A única estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Elio. Essa é mais uma animação da Pixar e conta a história de um garoto de 11 anos, Elio Solis, que acaba sendo confundido com o representante oficial da Terra e, por acidente, é levado a uma confederação galáctica conhecida como Comuniverso. A narrativa aborda temas como identidade, aceitação e a busca por conexão em um universo desconhecido. Com a marca registrada da Pixar, o roteiro é estruturado com clareza emocional e reviravoltas bem construídas, embora em alguns momentos se apoie em diálogos previsíveis e emocionalmente seguros. Ainda assim, a proposta criativa de colocar um menino comum como porta-voz da humanidade traz frescor à trama, abrindo espaço para reflexões e momentos de humor sensível. Visualmente a animação impressiona. Os modelos, texturas e movimentações estão impecáveis, com atenção aos detalhes e a elegante iluminação. O design dos alienígenas é criativo e diversificado, reforçando o aspecto “multicultural” do universo narrado. A fluidez dos movimentos e expressões faciais contribui para a empatia com os personagens. Apesar da originalidade e da qualidade do CGI, como muitos filmes da Pixar, ele evita riscos narrativos, o que torna o roteiro mais previsível. Outro problema é a tentativa de agradar a vários perfis. Isso reprime o roteiro além de diluir piadas voltadas exclusivamente ao público infantil ou adulto. Independente disso, é uma produção de alto padrão técnico e força narrativa. Sua originalidade reside na fusão de uma trama de ficção científica com a jornada emocional de um jovem inseguro, o que faz dele um forte candidato a um hit em 2025. Pode não reinventar o cinema de animação, mas cumpre com brilhantismo sua proposta de encantar, emocionar e arrancar boas risadas. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para livre para todas as idades.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para DNA do Crime. A série nacional, que está em alta na Netflix, retorna com uma segunda temporada intensa e ainda mais envolvente. Mantendo o clima de tensão que consagrou a produção, a nova fase mergulha nas consequências da operação da temporada anterior. Desta vez, o foco recai sobre as cicatrizes deixadas nos personagens e os desdobramentos de suas escolhas, em um cenário onde o crime organizado continua se reinventando constantemente.
