Filmes da semana de 04/12 a 10/12

04/12/2025 11:34:20
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Detetives do Prédio Azul 4 – O Fantástico Reino de Ondion. Essa continuação representa um ponto de inflexão na franquia, que nasceu na televisão e se consolidou no cinema, expandindo drasticamente o universo conhecido do Prédio Azul. O enredo central abandona, em grande parte, os mistérios limitados ao condomínio para lançar os protagonistas Mel, Zeca e Max em uma missão de alta fantasia que se passa em um reino paralelo, Ondion, após o desaparecimento de Max. Essa mudança é o elemento mais definidor da obra, transformando a dinâmica de “detetives mirins de bairro” em uma aventura épica de resgate. Embora essa expansão permita um espetáculo visual mais ambicioso, com cenários e figurinos vibrantes, repletos de elementos lúdicos como flores falantes e criaturas mágicas, ela exige que o filme adote uma estrutura narrativa mais simples e previsível, seguindo a cartilha de contos de fadas com busca por artefatos mágicos (o Cetro Onírion) e um confronto direto com vilões caricatos (Juks e Rumorum), o que, embora funcional para o público-alvo, mitiga a originalidade narrativa esperada de uma produção cinematográfica. A direção de Mauro Lima prioriza, sem dúvida, o lúdico e o encantamento, garantindo que o filme cumpra sua função primária de entreter e maravilhar o público infantil. A estética é colorida e o ritmo é acelerado, utilizando a tecnologia para criar um mundo mágico que cativa a atenção das crianças em idade escolar. Contudo, a necessidade de incluir núcleos de personagens queridos da série, como Berta, Leocádia e Theobaldo, muitas vezes fora do Reino de Ondion, resulta em um roteiro levemente disperso, que insere subtramas que nem sempre avançam de forma eficiente a missão principal, afetando o ritmo para um espectador adulto sem, no entanto, prejudicar a experiência das crianças. O grande mérito do filme reside, portanto, na sua capacidade de celebração. É uma festa visual que reforça temas de amizade e coragem, mantendo o tom acessível e moralmente claro, utilizando o carisma do elenco e a familiaridade da franquia para proporcionar um entretenimento leve e direto, ideal para o seu público fiel. Resumindo, D.P.A. 4 é bem-sucedido em sua missão de entregar uma aventura mágica de grande escala, mesmo que sacrifique a complexidade narrativa em prol da diversão visual e da fidelidade ao seu nicho de mercado. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 6 anos.

A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Five Nights At Freddy´s 2. Essa é uma sequência que chega como uma tentativa clara de capitalizar o surpreendente sucesso de bilheteria do primeiro filme, consolidando a adaptação da popular franquia de videogames como um produto de terror acessível ao grande público, mantendo sua classificação indicativa mais branda para atrair fãs de todas as idades. O filme se propõe a expandir a já complexa mitologia criada por Scott Cawthon, retomando a história de Mike (Josh Hutcherson) e sua irmã Abby (Piper Rubio) após os eventos do primeiro longa. A narrativa tenta ir além dos limites do antigo restaurante, liberando os animatrônicos malignos para aterrorizar o mundo exterior, introduzindo novos mascotes e explorando, por meio de flashbacks e novas revelações, a sombria história por trás do assassino em série William Afton. Embora o filme consiga expandir a mitologia e introduzir novos elementos de lore que agradam aos fãs dedicados, ele é criticado por frequentemente sucumbir a incoerências, furos e reviravoltas de roteiro que parecem apressadas ou forçadas, o que compromete a coesão dramática e o desenvolvimento orgânico da trama. A diretora e roteirista Emma Tammi mais uma vez lida com o desafio de equilibrar o terror sobrenatural com a necessidade de manter o filme leve o suficiente para o seu público misto. O grande trunfo visual de FNAF 2 continua sendo o trabalho da Jim Henson’s Creature Shop, que mais uma vez é a verdadeira estrela, trazendo os animatrônicos à vida com um design físico impressionante e assustador. No entanto, a direção falha em elevar o nível do terror, optando por jump scares esperados e evitando a violência explícita, o que faz com que o filme seja inanimado e pouco assustador para o público hardcore de terror, não conseguindo se libertar da convencionalidade do gênero para o qual se propõe. O elenco tenta dar vida a um roteiro que muitas vezes é insípido ou simplificado em excesso. Josh Hutcherson retorna como Mike Schmidt, e, embora se esforce para transmitir a carga emocional de seu personagem, lidando com traumas de infância e a responsabilidade de cuidar de Abby, sua atuação é limitada pela superficialidade do drama. Piper Rubio (Abby) tem um desempenho elogiável ao interpretar a criança com dificuldades de socialização que se conecta com as máquinas, enquanto Elizabeth Lail (Vanessa) é convincente no papel da policial assombrada por seu passado, embora seu arco também sofra com as conveniências do roteiro. A presença de Matthew Lillard, cujo papel no universo Afton é crucial, serve como um elo carismático com a base de fãs, mas, no geral, as atuações, embora competentes, não conseguem compensar as deficiências do material de origem, que prioriza a expansão do universo em detrimento da profundidade psicológica dos personagens. O filme é claramente destinado a jovens fãs da franquia de jogos que buscam ver a mitologia na tela grande, sem se preocuparem tanto com a lógica estrita ou o terror visceral. A inclusão de novos personagens e a mudança de cenário demonstram a intenção de manter o universo vivo para futuras sequências, garantindo sua rentabilidade com um orçamento modesto. Para os fãs vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão: A dica para assistir em casa desta semana vai para a aguardada temporada final de Stranger Things (Volume 1). É como uma preparação para a guerra total contra Vecna e o Mundo Invertido. A série abraça uma escala épica e um tom sombrio e apocalíptico, tratando o conflito em Hawkins como uma ameaça existencial. O ponto alto é o resgate do foco emocional nos personagens, com Will Byers sendo centralizado novamente na trama como uma peça-chave conectada diretamente ao vilão. A temporada mantém um ritmo intenso e de urgência constante, elevando a tensão dramática e os confrontos diretos. Contudo, apesar do alto risco, a ausência de mortes de personagens principais no final do primeiro volume deixa a sensação de que o perigo fatal foi atenuado. É um início visualmente impactante e grandioso que estabelece as bases emocionais e estratégicas para um desfecho definitivo.

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