Estreia em Nova Friburgo esta semana Pânico. Primeiramente, estamos falando de uma franquia que redefiniu o terror slasher nos anos noventa e que construiu uma legião de fãs em todo o mundo. Dito isso, o que temos é um grande desafio para essa continuação e para o futuro da franquia. Trazer uma proposta nova ou renovar o formato e seguir sem amarras. Já sem Wes Craven (criador do Pânico e de Freddy Krueger) e tendo mudado de mãos, essa continuação felizmente pegou o melhor caminho. Buscar um novo horizonte, referenciando e valorizando o que os primeiros filmes têm de melhor. O enredo já é batido, um assassino conhecido como Ghostface promovendo perseguições e banhos de sangue em uma cidade chamada Woodsboro. A fórmula é a mesma, muitas mortes, reviravoltas, atos de heroísmo e uma grande surpresa no final. É muito bom ver Neve Campbel, Courteney Cox e David Arquette retornando a franquia. Foi uma opção arriscada, mas os roteiristas e os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett certamente beberam da fonte e souberam bem como costurar o retorno desses personagens. Apesar de ser bom, não tem a qualidade dos dois primeiros filmes, mas faz uma renovação digna e respeitosa para a franquia. O maior problema é a boa-fé que o espectador precisa ter. Em alguns momentos vemos personagens levando tiros, em outros são esfaqueados, e cinco minutos depois estão firmes e de volta a ação. O ponto é que isso não importa. Ghostface está de volta e atender o telefone, voltou a ser um ato de coragem e desespero! Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Juntos e Enrolados. A comédia como gênero cênico, vem sendo a principal aposta das produções brasileiras nos cinemas nas últimas décadas. Primeiro pelo baixo orçamento, o que se encaixa na realidade nacional e segundo, pela alta qualidade dos atores que esbanjam talento e carisma. Em Juntos e Enrolados, temos todos os pontos para uma boa comédia. Um elenco afiado e engraçado, uma premissa com um viés crítico e polêmico e uma grande festa para unir todos em um evento catalizador capaz de desconstruir tudo que havia sido programado, para renascer em algo ainda mais forte e transformador. O problema é executar essa curva na ação que impulsiona a narrativa de forma crescente e com boas piadas e isso, o roteiro infelizmente não conseguiu fazer. O problema, na verdade, é que o filme não é engraçado mesmo com tudo que ele tem para trabalhar. São poucos os momentos que esboçamos uma risada. Temos, porém muitos acertos. Bons recursos narrativos, atores nos papeis corretos, fazendo bem seus personagens, mas o timing não é bom. Cacau Protásio faz a poderosa, enquanto o Rafael Portugal interpreta o rapaz mais apagado lutando para se afirmar, o que é perfeito, mas os destaques mesmo vão para Evelyn Castro e Fábio de Luca, que fazem os confidentes dos noivos. O elenco ainda conta com muitos talentos como Tony Tornado e Berta Loran, mas são mal aproveitados. Vale citar a boa crítica social que o personagem de Rafael Portugal carrega ao se sentir “inferior”, mas o maior problema mesmo é que o filme não é engraçado como poderia ser. Ainda assim, vamos apoiar o cinema nacional e vale sim o ingresso. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para After Life. Estreia a terceira temporada na Netflix de uma das melhores comédias do tradicional humor britânico dos últimos tempos, com as tiradas ácidas, os deboches e a reflexão sobre o sentido da vida. Estrelada por Ricky Gervais, esta nova temporada expande os desafios ao colocar em risco o jornal onde os principais personagens trabalham e expor os dramas em diversos núcleos, mas sempre focado na visão de Tony Johnson, um homem depressivo que tenta seguir em frente após a morte de sua esposa.
