Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Missão: Impossível – O Acerto Final. Franquia iniciada em 1996, essa continuação busca encerrar a jornada de Ethan Hunt com um tom mais solene, mas sem perder o ritmo alucinante típico da série. O filme se ancora firmemente nos pilares do gênero de ação e espionagem, mas tenta também adicionar uma carga emocional inédita para os padrões da saga. A narrativa honra a mitologia construída ao longo de sete filmes, resgatando personagens e conflitos antigos. Christopher McQuarrie retorna pela quarta vez à direção da franquia e demonstra total domínio da linguagem visual que ajudou a consolidar. Ele aposta em uma abordagem mais dramática e meticulosa, com menos humor e mais gravidade. Embora continue a entregar set pieces de tirar o fôlego, como a sequência em um submarino e a com aviões sobre a Groenlândia, McQuarrie opta por um tom mais sombrio e introspectivo, algo que pode dividir os que esperavam um encerramento puramente explosivo. O roteiro tenta equilibrar a trama internacional com o conflito pessoal de Ethan Hunt. A ameaça agora é híbrida: um inimigo humano com laços do passado e uma nova tecnologia que coloca em xeque as noções de livre arbítrio. Apesar disso, falta densidade para a narrativa e o ritmo, em alguns momentos, desacelera demais entre as cenas de ação. Tom Cruise mantém sua forte presença física e carismática, com um comprometimento impressionante. Um bom exemplo é a o salto em queda livre realizado sem dublê, filmado em plano contínuo. Hayley Atwell retorna com força como Grace, agora com maior desenvolvimento. Simon Pegg e Ving Rhames entregam atuações mais contidas, e Esai Morales como vilão, ganha mais profundidade. A grande surpresa é Vanessa Kirby, cuja personagem tem um papel crucial no desfecho e rouba as cenas com facilidade. Com um dos maiores orçamentos da história no cinema, o filme aponta um certo esgotamento da fórmula, mas aposta em um fechamento relevante para a franquia. Se é realmente o último filme, não sabemos. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
A outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Premonição 6: Laços de Sangue. Dirigido por Zach Lipovsky e Adam B. Stein, conhecidos pelo trabalho em Freaks de 2018, o filme busca revitalizar a série com uma narrativa que expande o universo estabelecido. O roteiro, escrito por Guy Busick e Lori Evans Taylor, em colaboração com Jon Watts, apresenta uma universitária atormentada por pesadelos premonitórios. Ao investigar seu passado, ela descobre que sua família está ligada a eventos anteriores da franquia, colocando-os grande perigo. No elenco temos Kaitlyn Santa Juana, Teo Briones, Richard Harmon, Owen Patrick Joyner, Rya Kihlstedt, Anna Lore e Brec Bassinger. O destaque vai para Tony Todd, que retorna em sua última performance como William Bludworth. Fiel à essência da franquia, essa sequência apresenta mortes elaboradas e criativas, transformando objetos cotidianos em instrumentos de fatalidade. O roteiro, porém, possui uma lógica inconsistente e a narrativa é pouco inspirada, com reviravoltas que não surpreendem e personagens que tomam decisões incoerentes. Temos também um excesso de CGI e o filme luta para equilibrar o humor negro característico da franquia com uma tentativa de profundidade emocional. Essa dualidade resulta em uma experiência que oscila entre o cômico e o melodramático, sem coesão. Apesar de ser mais do mesmo, entrega o que os fãs esperam: mortes criativas, suspense e uma dose de nostalgia. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
SUGESTÃO: A dica desta semana para assistir em casa vai para Cassandra. Minissérie alemã disponível na Netflix, ela acompanha a trajetória de uma jovem mulher marcada por visões perturbadoras que parecem antecipar tragédias. Ao tentar alertar aqueles ao seu redor, ela se vê constantemente desacreditada. É uma versão moderna da figura mitológica grega que inspira seu nome. Conforme os eventos se desenrolam, Cassandra mergulha em um intrincado quebra-cabeça psicológico que a leva a confrontar não apenas o passado sombrio de sua família, mas também os limites entre realidade e alucinação. A cada episódio, o suspense se intensifica, deixando no ar a pergunta: e se ela estiver certa o tempo todo?
