população jovem. O enredo é sobre um rapaz que tem fobia social e que após o suicídio de um colega, se envolve em uma mentira que viraliza na internet. É sempre muito difícil adaptar musicais do teatro para o cinema. São linguagens dramáticas muito distintas. Principalmente em casos que envolvem musicais cultuados, criando muita expectativa e desencadeando comparações. O diretor Stephen Chbosky aceitou o desafio e certamente precisou tomar decisões complexas para tentar ajustar a transição e é aí que começam os problemas. O ator Ben Platt é incrível, mas tem vinte e sete anos interpretando um adolescente de dezessete carregado de trejeitos e tentando aparentar inexperiência. O pior, tem momentos que remetem ao cômico o que não é nada bom dentro do contexto. Parece o clone jovem do Will Ferrell em cena. Algumas canções foram retiradas o que é compreensivo, mas ainda assim, tem momentos que se arrastam e parecem que nunca vão acabar. É o caso da cena perto do final com a Julianne Moore cantando. O elenco é de estrelas incluindo, além dos já citados, Amy Adams e Kaitlyn Dever. Na verdade, o peso dramático é todo sustentado pelas interpretações das mães, que carregam o drama no filme, junto com Platt, mas não salvam as atuações esquemáticas no geral. O Ben Platt é um ótimo ator e cantor, mas muitos elementos ficaram desproporcionais. Querido Evan Hansen é um bom musical, vai agradar quem gosta do gênero, mas é inegavelmente uma péssima adaptação. Vale o ingresso devido ao importante debate que levanta e por alguns pontos específicos como as belas canções, por exemplo. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

A última estreia desta semana é Pixinguinha, Um Homem Carinhoso. Alfredo da Rocha Vianna Filho o Pixinguinha, é uma lenda da música cultuado e celebrado pela sua vasta obra que nos presenteou com pérolas como Carinhoso, Rosa e Lamentos. O filme conta a história do maestro desde a sua adolescência, passando pela sua ascensão no cenário musical e em seu amadurecimento, focando nos seus relacionamentos e problemas pessoais. Interessante ressaltar que o título não é por acaso. Existem relatos que certa vez, ao ser abordado por um assaltante com uma faca, Pixinguinha não só ficou amigo do ladrão, como ainda o convidou para ir a sua casa comer galinha com cerveja. Como dizia Vinícius, “é o melhor ser humano que conheço.” O filme é dirigido por Allan Fiterman e pela experiente Denise Saraceni que estão muito acostumados com produções de época para televisão e fizeram um ótimo trabalho aliado a direção de arte ao retratar diferentes décadas e locais. No elenco temos Thawan Lucas, Danilo Ferreira e Seu Jorge, todos interpretando o Pixinguinha em diferentes idades, e as boas atuações de Tais Araújo fazendo a Betty, companheira do maestro e estrela da Companhia Negra de Revista, além de Lázaro Ramos, Agatha Moreira e Milton Gonçalves. Com uma narrativa novelesca, e não poderia ser diferente por conta dos diretores, o roteiro foca nas relações pessoais e na pessoa do Pixinguinha, deixando um pouco de lado a música. O filme é um pouco arrastado e não revela as camadas por trás do músico, mas é sempre bom dialogar com essas produções que abrem caminho para as novas gerações terem contato com a nossa história e a cultura brasileira. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para Dexter: New Blood, uma das séries de maior sucesso de todos os tempos que retorna após oito anos desde o último episódio e já pode ser assistida na Paramount+. Dica também para Alerta Vermelho, disponível na Netflix e que foi a maior aposta até o momento da plataforma reunindo três nomes de peso como Dwayne “The Rock” Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot.

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