Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Emilia Perez. Com 13 indicações ao Oscar de 2025, este filme chegou cercado de expectativas e polêmicas, misturando drama e musical. O enredo é sobre a transição de gênero de um poderoso chefe do narcotráfico e os dilemas que ele passa a enfrentar. O filme trabalha uma estrutura narrativa fragmentada que mistura diferentes gêneros dramáticos o que enfraquece a imersão e causa certa estranheza. Com um roteiro excessivamente didático, o filme trata os conflitos morais de maneira simplificada mesmo explorando temas complexos. No elenco temos Karla Sofía Gascón, que interpreta Emilia Pérez trazendo muita autenticidade ao papel. No entanto, os coadjuvantes como Zoe Saldaña e Selena Gomez, não tiveram o desenvolvimento necessário para criar o impacto esperado. Mais um problema é a forma romantizada da visão europeia dos carteis de drogas do México sem levar em conta a complexidade dessas organizações. Sem coesão narrativa, com problemas no desenvolvimento dos personagens e com exageros, lembrando uso do musical como recurso narrativo, o filme impacta pela premissa, pela atuação da Karla Sofía Gascón e principalmente, pela ousadia e o tema, rompendo barreiras tanto na narrativa quanto na representatividade. É sem dúvida uma fonte de debates que precisou de muita coragem, apesar da sua execução problemática, com um roteiro que não consegue equilibrar todos os elementos. Não é um filme para todos, fica o aviso! Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 16 anos.
Outra estreia nesta semana em Nova Friburgo é Blindado. Essa é uma fórmula tradicional dos filmes B, em que escalam um nome forte, no caso Sylvester Stallone, que gravou suas cenas em praticamente um único dia, com um enredo que daria para ser contado em dez minutos e se arrasta por mais de uma hora. A história acompanha um grupo de agentes de transporte de valores que são encurralados dentro de um carro-forte durante uma emboscada. Conforme a tensão aumenta e a desconfiança entre os personagens cresce, se desenvolve um jogo psicológico que explora dilemas morais e questões de sobrevivência. No elenco, além de Stallone, temos Jason Patric, Dash Mihok e Josh Wiggins, todos sem conseguir desenvolver seus personagens mesmo com o roteiro apelando para flashbacks tentando fugir da ponte, onde tudo acontece. A produção também não entrega algo convincente, com efeitos de pós-produção primários. É sem dúvida um dos piores filmes do ano que nasceu de uma proposta simplista e enfrentou tantos problemas que acabou não entregando algo minimamente interessante. Só mesmo para os desavisados e fãs do Stallone, aliás, essa é mesmo a ideia. A indicação etária é recomendada para maiores de 14 anos.
Estreia também nesta semana em Nova Friburgo Dragon Ball Daima. Em comemoração aos de 40 anos de Dragon Ball, chega aos cinemas essa animação com uma proposta visual diferenciada e um enredo que reimagina seus personagens clássicos, a série despertou grande curiosidade e dividiu opiniões entre fãs e críticos. No enredo Goku e outros personagens por meio de um feitiço misterioso são transformados em versões infantis de si mesmos. Eles embarcam em uma jornada para restaurar suas formas originais enquanto enfrentam novos desafios e adversários. A produção conta com o envolvimento direto de Akira Toriyama, o que trouxe um novo frescor à franquia. O roteiro mantém o equilíbrio entre humor e ação, características essenciais do universo Dragon Ball. Embora divertida a animação parece reciclada, sem grandes inovações em comparação a outras sagas. O maior problema mesmo é que a trama infantiliza excessivamente os personagens, afastando-se do tom épico de Dragon Ball Super. Ainda assim, vale pela nostalgia e a estética renovada. São os três primeiros episódios da série que entrega uma animação de alta qualidade em uma história leve e divertida. A indicação etária é recomendada para maiores de 10 anos.
O último filme que estreia nesta semana em Nova Friburgo é Acompanhante Perfeita. Transitando entre o terror e ficção científica com sátira social, o filme explora as complexidades das relações humanas e a influência da tecnologia em nossas vidas. O enredo é sobre um casal que vive um romance praticamente perfeito, mas, em uma viagem uma revelação se torna um pesadelo que leva a uma análise profunda sobre controle, identidade e a natureza das emoções humanas. Dirigido por Drew Hancock, o filme apresenta uma abordagem que transita suavemente entre gêneros. Hancock aproveita bem as reviravoltas com momentos de tensão e reflexão. No entanto, o roteiro não se aprofunda nos temas deixando mutas discussões em aberto. No elenco temos Sophie Thatcher e Jack Quaid, ambos com atuações convincentes aproveitando bem as complexidades dos personagens. Essa é uma obra que, apesar de algumas limitações, oferece uma perspectiva instigante sobre as interseções entre humanidade e tecnologia, convidando o público a questionar as fronteiras do que significa ser humano na era digital. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 16 anos.
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Robô Selvagem. Essa é uma das melhores animações dos últimos anos que apresenta um robô que naufraga em uma ilha desabitada e deve se adaptar ao ambiente hostil, estabelecendo gradualmente relações com os animais. Um filme para assistir com a família e que vai emocionar a todos. Disponível em diversas plataformas para alugar.