AS EPIDEMIAS AO LONGO DA HISTÓRIA – Parte 1

27/04/2020 18:11:58
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Desde os primórdios, através dos tempos, a humanidade sempre sofreu com muitas enfermidades, originadas por diversos tipos de micróbios (seres microscópicos), vírus, bacilos, bactérias que, em certas épocas, se intensificam ou se modificam, provocando variados tipos de epidemias.

 A PESTE NEGRA ou PESTE BUBÔNICA, a maior do século XIV (1333-1351), começou na China. Transmitida pelas pulgas de ratos ou de outros roedores, vitimou 1/3 da população da Europa, parte da Ásia e norte da África.  

A CÓLERA, desde a antiguidade, tendo um primeiro registro na Índia, em 1503. A primeira pandemia deu-se entre 1817 a 1824, indo do Vale do Rio Ganges a outras regiões da Ásia e ao norte da África, com centenas de milhares de mortos. 

No final do Século XIX, em época da epidemia, ambientado no Caribe, o escritor colombiano Gabriel  Garcia Marquez narra a história de uma paixão, no seu romance “O AMOR EM TEMPOS DE CÓLERA”. O filme “Jezebel” (1938- Bete Davis e Henry Fonda), de maneira romântica e intensa, conta o drama de um casal enamorado, nos EUA, por volta de 1850, em tempos da referida epidemia.   

A TÍSICA ou TUBERCULOSE, ao longo de muitos séculos e, principalmente, durante o Século XIX e metade do Século XX, vitimou um bilhão de pessoas, em todo o mundo.  Dentre elas: o pianista e compositor polonês Frederico Chopin; os escritores Emíly Bronte, autor de “O MORRO DOS VENTOS UIVANTES” e Alexandre Dumas Filho, autor  de “A DAMA DAS CAMÉLIAS”;  os poetas Casimiro de Abreu e Castro  Alves; o compositor Noel  Rosas. Para retratar o drama de uma jovem tuberculosa que é internada num sanatório em Campos do Jordão – SP, Dinah Silveira de Queiroz escreveu  “Floradas na Serra” transformado, em 1954, num filme nacional de muito sucesso.       

Como não havia medicamento específico para combater o mal, os médicos esperavam que  o organismo dos afetados reagisse, auxiliado pelo clima da serra. Além de Campos do Jordão, Nova Friburgo, também, era muito indicado.                                                                                                                                    

O Sanatório Naval, em nossa cidade, inaugurado em 1910, com a presença do Presidente da República, Nilo Peçanha, para o tratamento de marinheiros, fuzileiros e outros oficiais da Marinha acometidos de beribéri (carência de vitamina B, na época, tida como doença contagiosa) anos depois, foi destinado aos portadores da doença pulmonar, com a construção do Hospital dos Tuberculosos o “HT”.                                   

No nosso município, dentre as muitas pensões para hospedar os doentes, havia uma, na Praça Marcílio Dias, que se destacava. Era um imóvel de madeira, de dois pavimentos, na esquina da Rua Conselheiro Julius Arp ( hoje, Edifício Sant’Ana), o “Chalé de Tábuas” chamado, popularmente, de     “Pensão dos Tuberculosos”.             

No bairro do Catarcione, inaugurado na primeira década de 1940, funcionou por muitos anos, o Sanatório Santa Teresinha (nome escolhido, pelo fato da “Santinha das Rosas” ter morrido”, aos 24 anos, vitimada  pela tuberculose).      

A VARÍOLA ou BEXIGA, uma pandemia que afetou muitos países, nas últimas décadas do Século XIX e as primeiras do Século XX, com milhões de vítimas fatais, atingiu Nova Friburgo de forma severa. Segundo o pesquisador Carlos Jayme Jaccoud, “o médico italiano Dr. Carlos Éboli, em 1878 – na época vereador- expõe à Câmara a necessidade de se alugar uma casa fora da Vila, para servir de  isolamento aos afetados pela varíola”.  Oreferido pesquisador prossegue, “em 1887, o médico Dr. Ernesto Brasílio pede à Câmara que solicite ao Presidente da Província o envio de vacinas contra a varíola e, na sessão da Câmara de 1892, fala-se na construção de um lazareto (local de quarentena para os portadores de doenças contagiosas)”.  Foram comprados dois alqueires de terra no local denominado Duas Pedras e o lazareto, finalmente, construído.  Ele, ao longo do tempo, seria tão importante, que acabaria por dar nome a um bairro, o “Lazareto”.  Infelizmente, nos dias atuais, o referido prédio- parte da história do nosso município- se encontra em ruínas.

Lamentável!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    

 

                                                                                                                                                                                     

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