Filmes da semana de 14/07 à 20/07

17/07/2022 18:02:55
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Estreia esta semana em Nova Friburgo o aguardado Elvis. Elvis Aron Presley foi um furacão do showbiz norte-americano que ganhou o mundo e teve uma morte precoce aos 42 anos. Considerado o Rei do Rock and Roll, sua vida vem sendo retratada em diversas produções ao longo dos anos e um trabalho sobre esse ícone cultural sempre traz grandes desafios. O filme é dirigido e roteirizado por Baz Luhrmann que tem no currículo O Grande Gatsby e Moulin Rouge – Amor em Vermelho, só para pontuar alguns trabalhos do cineasta. Isso é importante, afinal, estou falando de alguém criativo e exagerado, que conta a vida de um ídolo marcado também pelo talento e o exagero. Essa não é uma cinebiografia comum, e Luhrmann não faria algo básico com a origem, as influências e os altos e baixos. Não que isso não se aplique ao filme, mas a narrativa trabalha impulsionada pelo antagonista, um coronel “fajuto” que empresariou o astro. O maior problema do filme é o tempo, afinal, são duas horas e quarenta minutos, o que para Baz Luhrmann e Elvis Presley é muito pouco. Nessa missão impossível, o diretor se utiliza de diversos recursos com muitos cortes, flashbacks, narração em over, entre muitos outros, o que deixa a sensação de que faltou muita coisa. Tirando isso, é um show de Austin Butler que encarnou Elvis com um trabalho impressionante de estudo e atuação como poucas vezes foi feito. Outro ponto interessante é o debate do culto ao ídolo que Luhrmann trabalha muito bem. O Coronel Tom Parker parece um vilão de filme da DC Comics e Elvis, é o verdadeiro herói de capa que eletrifica todos a sua volta.  As pessoas querem tocá-lo, chegam a uma catarse coletiva impulsionadas pelo culto ao mito. Essa é uma discussão importante e legítima. Tom Hanks sempre competente, interpreta o Coronel ajudado por um trabalho de maquiagem impressionante. Muito se falou do excesso de tela do Tom Parker, mas essa é uma ótica da carreira do Elvis pelo olhar do empresário, portanto, não poderia ser diferente. O fato é que o filme é um show de direção, de roteiro que enaltece as raízes da Música negra, de direção de arte, de atuação e principalmente com canções maravilhosas. Ainda falando de Austin Butler, em alguns momentos, fica difícil saber se é o ator ou o próprio Elvis com imagem de arquivo. Uma superprodução que pode render algumas premiações importantes, até mesmo o Oscar para algumas categorias. Para quem conhece Elvis Presley é obrigatório, e para as novas gerações, é um convite a uma experiência única com o Rei do Rock and Roll. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos. 

A outra estreia da semana é O Telefone Preto. O filme é uma adaptação de um conto de Joe Hill do livro O telefone preto e outras histórias, e chama muita a atenção principalmente por dois nomes, Scott Derrickson, o cineasta que participou de filmes como Doutor Estranho e Vingadores: Guerra Infinita, assim como Ethan Hawke, um ator talentoso que sempre consegue construir bons personagens. Esse é um tema complexo e trata de um serial killler que sequestra adolescentes e cria um jogo macabro onde os jovens não têm qualquer chance de escapar. No cativeiro, além de um colchão velho, tem um telefone preto, e a vida do menino passa a depender de ligações esporádicas que insistem em acontecer. O filme é ambientado no final dos anos 70 e a estética e a fotografia refletem a realidade fria que os irmãos Finney Shaw e Gwen Shaw vivem, oprimidos em casa ou mesmo na escola. Todos esses elementos, incluindo o jogo de máscaras, são bons para a construção de um filme, o problema é alinhar tudo isso em um roteiro capaz de entregar uma história coesa sem deixar muitos buracos. Uma escolha interessante, foi a utilização de flashbacks mas sem entregar muito do personagem The Grabber. O maior problema dessa produção, é não ter aproveitado o potencial dos elementos e ter se utilizado de caminhos fáceis. Isso pode ser justificado por conta do tema complicado de abordar, mas ainda assim, é um filme que não é terror, não tem ação e perde muito tempo em subtramas pouco interessantes. Claro que a Blumhouse sabe o que está fazendo e possivelmente esse seja um prólogo para o The Grabber, um personagem muito interessante do ponto de vista narrativo, e que certamente vai render muitas aparições em um futuro breve. Vale muito o ingresso pela produção e pelo ótimo elenco. A indicação etária é para maiores de 16 anos. 

Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Val. Val Kilmer protagonizou muitos filmes nas décadas de 80 e 90 com obras marcantes como The DoorsBatman Eternamente, entre muitos outros, e agora com mais de 60 anos, não atua mais por conta de um câncer na garganta que afeta sua voz desde 2016. É um documentário revelador que conta a intimidade de um astro que hoje tem uma condição vulnerável, e como ele lida com seu passado e presente.  

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