Estreia esta semana em Nova Friburgo Mussum, o Filmis. Mais uma cinebiografia chega aos cinemas e o desafio segue o mesmo, como contar em duas horas uma história tão rica de uma pessoa significativa para a cultura de um país conseguindo contextualizar sua trajetória e entregando uma percepção clara de que foi a pessoa por trás do personagem. O filme conta com muitos acertos, principalmente quanto ao elenco, o figurino e a direção de arte. O Antônio Carlos Bernardes Gomes, ou Carlinhos como também era conhecido é apresentado desde sua origem e segue até o sucesso no audiovisual. Outro ponto forte são as canções que nos remetem ao samba entre os anos de 50 e 70. No elenco temos Ailton Graça, Yuri Marçal, Cacal Protácio, Neusa Borges, Gero Camilo entre outros, todos muito bem. Dirigido pelo competente Silvio Guindane e escrito pelo experiente Paulo Cursino, alguns caminhos precisaram ser seguidos. Possivelmente uma minissérie entregaria melhor um retrato sobre a vida do Mussum. O único elo que costura a obra é a mãe do Carlinhos, enquanto suas relações e angústias são pouco exploradas. O que sempre irrita, é a necessidade da lágrima a todo custo. Essa é uma abordagem tradicional das cinebiografias, mas isso não deveria ser uma necessidade, mas uma consequência natural. O ponto alto são os esquetes que ativa a memória afetiva e tudo é produzido com muita competência. Algumas críticas podem surgir quanto ao preconceito, mas como já mencionei, são escolhas e certamente não cabia abordar essa questão nesse filme. O que temos mesmo, é uma homenagem muito bem-vinda e com qualidade e entrega, e se não conseguiu fazer um retrato do homem por trás do Mussum, isso pouco importa. Temos muito tempo e muitas oportunidades para celebrar a vida e a obra de Antônio Carlos Bernardes Gomes o eterno Mussum. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Estreia também nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Não Abra! Longa-metragem de estreia de Bishal Dutta que também assina o roteiro, o filme é mais do mesmo com um toque indiano e sua mitologia. O que temos é basicamente uma entidade demoníaca aprisionada que ao se libertar, inicia uma sequência de assassinatos e atos malignos. A abordagem com choque de culturas que imigrantes enfrentam para se adaptarem a vida em outros país é algo já amplamente utilizado e ao final, o que temos, é uma obra pouco inspirada. O maior problema mesmo, é a ausência de tensão o que para um filme de terror, é um fiasco. O que poderia salvar a lavoura é o elenco, mas nem mesmo a experiente e fofa Megan Suri com apenas 24 anos, consegue criar alguma empatia com o público. Melhor sorte para Bishal Dutta nas próximas produções, de qualquer forma, o rapaz conseguiu distribuição nos cinemas o que já é muito, avaliando que entrar no circuito comercial é difícil. Melhor mesmo aguardar para assistir no streaming. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Taylor Swift: The Eras Tour. Com uma arrecadação de US$ 92,8 milhões em sua estreia de três dias nos Estados Unidos esse filme-concerto chega ao Brasil prometendo uma experiência única para os fãs e para os desavisados que embarcarem nessa. Assistir a quase três horas de projeção em pé, era algo que eu ainda não tinha vivido. O grande acerto dessa produção são os cortes, afinal, todo o resto já está dado e o desafio é entregar a sensação de estar lá, vivendo aquele momento e ainda, na primeira fila com imagens exclusivas. A experiência se torna uma espécie de catarse coletiva com o público dançando e gritando o tempo todo. Essa é uma tendência que vem aos poucos ganhando força, em que as salas de cinema podem funcionar também espaços para eventos coletivos. Para quem gosta da estrela pop, é imperdível e para quem não conhece, vai viver um momento no mínimo inusitado. Digo isso, positivamente. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Nina: A Heroína dos Sete Mares. Animação francesa que chega aos cinemas é uma boa opção para as crianças com muita aventura e uma certa dose de mitologia grega. No enredo Nina é uma ratinha que embarca em uma aventura com seus amigos para salvar sua cidade amada, após uma ameaça vinda dos Deuses. O resultado são as tradicionais lições de coragem, descobrimentos e união contra os mais diversos obstáculos. Visualmente, não tem a qualidade dos estúdios de Hollywood, mas isso não é um problema e consegue entregar uma boa animação. É uma aventura com contornos cômicos que tem nos personagens referencias interessantes como o Capitão Haddock que lembra o Mr. Magoo com uma sorte abençoada ou mesmo o Chico a gaivota, com tiques e certa inocência como Buzz Lightyear. Boa dica para as crianças que vão curtir. A indicação etária é livre para todas as idades.
Sugestão: A dica para assistir em casa nesta semana vai para John Wick 4: Baba Yaga. Disponível na Amazon Prime Video e estrelado por Keanu Reeves, essa franquia reinventou o Bang Bang urbano com sequências de ação nunca antes vistas. Para quem não conhece, recomendo buscar os anteriores e assistir na ordem.
