Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Um Filme Minecraft. Minecraft é um dos jogos mais populares e influentes da história dos videogames. Essa é a primeira incursão deste universo no cinema live-action o que carrega um enorme desafio. Como transformar a liberdade criativa e não linear do jogo em uma história com estrutura tradicional? No enredo temos quatro indivíduos que são transportados para o mundo cúbico de Minecraft através de um portal e lá, enfrentam diversos perigos e criaturas conhecidas do jogo, como Piglins e Zumbis, enquanto buscam uma maneira de retornar. A trama aborda valores como imaginação, colaboração e crescimento pessoal, alinhando-se com os princípios fundamentais que tornaram o jogo um sucesso. A direção de Jared Hess trabalha com o humor absurdo enquanto os efeitos visuais merecem destaque, conseguindo recriar o universo pixelado de Minecraft de forma realista e imersiva. No elenco Jack Black entrega uma performance energética enquanto Jason Momoa carrega um tom cômico inesperado que adiciona leveza à narrativa. Danielle Brooks, Emma Myers e Sebastian Eugene Hansen complementam o elenco principal. Para os fãs do jogo, especialmente no que diz respeito ao design ultrarrealista dos personagens, pode causar estranheza, mas são escolhas e não atrapalham a experiência. Apesar de divertido, o filme peca pela falta de coerência na história e o baixo desenvolvimento emocional dos personagens. É sem dúvida uma tentativa ambiciosa ao adaptar um jogo conhecido por sua liberdade criativa e conta com atuações carismáticas, além de uma estética visual fiel ao material original, porém, o filme enfrenta desafios em equilibrar a essência aberta do jogo com uma história coesa. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia nesta semana é Código Alarum. Dirigido por Michael Polish, esse é um thriller de ação que conta a história de ex-agentes secretos que, ao decidirem levar uma vida tranquila, se veem envolvidos em uma perigosa trama internacional após encontrarem um pen drive ultrassecreto durante uma estadia em um resort isolado. O que temos aqui são temas clássicos de espionagem, como traição, confiança e sobrevivência, mas a execução desses elementos não alcança a profundidade esperada, resultando em uma trama previsível e pouco inovadora. Com problemas de ritmo e edição, o diretor Michael Polish tenta mesclar realismo com estilização nas cenas de ação. No elenco temos Scott Eastwood e Willa Fitzgerald que até se esforça, mas carecem de química enquanto Sylvester Stallone apresenta uma atuação que, embora traga sua presença marcante, não adiciona nuances significativas ao personagem. A participação de Isis Valverde marca sua estreia em produções internacionais, mas seu papel é limitado. Em resumo, é um filme com falta de originalidade aliada a atuações medianas e uma direção pouco inspirada. Nada a acrescentar ao gênero de ação e espionagem. A indicação etária é para maiores de 16 anos.
Estreia também nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo Desconhecidos. Esse é um thriller psicológico dirigido por J.T. Mollner, que narra a perseguição intensa entre uma mulher e um homem em uma trama que desafia as expectativas do público. A narrativa é estruturada em seis capítulos apresentados fora de ordem cronológica, o que instiga o espectador a montar o quebra-cabeça dos eventos. Essa escolha narrativa busca explorar temas como dinâmicas de poder, consentimento e violência, levando o público a questionar estereótipos e julgamentos precipitados. J.T. Mollner optou por filmar em 35mm, o que imprime uma textura visual interessante e diferenciada, no entanto, essa abordagem estética, em alguns momentos, se sobrepõe à profundidade narrativa, resultando em uma experiência que privilegia a forma em detrimento do conteúdo. Isso não é de fato ruim, mas sim uma escolha que, para certos olhares, pode somar ou atrapalhar a experiência ao assistir ao filme. No elenco temos como destaque Willa Fitzgerald que entrega uma combinação de vulnerabilidade e determinação e Kyle Gallner com um personagem intenso e ameaçador. O filme pode parecer pretencioso ao tentar subverter convenções do gênero ao apresentar uma narrativa não linear, mas tem uma proposta ousada, o que pode dividir opiniões. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
Mais uma estreia nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Presença. O filme de terror psicológico dirigido por Steven Soderbergh oferece uma abordagem inovadora ao gênero de casas assombradas ao narrar a história sob a perspectiva de um espírito que habita a residência. A trama acompanha uma família que se muda para uma casa recém-reformada em busca de um recomeço após um período difícil. No entanto, a nova moradia revela-se palco de eventos sobrenaturais inquietantes. A narrativa explora as dinâmicas familiares disfuncionais e os traumas individuais de cada membro da família Payne. Chloe, a filha adolescente, é particularmente sensível à presença do espírito, refletindo sua própria luta interna após a perda de sua melhor amiga. O filme aborda temas como luto, negligência parental e a busca por conexão em meio ao isolamento emocional. Ao apresentar a história do ponto de vista do fantasma, Soderbergh convida o espectador a uma experiência voyeurística, observando os conflitos e segredos da família de maneira íntima e perturbadora. No elenco Lucy Liu interpreta uma mãe obsessiva enquanto Chris Sullivan, como o pai passivo Chris, retrata a figura paterna omissa. Inovador, Steven Soderbergh entrega um filme que não apenas assusta, mas também provoca reflexões sobre os laços familiares e os fantasmas internos que cada um de nós carregamos. Vale muito sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Um Dia Daqueles. Essa é uma comédia que acompanha duas amigas e colegas de quarto, que enfrentam uma série de situações inusitadas ao tentarem arrecadar dinheiro para pagar o aluguel. É uma premissa simples, mas a ideia interessante é que tudo acontece em um único dia, criando uma atmosfera de urgência o que impulsiona de forma eficiente a ação dramática. Sob a direção de Lawrence Lamont, o filme equilibra humor e momentos de tensão, mas cai na armadilha de recorrer a momentos forçados, com transições abruptas, o que prejudica o ritmo e a fluidez. O roteiro de Syreeta Singleton é inteligente e captura a essência das comédias ambientadas em comunidades nos EUA. O ponto alto desta produção está nas atuações, principalmente da Keke Palmer que demonstra seu talento cômico com uma performance enérgica e carismática, enquanto SZA surpreende em sua estreia no cinema, exibindo carisma e bom timing. O filme aborda temas como amizade, resiliência e solidariedade feminina, explorando como as relações são testadas em momentos de crise. É uma boa opção para assistir uma comédia, tanto quanto entretenimento, como para uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas por muitos na sociedade atual. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Robô Selvagem. Uma das animações mais encantadoras de 2025, agora disponível no Amazon Prime Video, o filme conta a emocionante história de um robô que, após um naufrágio, vai parar em uma ilha deserta e precisa aprender a se adaptar, entendendo como conviver com o ambiente e os animais que ali vivem. Com visual belíssimo e uma narrativa tocante, é uma excelente opção para curtir com toda a família.
