Como se libertar dos bloqueios emocionas
O termo couraça, foi cunhado por Wilhelm Reich, durante seus trabalho com a “Análise do Caráter”. A couraça psicológica constitui-se numa junção de três tipos de couraças: a psíquica, a muscular e a energética. O primeiro tipo, a couraça psíquica, foi um termo usado por Reich em 1922, quando ainda era psicanalista e estudante de medicina. Reich identificou que alguns pacientes possuíam um padrão de comportamento que se revelava numa dificuldade em expressar sentimentos e emoções. Ele denominou isso de blindagem do caráter, que nada mais é do que uma armadura que se impõe na mente de forma a impedir que os conteúdos das emoções e os conteúdos inconscientes possam ser tornados conscientes. É uma maneira da mente se proteger de memórias dolorosas ou traumas.
O termo couraça surgiu depois de um certo tempo de trabalho de Reich com seus pacientes. Através da observação e análise de características de comportamento de seus pacientes – postura, movimentos, gestos, formas, tom de voz, expressões – as quais denominou caráter, Reich observou que este conjunto de características de comportamento estava diretamente ligado a uma questão emocional, e desta forma havia uma ligação da mente com o corpo. Portanto, num primeiro momento, Reich propõe um trabalho de Analise do Caráter, ainda em seu período de prática de psicanálise. E é dentro de seu trabalho de Análise do Caráter que encontramos a blindagem, ou couraça psíquica.
Mais tarde, trabalhando com esses pacientes ainda pelo método da Analise do Caráter, Reich percebe que essa couraça psíquica possui também uma relação com o corpo, se constituindo numa neurose que se manifestou no corpo. Portanto, a neurose passa a ser identificada como um conflito emocional congelado no corpo, perceptível nas áreas de tensão muscular. A partir desse momento, Reich passa a chamar este tipo de blindagem de couraça muscular.
Reich descreve que nós criamos essa couraça de defesa e proteção contra questões que para nós são consideradas aversivas, dolorosas e difíceis de lidar; e que essa couraça ocorre ao longo de toda a nossa vida, principalmente no período da primeira infância. Quando essas couraças, tanto psíquicas quanto musculares, são criadas na primeira infância, contribuem para a formação das neuroses. No corpo físico, os músculos tensos e doloridos, e as partes do corpo com pouca energia, se tornam disfuncionais. Essa disfunção cria uma couraça muscular, que vai se manifestar como uma contratura e retesamento muscular, ou uma tensão crônica; que por sua vez está diretamente ligada a uma história, e esta história está na mente. Assim coexistem em relação disfunções corpo/mente e mente/corpo.
A couraça energética se relaciona com ambas as couraças psíquicas e musculares, uma vez que todos esses processos – mente, psiquismo, emoções e couraças – envolvem o movimentos energéticos. Esses movimentos energéticos são revelados por pulsações, ou seja movimentos contínuos de contração e dilatação. Na mente esse movimento energético pode ser muito intenso, o que traz uma certa atividade abundante de pensamentos, ou letargia. Quando uma pessoa tem letargia de pensamento, existe um processo de encouraçamento energético, que se revela numa diminuição da pulsação energética. Essa redução no movimento de pulsação energética irá revelar, portanto, a couraça energética.
Dessa forma podemos observar como essas três couraças funcionam em conjunto: configurando a couraça psicológica, numa interação mente/corpo e corpo/mente: a couraça psíquica provoca a tensão da musculatura se configurando numa couraça muscular; a couraça muscular por sua vez altera a pulsação energética do corpo e também do pensamento, promovendo alterações psicológicas.
O caminho de libertação ao encontro da Luz obrigatoriamente nos leva a enfrentar e diluir o peso do passado que ainda nos algema à densidade da vida corpórea. Esta é mais uma ferramenta disponibilizada através do conhecimento da Psicologia, que nos auxilia imensamente no rompimento definitivo com um passado e dor e sofrimento, que nos impede de ascender a consciência através da compreensão, da aceitação e da verdadeira gratidão.