A vitalidade das palavras

04/04/2024 20:15:24
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Diariamente, em nossas conversações, pronunciamos palavras de nosso vocabulário, carregadas de um vigor ou de uma sensibilidade que, muitas vezes, não percebemos. Vejamos algumas:

PRESENTE – É uma palavra que não expressa apenas um período do tempo, a atualidade, também, é um objeto que oferecemos a alguém. É algo marcante, pois significa que a nossa imagem estará sempre presente, viva, gravada naquela prenda ofertada.

IMPOSTO – De imediato, nos lembra os tributos, as nossas obrigações para com os órgãos públicos, pagamentos de Imposto de Renda, Imposto Predial, Imposto de Transmissão, e outros mais. Não é algo espontâneo, na verdade, é uma ordem, uma imposição, realizada à força, pois nós só a observamos, porque acarreta punições, sanções e outras sérias consequências.

RESTAURANTE- Estabelecimento onde são preparadas e servidas as refeições. É, na verdade, o local onde nossas energias são restauradas, recuperadas, mediante a ingestão dos alimentos.

PACIENTE – Uma pessoa resignada, calma, que não se revolta. É, também, quem sob tratamento médico, tem que aceitar, pacientemente, muitas vezes, procedimentos desconfortáveis e dolorosos.

APOSENTADO – É quem, após longos anos de trabalho e do pagamento da contribuição ao órgão devido, vai desfrutar do merecido repouso. Ficará no quarto, “nos aposentos” de sua casa, como sugere a designação, ou aproveitará o tempo disponível, de outra maneira?

APARTAMENTO – Compartimento, parte de um prédio destinado a uma família, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa. É, também, a ação ou o efeito de apartar, de separar, de desunir. De modo geral, os moradores de um edifício só têm contato com seus vizinhos, nos breves momentos, em que compartilham o elevador. Depois, cada um para o seu compartimento.

ALIANÇA – Ato ou efeito de aliar; acordo ou tratado internacional entre países. É o anel simbólico de noivado ou de casamento. Colocado no dedo anular da mão esquerda, é o sinal que uma aliança foi firmada entre os cônjuges, gerando direitos e deveres.

Como o presente artigo trata do significado de palavras, vou completá-lo com vocábulos que minha saudosa mãe Zuleika Alves Lopes usava (que se encontram no Dicionário de Língua Portuguesa), mas que nunca ouvi ninguém pronunciar:

ABOLETAR – Alojar-se, aquartelar-se (soldados) em casas particulares;

ASTENIA – Debilidade, fraqueza orgânica;

BILONTRA – Velhaco, espertalhão, indivíduo atirado a conquistas, frequentador de lupanares;

BILTRE – Homem vil, infame;

CAMARILHA – Pessoas que cercam o chefe do Estado ou o chefe do serviço, influindo em suas decisões;

CANINANA – Cobra não venenosa, pessoa de mau gênio;

CASTIMONHA – Falta de vergonha, de escrúpulos;

DANDI- Homem que se veste com muito apuro, adaptado o inglês dandy;

DESFRUTE- Zombaria, chacota, ação ridícula ou escandalosa própria de pessoa desfrutável;

DESPLANTE- Ousadia, atrevimento, audácia;

DEPAUPERAR – Esgotar os recursos ou as foças, extenuar, enfraquecer-se;

ESPOJAR – Fazer cair na terra, estender-se e remexer-se no chão;

FUZUÊ- Barulho, confusão, festa, função;

GERINGONÇA – Coisa mal feita e de fácil destruição;

LAMBISGOIA – Pessoa magra, desenxabida, mulher delambida;

MAÇAROCA – Emaranhado, fio que o fuso enrolou em torno de si, rolo de cabelo, intriga, futrica, mexerico;

PREBENDA – Renda eclesiástica, ocupação rendosa e de pouco trabalho;

REFESTELAR-SE – Recostar-se, estirar-se, repimpar-se;

TRAPIZONGA – Mixórdia, coisas confusas ou desordenadas, porção de trastes miúdos;

ZUNGU – Desordem, conflito sem gravidade;

ZURETA – Adoidado, genioso, indignado.

Em meio a tantas palavras, termos, vocábulos de que dispomos, para expressar os nossos sentimentos, duas deveriam reinar entre nós, expressando o convívio entre povos e nações, AMOR e PAZ.

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