Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Inexplicável. Baseado no livro O Menino que Queria Jogar Futebol: Uma História de Fé e Superação, do escritor Phelipe Caldas sobre acontecimentos reais de um menino de 8 anos apaixonado por futebol que é diagnosticado com uma doença grave logo após conquistar o título de campeão no futsal. A história aborda como sua família enfrentou os desafios com força e fé, enquanto buscava superar as adversidades. Os pontos fortes desta produção estão na própria história e nas atuações de Letícia Spiller e Eriberto Leão que tornam tudo mais intenso e conseguem tocar o coração do público. A direção de Fabrício Bittar entrega uma atmosfera imersiva, mas o roteiro não sustenta uma narrativa sólida, passando por caminhos fáceis para sustentar a tensão sem se aprofundar em temas relevantes, deixando lacunas. Independente disso, é um drama familiar intenso que nos faz questionar a vida, nossas prioridades e o próprio tempo que temos. Importante ressaltar que parte da renda será revertida ao Hospital do GRAACC, que apoia crianças com câncer. É um bom drama que ainda carrega um impacto social importante. Devemos aplaudir iniciativas como essa e nos mobilizar fazendo parte e assistindo nos cinemas. Vale muito o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 12 anos.
Outra estreia desta semana é O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim. Sucesso nos cinemas, a saga de Tolkien retorna desta vez com uma animação com uma prequel ambientada 183 anos antes dos eventos principais. O enredo é sobre o lendário rei Helm Hammerhand, fundador do Abismo de Helm, e sua luta contra Wulf, um lorde dos Dunlendings, em um conflito sangrento que moldou a história de Rohan. Visualmente a animação apresenta um estilo híbrido que remete ao anime, com cenários ricos e detalhados, evocando a grandiosidade visual da trilogia original. Destaque para as batalhas, como não poderia deixar de ser. A trama equilibra ação e desenvolvimento de personagens, com dilemas morais e estratégicos enfrentados pelos líderes de Rohan. Philippa Boyens, que trabalhou na trilogia de Peter Jackson, prestou uma consultoria importante o que garantiu fidelidade ao universo Tolkien. Tudo isso foi para capturar a essência épica de Tolkien, oferecendo uma nova perspectiva sobre eventos históricos da Terra-média. É uma obra que vai agradar tanto aos fãs quanto a novos espectadores. Uma produção que homenageia trilogia original, enquanto inova no formato. Vale muito o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 14 anos.
Estreia também nesta semana O Conde de Monte Cristo. Mais uma adaptação de um clássico da literatura escrito por Alexandre Dumas, pai e Auguste Maquet, chega aos cinemas em uma versão francesa. Essa é uma das obras mais adaptadas de todos os tempos e conta com a direção de Matthieu Delaporte e Alexandre De La Patellière, que também escreveram o roteiro. Essa é uma obra épica que equilibra fidelidade ao romance com elementos modernos. A direção prioriza uma narrativa fluida, mesmo com a duração de quase três horas, mantendo um ritmo ágil sem sacrificar a profundidade emocional. As locações autênticas são grandiosas e o ponto forte desse drama se concentra no personagem que se transforma de um jovem ingênuo para o implacável Conde de Monte Cristo. Destaque também para o figurino e para as atuações. No elenco temos Pierre Niney, Anaïs Demoustier, Bastien Bouillon e Anamaria Vartolomei, entre outros, todo muito bem, dentro da qualidade inquestionável da dramaturgia francesa. Temos aqui uma adaptação definitiva desse clássico com o tamanho e força que a obra exige. No Festival de Cannes, o filme foi exibido com aclamação da crítica e já é cotado como o vencedor do César, o maior prêmio do cinema francês. Vale muito o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 14 anos.
A última estreia desta semana é Sting – Aranha Assassina. Esse é uma abordagem clássica de terror sobre criaturas criando um clima claustrofóbico, ambientado em um prédio isolado durante uma nevasca. O enredo é sobre uma aranha alienígena encontrada por uma menina que a cria como animal de estimação, ignorando o perigo que cresce à medida que a aranha se desenvolve. O roteiro peca deixando um desequilíbrio entre os momentos de tensão e as explicações sobre a criatura, o que enfraquece a narrativa. Apesar disso, o formato que mistura o passado e o presente mantém o suspense mesmo sendo tudo muito previsível. Um ponto forte desta produção são os efeitos visuais, principalmente da aranha e suas interações com o ambiente. No elenco temos Alyla Browne que entrega bem a inocência e o vínculo com a criatura. Temos ainda Ryan Corr, Noni Hazlehurst e Robyn Nevin, entre outros, que fazem o que podem sem destaques, até mesmo por serem pouco aproveitados ou com arcos muito previsíveis. O roteiro ainda flerta com a crítica social, mas não se aprofunda. Para fãs de terror, pode agradar sim, apesar de ser mais do mesmo. Ainda assim vale o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 16 anos.
Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para Senna. Serie que entrou para o catálogo da Netflix, estrelada por Gabriel Leone, ela faz um recorte do ídolo mundial que fez história nas pistas em todas as modalidades que participou. A produção brilha especialmente nas cenas de corrida, com efeitos visuais impressionantes e um design meticuloso que recria o ambiente da Fórmula 1 dos anos 80 e 90. A atuação de Gabriel Leone como Senna é um ponto alto, capturando a intensidade e o carisma do piloto. No entanto, o roteiro peca por acelerar momentos importantes e não aprofundar as relações pessoais criando lacunas na narrativa. Independente disso, é uma obra memorável para nós brasileiros, tanto para quem acompanhava as corridas aos domingos, como para quem pouco conhece uma das maiores referências do esporte em todo mundo.