Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Uma Advogada Brilhante. Leandro Hassum é um ícone da comédia de exageros e faz isso muito bem. Neste filme Michelle, é um advogado cujo nome, comum na Itália para homens, mas que gera confusão no Brasil, se encontra em uma situação em que vai ser demitido por ser homem por conta de uma política da empresa e decide se passar por mulher para manter seu emprego. Essa é uma situação perfeita para Hassum fazer todo tipo de piada e destilar seus maneirismos. A direção de Alê McHaddo é leve, mesmo se tratando de humor abordando temas tão delicados como desigualdade de gênero e assédio no trabalho. No elenco, além de Leandro Hassum, sempre carismático, temos Danilo Gentili, Ary França, Claudia Campolina e Marcelo Mansfield, entre outros, todos bem, mas em uma zona de conforto. Claro que não faltam clichês, principalmente machistas, mas fazem parte do contexto. Mesmo sem um aprofundamento sobre os temas abordados, é a típica comédia de choque de realidades que funciona perfeitamente para Hassum e vai agradar principalmente aos fãs do ator. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 14 anos.
Outra estreia nesta semana em Nova Friburgo é Mickey 17. Esse é um dos filmes mais aguardados do ano com a assinatura do cineasta Bong Joon Ho, baseado no livro de Edward Ashton que conta uma história de ficção científica sobre um “descartável” em uma missão de colonização no planeta Niflheim, cuja função é enfrentar tarefas perigosas que resultam em sua morte, enquanto ele é sucessivamente clonado para morrer novamente. Os contornos mudam quando ele sobrevive inesperadamente e retorna à base, encontrando sua versão clonada, o Mickey 18. O roteiro aborda questões como identidade, exploração corporativa e a natureza da humanidade, utilizando humor negro e sátira política. Bong Joon-ho imprime sua marca ao mesclar humor ácido com crítica social, criando uma atmosfera que lembra seus trabalhos anteriores, como “Snowpiercer” e “Okja”, mas sem o mesmo brilho, principalmente por conta da segunda hora do filme. Robert Pattinson se destaca como Mickey, e no elenco temos também Naomi Ackie, Mark Ruffalo, Steven Yeun e Toni Collette, entre outros. Mickey 17 oferece uma mistura de comédia e ficção científica com críticas sociais e éticas, mas sofre um pouco com explicações excessivas e subtramas prolongadas. Ainda assim, é um filme acima da média e vale muito o ingresso. A indicação etária é recomendada para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana em Nova Friburgo é O Macaco. Adaptação de um conto de Stephen King, este filme mistura elementos de terror e comédia evocando obras como “Premonição” e “The Evil Dead” mas sem o mesmo resultado. O roteiro expande a mitologia do conto original, atribuindo ao macaco uma presença mais ameaçadora e simbólica, representando a inevitabilidade da morte. A direção de Osgood Perkins enfatiza o humor ácido presente na história original de King, focando no macaco de brinquedo que causa mortes absurdas. É como nos filmes dos anos 80 de terror que o desafio do público, era prever quem vai morrer primeiro e como vai acontecer. O problema desse filme é não conseguir equilibrar os elementos se tornando basicamente um jogo de mortes bizarras que parece não ter fim. No elenco temos nomes como Theo James que interpreta os irmãos gêmeos, assim como Elijah Wood, Tatiana Maslany, Sarah Levy, entre outros, todos engessados pelo roteiro com interações previsíveis e diálogos ruins. Apesar de ter feito uma adaptação ousada ao combinar horror e humor negro, o filme não consegue equilibrar os elementos cômicos e assustadores, causando a ausência de um terror mais intenso. Ainda assim, temos mais uma vez Stephen King nos cinemas, mas é uma obra que vai tanto agradar, com decepcionar. Vale o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 18 anos.
Sugestão: Para assistir em casa a dica desta semana vai para Pobres Criaturas. Disponível na plataforma da Disney Plus, esse filme foi vencedor de 4 Oscars em 2024, incluindo o de Melhor Atriz para Emma Stone. Ele trabalha uma estética vitoriana e elementos steampunk em que uma jovem mulher é trazida de volta à vida por um excêntrico cientista. Ela retorna com uma mente infantil e um desejo insaciável por aprender e explorar o mundo. O filme se destaca ao desconstruir convenções sobre gênero, desejo e poder, nos levando a refletir sobre o verdadeiro significado da liberdade.
