Diariamente, em nossas conversações, pronunciamos palavras de nosso vocabulário, carregadas de um vigor ou de uma sensibilidade que, muitas vezes, não percebemos. Vejamos algumas:
PRESENTE – É uma palavra que não expressa apenas um período do tempo, a atualidade, também, é um objeto que oferecemos a alguém. É algo marcante, pois significa que a nossa imagem estará sempre presente, viva, gravada naquela prenda ofertada.
IMPOSTO – De imediato, nos lembra os tributos, as nossas obrigações para com os órgãos públicos, pagamentos de Imposto de Renda, Imposto Predial, Imposto de Transmissão, e outros mais. Não é algo espontâneo, na verdade, é uma ordem, uma imposição, realizada à força, pois nós só a observamos, porque acarreta punições, sanções e outras sérias consequências.
RESTAURANTE- Estabelecimento onde são preparadas e servidas as refeições. É, na verdade, o local onde nossas energias são restauradas, recuperadas, mediante a ingestão dos alimentos.
PACIENTE – Uma pessoa resignada, calma, que não se revolta. É, também, quem sob tratamento médico, tem que aceitar, pacientemente, muitas vezes, procedimentos desconfortáveis e dolorosos.
APOSENTADO – É quem, após longos anos de trabalho e do pagamento da contribuição ao órgão devido, vai desfrutar do merecido repouso. Ficará no quarto, “nos aposentos” de sua casa, como sugere a designação, ou aproveitará o tempo disponível, de outra maneira?
APARTAMENTO – Compartimento, parte de um prédio destinado a uma família, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa. É, também, a ação ou o efeito de apartar, de separar, de desunir. De modo geral, os moradores de um edifício só têm contato com seus vizinhos, nos breves momentos, em que compartilham o elevador. Depois, cada um para o seu compartimento.
ALIANÇA – Ato ou efeito de aliar; acordo ou tratado internacional entre países. É o anel simbólico de noivado ou de casamento. Colocado no dedo anular da mão esquerda, é o sinal que uma aliança foi firmada entre os cônjuges, gerando direitos e deveres.
Como o presente artigo trata do significado de palavras, vou completá-lo com vocábulos que minha saudosa mãe Zuleika Alves Lopes usava (que se encontram no Dicionário de Língua Portuguesa), mas que nunca ouvi ninguém pronunciar:
ABOLETAR – Alojar-se, aquartelar-se (soldados) em casas particulares;
ASTENIA – Debilidade, fraqueza orgânica;
BILONTRA – Velhaco, espertalhão, indivíduo atirado a conquistas, frequentador de lupanares;
BILTRE – Homem vil, infame;
CAMARILHA – Pessoas que cercam o chefe do Estado ou o chefe do serviço, influindo em suas decisões;
CANINANA – Cobra não venenosa, pessoa de mau gênio;
CASTIMONHA – Falta de vergonha, de escrúpulos;
DANDI- Homem que se veste com muito apuro, adaptado o inglês dandy;
DESFRUTE- Zombaria, chacota, ação ridícula ou escandalosa própria de pessoa desfrutável;
DESPLANTE- Ousadia, atrevimento, audácia;
DEPAUPERAR – Esgotar os recursos ou as foças, extenuar, enfraquecer-se;
ESPOJAR – Fazer cair na terra, estender-se e remexer-se no chão;
FUZUÊ- Barulho, confusão, festa, função;
GERINGONÇA – Coisa mal feita e de fácil destruição;
LAMBISGOIA – Pessoa magra, desenxabida, mulher delambida;
MAÇAROCA – Emaranhado, fio que o fuso enrolou em torno de si, rolo de cabelo, intriga, futrica, mexerico;
PREBENDA – Renda eclesiástica, ocupação rendosa e de pouco trabalho;
REFESTELAR-SE – Recostar-se, estirar-se, repimpar-se;
TRAPIZONGA – Mixórdia, coisas confusas ou desordenadas, porção de trastes miúdos;
ZUNGU – Desordem, conflito sem gravidade;
ZURETA – Adoidado, genioso, indignado.
Em meio a tantas palavras, termos, vocábulos de que dispomos, para expressar os nossos sentimentos, duas deveriam reinar entre nós, expressando o convívio entre povos e nações, AMOR e PAZ.