Filmes da semana de 30/07 até 05/08

02/08/2021 11:08:00
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Estreia esta semana em Nova Friburgo o aguardado Jungle Cruise. Mais um lançamento da Disney baseado em uma atração do seu parque temático que tenta alcançar o sucesso com uma aposta de nada menos que 200 milhões de custo. A pergunta que todos fizeram era se a Disney conseguiria entregar um novo Piratas do Caribe, principalmente por ter a dupla de maior destaque no momento em Hollywood, Dwayne Johnson e Emily Blunt. Apesar de todo o investimento e do carisma dos protagonistas, alguns problemas são evidentes e a experiência ao assistir o filme, apesar de grandiosa, não consegue esconder as lacunas no roteiro e dos intermináveis efeitos utilizando CGI. É isso mesmo, estamos falando de um filme da Disney com alto orçamento, mas com efeitos que deixaram a desejar. O tempo todo no barco, fica evidente que estamos diante de um cenário com o fundo verde e isso é muito ruim. Outra questão que pode incomodar aos brasileiros, é que o Brasil parece mais com a atração do parque do que com qualquer realidade. Os cenários remetem a um exótico mais indiano do que sul-americano, e ainda tem toda a questão de inferioridade com a qual os habitantes locais são encaixados. Pelo menos o idioma local é o português. O roteiro faz mais do mesmo, com um vilão caricato e uma história cheia de magia em que os heróis, apesar de terem seus universos próprios, descobrem durante a jornada que seus interesses pessoais são menores quando a luta é para um bem maior. A escolha para a direção de Jaume Collet-Serra foi uma surpresa para uma produção desse tamanho e trilha sonora do veterano James Newton Howard, apesar de grandiosa, pouco soma narrativamente. Além de Emily Blunt e Dwayne Johnson, temos ainda no elenco os ótimos Jesse Plemons, Paul Giamatti e Jack Whitehall, todos muito bem, apesar dos papeis engessados. Jungle Cruise não é um filme ruim. Na verdade, é um ótimo entretenimento para a família. O problema é que recriar uma aventura como essa, que funcionava bem dos anos 50 aos 80, utilizando muita fantasia, com piadas rasas e apostando no carisma dos protagonistas é um desafio grande demais, principalmente com o modelo simplista dos roteiros da Disney e isso não vai emplacar. Ainda assim, é uma grande aventura e vai agradar pelo conjunto como entretenimento.  Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos. 

A outra estreia desta semana é Tempo. Baseado na HQ francesa Castelo de Areia, o novo filme do controverso diretor M. Night Shyamalan trabalha um tema universal levando a questão do envelhecimento ao extremo através de um terror existencial que arrebata o público que é convidado a uma experiência incomum e disruptiva. Existem diferenças grandes com a obra original, principalmente na parte final que buscou por ligar os pontos. Isso certamente ocorre devido a escolhas de Shyamalan, mas acredito que principalmente o final mais explicadinho ocorra por conta da diferença narrativa que o cinema tem com a HQ. Talvez não caiba na estrutura do texto para a linguagem audiovisual, um final tão aberto. Se a reação do público já é dividida com o filme como ficou, imagina se fosse como a HQ que deixa tudo aberto? Muitos vão gostar dessa condição kafkiana que as personagens estão presas, mas outros podem não dialogar com a proposta, mas ainda assim, não é possível ficar indiferente a Tempo. Não é possível fazer uma sinopse sem dar Spoiler e aconselho a você ver essa obra sem qualquer informação anterior ou, se possível, tendo lido ao HQ de Pierre Oscar Levy. Com um bom elenco e nomes como Gael García Bernal, Rufus Sewell, Alex Wolff e Vicky Krieps, o filme tem nas interpretações um dos seus pontos fortes. O mais importante a ser dito, é que esse não é um filme para todos. Para o público que gosta de entretenimento mastigado, essa pode ser uma experiência que beira ao incômodo e certamente não vai agradar. São muitas as propostas e reflexões sugeridas quanto ao comportamento humano tendo como base o envelhecimento. Tudo isso muito rápido e sem fornecer respostas, apesar do final arrumadinho que Shyamalan incluiu. Estou falando de um filme que entrega pistas e trabalha a desorientação. O público, através da lente da câmera, é uma testemunha que circula e acompanha livremente os estranhos acontecimentos na praia. Vale muito o ingresso, mas fica a dica de que pode ser incompreensivo para muitos, e aquilo que nós não entendemos, não apreciamos. Por outro lado, para alguns, aquilo que faz pensar, estimula e eleva a nossa potência resultando em satisfação. Vai ter quem vai gostar e quem vai odiar. A indicação etária é para maiores de 14 anos. 

Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para a trilogia de Rua do Medo. Após semanas de resistência da minha parte por se tratar de filme de adolescentes, resolvi dar uma chance, afinal esteve no Top 10 da Netflix por muito tempo. Foi uma boa surpresa, principalmente pela qualidade da produção e do roteiro que é baseado na série de livros homônimo do escritor R. L. Stine. É uma história de terror contada em diferentes épocas que trabalha bem com os ganchos e as personagens. Bom para assistir nesse frio, principalmente acompanhado com uma boa pipoquinha. 

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