Seu legado dentro e fora da pista o mantém eterno, 30 anos após morte
Maior ídolo brasileiro de todos os tempos! Assim, conseguimos definir o piloto de F1 Ayrton Senna. Para contar um pouco dessa história, não posso me esquecer dos domingos, quando jovem, ao lado do meu querido e falecido pai, sentávamos para assistir as corridas. A resenha era a melhor parte. Cada curva, cada ultrapassagem, cada pódio, sempre nos tomava horas, regados a vários copos de café. Confesso que os domingos eram momentos mágicos! As notícias estampavam as primeiras páginas dos jornais nas segundas e ficávamos ávidos pelas matérias, as fotos entre outros. A alegria após cada vitória nos enchia de orgulho, era um sentimento de dever cumprido, de uma missão quase impossível. Os adversários davam trabalho: Alan Prost, Nigel Mansell, Nelson Piquet e Jean Alesi, eram as pedras no sapato e sempre honravam com bravura todas as provas.
Quando iniciou sua carreira, em 1984, com um carro simples na equipe Toleman, ele já mostrava sua força e habilidade. Sua simplicidade e generosidade encantavam a todos. Logo, tornou-se um ídolo, sem que tivesse as redes sociais para abrilhantar a sua vida. Senna nos ensinou a amar a nossa bandeira, a honrar a vida. Conseguiu, ainda, a proeza de reunir a família aos domingos. Ele fez muito mais que disputar corridas de fórmula 1.
O acidente fatal
Era apenas mais um domingo, mais um 1º de maio dentre tantos outros. O ano era 1994. A corrida era em San Marino, em Ímola na Itália. Na sétima volta, por volta das 9 h, Senna perde o controle do carro, a Williams e bate de forma violenta num muro da curva Tamburello. Neste exato momento, eu e meu pai, trocamos um olhar sem nenhuma palavra. Ficamos por volta de uns dois minutos em silêncio. Estávamos esperando que ele saísse do carro, como de costume. Nesse momento a câmera se aproxima e eu percebi que sua cabeça caiu para o lado. O pior já tinha acontecido! Seu corpo é levado de helicóptero para o hospital e de lá teve sua morte anunciada, aos 34 anos.
A morte de Senna foi considerada uma tragédia nacional. O governo brasileiro declarou três dias de luto oficial e concedeu-lhe honras de chefe de Estado, com salva de tiros. Milhões de pessoas foram às ruas para vê-lo e render-lhe as últimas homenagens. Milhões em todo o mundo acompanharam pela televisão desde a chegada do avião que levava o corpo de volta ao Brasil. Uma das cenas mais emocionantes foi a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, que desenhou, num céu azul de São Paulo, um coração com o “S” de Senna.
Senna subiu ao pódio 80 vezes com 41 vitórias. Foi tricampeão nos anos de 1988, 1990 e 1991, acumulando conquistas para o Brasil. Foi piloto das escuderias Toleman, Lotus, McLaren e Williams.
A saudade é apenas um sentimento que temos por ele! São 30 anos de lembranças, da sua arte de nos encantar, da sua generosidade em nos ensinar caminhos nunca antes percorridos. O mundo do esporte fica vazio, jamais será preenchido, jamais será o mesmo. Estamos todos com você, Senna do Brasil, não importa o tempo que passar. Obrigado campeão!
