Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Moana 2. Continuação da animação de 2016, esse filme chega aos cinemas como um reforço ao Live Action que está por vir, mais para reforçar a memória dos personagens e da cultura envolvida, do que realmente algo relevante como continuação. Visualmente a animação impressiona, mostra uma evolução significativa em relação ao original, mas o roteiro é um retalho que não consegue nem mesmo explorar as tradições do povo retratado. Embora a história trabalhe com novas mitologias e introduza personagens interessantes, como a irmã mais nova de Moana, algumas decisões narrativas parecem deslocadas ou mal justificadas. Originalmente esse projeto foi concebido para o streaming em formato de série, mas ganhou os cinemas pelas circunstâncias o que explica os problemas no roteiro. Apesar de Abigail Barlow e Emily Bear entregarem canções competentes, nenhuma se destaca como um novo clássico da Disney. Os vilões não têm o impacto esperado e desaparecem em momentos cruciais da trama, deixando a sensação de que a ameaça central foi subutilizada. Na verdade, são diversos desafios apresentados, resolvidos de forma rápida e sem conexão. Apesar de todos os problemas, a animação compensa com cenas emocionantes e uma experiência visual que, certamente, encantará tanto as crianças quanto aos fãs nostálgicos. Ainda assim vale o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
A outra estreia desta semana é Cabrini. Francisca Cabrini foi uma missionária italiana radicada nos Estados Unidos, tendo sido a primeira cidadã norte-americana a ser canonizada e sempre foi uma fonte de inspiração de força, solidariedade e dedicação aos mais necessitados. A direção de Alejandro Monteverde tenta equilibrar momentos de drama pessoal com questões sociais mais amplas, criando uma atmosfera intimista, mas com impacto universal. O roteiro trabalha com temas como resiliência e justiça, embora em alguns momentos esbarre em clichês, especialmente na construção de personagens secundários. Cristiana Dell’Anna brilha no papel principal, entregando uma performance emocionalmente rica e carismática, que sustenta o peso da narrativa. No elenco temos ainda os ótimos John Lithgow, Giancarlo Giannini e David Morse, entre muitos. Visualmente, seja pela cinematografia, cenários e figurino, a dicotomia é bem explorada entre a escuridão das adversidades e a luz da esperança, assim como em diversos outros pontos. O design de produção impressiona ao recriar os ambientes históricos de Nova York no século XIX, oferecendo força narrativa e uma imersão visual autêntica. Apesar do filme ter navegado por caminhos previsíveis, o destaque mesmo vai para a mensagem forte e universal de perseverança, escolhas difíceis e a luta pelo que realmente interessa. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 14 anos.
Sugetsão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para Wonka. Dirigido por Paul King, esse é um filme de origem sobre o excêntrico chocolatier Willy Wonka, interpretado por Timothée Chalamet. Visual vibrante em um universo que mistura elementos de Londres e Paris, o filme trabalha uma narrativa marcada por conveniências típicas do gênero, com o ponto forte na interpretação carismática de Chalamet. É uma fábula moderna que mistura humor, emoção e aventura disponível na plataforma da HBO Max.