A origem do sobrenome Braune

17/01/2023 13:24:10
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Ao publicar o artigo “O Nome Ilustre De Uma Família Tradicional”, alguns leitores demonstraram interesse em saber as origens do benemérito farmacêutico Alberto Braune, se ele descendia de alguma família dos primeiros colonos alemães, que chegaram à Vila de Nova Friburgo, em 3 de maio de 1824.

Não. Tudo começou, quando na década de 1830, um jovem que nascera em Lubeck, norte da Alemanha, em 3 de outubro de 1810, aportou no Brasil, como médico de uma fragata.  Ele era o Dr. Johann Heinrich Braun, formado numa época, em que para se obter o título de doutor, a defesa de tese era feita em latim.

 A beleza do Rio de Janeiro o seduziu, ficando extasiado com a exuberante natureza do país tropical. Queria saber tudo a respeito daquela terra, sendo informado de que, no interior da “Vila de Nova Friburgo”, havia uma “Colônia Alemã”.

A curiosidade o levou a conhecê-la e, assim sucedendo, foi prorrogando a sua permanência na referida Vila, até fixar-se nela, definitivamente.

Muitas vezes, ia à Corte e o percurso era feito em quatro dias de cavalgada. Tão longa viagem exigia descanso e pernoites em hospedarias ou estalagens existentes, ao longo do caminho. Na “Vila de Itaboraí”, havia uma destas pousadas e, assim, o jovem médico acabou conhecendo e se enamorando da graciosa senhorita Maria Dulce Álvares de Azevedo, que correspondia aos seus sentimentos.  Ela era filha de Manoel Antônio Álvares de Azevedo, Barão de Itapacorá, da família do poeta e escritor Álvares de Azevedo. O casamento se realizou em 8 de agosto de 1847.  Ao longo da vida matrimonial, o casal teria uma prole numerosa, onze filhos, sendo Alberto Braune, o décimo.

Johann Heinrich se naturalizou brasileiro, em 12 de agosto de 1853, e passou a  assinar João Henrique Braune (acrescentando a letra e ao nome Braun).                 

Em nossa cidade, ele comprou uma ampla propriedade – segundo a saudosa professora Vanusa Gripp, do Padre João José Viviand (2º Pároco da Paróquia de São João Batista – onde instalou um conceituado educandário feminino, o “Colégio Braune”, localizado no início da atual Rua Sara Braune. Era em regime de internato, onde estudavam filhas de abastadas famílias e de ricos fazendeiros das proximidades de Nova Friburgo.           

Dr. João Henrique clinicou durante 32 anos, tendo falecido em 1875. Como era luterano, foi sepultado no Cemitério da Comunidade Evangélica Luterana de Nova Friburgo.

O colégio, por ele fundado em 1864, permaneceria até 1908, chegando a ter um externato na Av. Comte Bittencourt, nº 60. As suas filhas, alunas do “Colégio Braune”, ao concluírem seus cursos, ali continuaram trabalhando ou lecionando sob a orientação da mãe, Dona Maria Dulce Azevedo Braune, destacando-se, como grande educadora, a Professora Sara Braune.

E assim, da paixão de um europeu, por um pedaço de serra de um país tropical, nasceu uma numerosa e tradicional família friburguense.

O artigo acima só foi possível, graças às valiosas informações a mim fornecidas, gentilmente, pela saudosa Sra. Sarita Braune Negreiros Hamelmann (neta de Alberto Braune), de forma detalhada e minuciosa sobre a sua família, em maio de 1999.

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