Estreia esta semana em Nova Friburgo Eduardo & Monica. Em 1986, a trinta e seis anos atrás, chegava às prateleiras das lojas de discos o álbum Dois do Legião Urbana. Eduardo e Mônica era uma das faixas e se tornou um dos maiores sucessos da banda com uma história romântica sobre um casal com características bem distintas, mas com um amor capaz de superar todos os obstáculos. René Sampaio novamente dirige uma adaptação de uma canção de Renato Russo, sabendo aproveitar bem as dimensões dos personagens e toda complexidade contida no texto original. Esse é um dos grandes acertos desta produção que utiliza o que a letra da canção tem de melhor, acrescentando nuances aos protagonistas, e enfatizando os contrapontos. No elenco Alice Braga e Gabriel Leone fazem o par romântico e podemos observar muita entrega de ambos, assim como um ótimo trabalho de direção de atores. Outro acerto é a cidade de Brasília que funciona como um pano de fundo, um cenário a céu aberto que possui uma carga histórica e imagética de grande força e beleza. Adaptar, porém, um texto curto que conta uma jornada com apenas duas pessoas não é tarefa fácil para o audiovisual. É aí que o roteiro tem problemas ao desenvolver pouco os personagens secundários. Independente disso, é uma bela história de amor que revisita um período conturbado do Brasil e faz uma crítica social contundente e relevante ainda para os dias atuais. Como diz a introdução e o encerramento (não resisti): “Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração e quem me irá dizer que não existe razão”. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
A outra estreia desta semana é As Agentes 355. Nem sempre uma boa ideia consegue alcançar todo o seu potencial e, nesse caso, ficou bem abaixo das expectativas, principalmente pelo elenco e a produção que prometiam entregar uma versão de Missão Impossível, mas totalmente voltada para enaltecer o empoderamento feminino. O problema maior é a falta de originalidade do roteiro que entrega mais do mesmo. Parece um mosaico de cenas de filmes de ação encaixados e cheios dos clichês mais batidos. O enredo parte de uma boa premissa, quando uma arma perigosa cai nas mãos de mercenários, o que vai levar a agentes de diferentes países a trabalhe em cooperação, mas vai transitando sempre pelos caminhos mais fáceis e previsíveis. É um elenco que impressiona com estrelas como Jessica Chastain, Penélope Cruz, Lupita Nyong’o, Diane Kruger só para citar alguns nomes. Muita gente bonita e talentosa, um início promissor com a perseguição no metrô, mas depois disso cai no lugar comum e vai penosamente para um final pouco criativo. A escolha de Simon Kinberg para dirigir o filme fecha a lista de problemas que acompanharam essa produção. Experiente roteirista, mas com poucas direções assinadas, o que temos é um trabalho fragmentado, sem personalidade e apenas comum. Ainda assim vale o ingresso pelo elenco, pelas belas locações e pela pipoca do cinema que está sempre quentinha e gostosa. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para Ozark. Estreia da Netflix a primeira parte da quarta e última temporada da série. Estrelada por Jason Bateman e Laura Linney, a série conta o dia a dia de um consultor financeiro que vive na corda bamba sendo obrigado a lavar dinheiro para um cartel de drogas mexicano. É uma daquelas séries para maratonar!
