Oito milhões de passageiros aéreos voltam a viajar de ônibus

19/12/2016 10:44:47
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O que aconteceu com a nova classe média?

Depois de 12 anos em que o céu parecia o limite para o consumo da nova classe média, cerca de oito milhões de brasileiros que tinham viajado de avião pela primeira vez, naquele período, tiveram que colocar os pés no chão e voltar a andar pelo país de ônibus. A estimativa da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) é um reflexo de nada menos do que 15 sucessivas quedas mensais no volume de passageiros transportados.

Há, ainda, quem tente aliar o conforto à economia, optando pelo avião apenas para a ida ou a volta.

A previsão da Abear é que, este ano, a demanda no mercado doméstico de aviação encolha 8% em relação a 2015, o que representará oito milhões de passageiros a menos.

Aéreas defendem suas tarifas
O presidente da Abear, afirma que as tarifas não são as responsáveis por essa migração. Foi o bolso dos passageiros que encolheu desde o ano passado.

— De 2002 a 2015, o preço (médio) das passagens aéreas caiu pela metade. Mas, em 2015, ficou claro o cenário de desemprego, que, no entanto, não é a causa, mas a consequência. O que afeta o setor aéreo é a economia muito ruim, pois as empresas põem o pé no freio. O volume de passageiros corporativos (viajando a trabalho), que responde por 65% dos bilhetes vendidos, cai. E o público de lazer, que viaja de férias, também.

— Nossa avaliação é que estamos num momento de pouso suave. Estamos nos aproximando do chão. Pode ser que, na próxima alta temporada, voltemos a ter números melhores para apresentar.

O impacto nos ônibus
O impacto da crise sobre o setor de transportes não se resume, porém, à migração de passageiros aéreos para as rodovias. Houve um efeito-cascata sobre as famílias que, antes da crise, já se deslocavam apenas de ônibus. Boa parte delas deixou de viajar devido ao orçamento apertado.

O cenário explica os números da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT): de 2014 para 2015, a quantidade de passageiros transportados em linhas interestaduais caiu 7,8%.

O dono de uma loja com movimento ruim, consequentemente, para de ir a São Paulo comprar produtos, roupas… A crise na máquina econômica atinge o transporte rodoviário, o de automóveis e o aéreo.

http://extra.globo.com/

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