Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Drácula: Uma História de Amor Eterno. O cineasta Luc Besson revisita o mito de Drácula com uma proposta marcadamente romântica e gótica, enfatizando o sofrimento emocional do vampiro imortal em vez do horror tradicional. A obra se destaca por seu apelo visual expressivo, com enredos ambientados entre a Idade Média e a Belle Époque, oferecendo uma releitura emocional que privilegia o amor eterno. O filme acompanha o príncipe Vladimir, um guerreiro medieval que é tragicamente separado de sua amada Elisabeta durante uma invasão brutal. Após sua morte, Vladimir é transformado em Drácula, um vampiro imortal atormentado pela perda e pelo peso da eternidade. O roteiro se divide entre a origem trágica do príncipe Vladimir e sua busca por um amor perdido, mas se perde entre romance, terror e momentos que soam deslocados, sem manter uma consistência entre o ritmo e o drama. No elenco Caleb Landry Jones encarna um Drácula atormentado, intenso e sedutor, enquanto Zoë Bleu equilibra sensualidade e inocência ao interpretar Elisabeta/Mina. Vale destacar a presença de Christoph Waltz, que mesmo em papel pequeno, adiciona forte peso dramático. O filme impressiona visualmente e se destaca por sua abordagem romântica intensa do mito vampírico. A direção estilisticamente segura de Besson, aliada à fotografia e atuações marcantes, cria uma experiência estética relevante, entretanto, a narrativa se afasta do terror visceral, alternando entre tom poético e momentos pouco coesos entregando uma releitura emocionalmente audaciosa, ideal para quem aprecia beleza gótica e tragédia amorosa, o que tem muita relação com o personagem Drácula. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda!. Continuação de Sexta-Feira Muito Louca de 2003, estrelado por Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, em que mãe e filha trocam de corpos após um desejo mágico, o filme segue com as protagonistas agora fazendo parte de uma família expandida com enteados e noras quando um novo incidente sobrenatural provoca múltiplas trocas de corpos, envolvendo não apenas mãe e filha, mas também outros membros da família. O enredo explora o impacto desse “troca-troca” em diferentes gerações e tipos de relacionamentos, criando situações cômicas exageradas com o foco continua no aprendizado mútuo e na empatia. A diretora Nisha Ganatra traz energia e organização a uma comédia caótica, equilibrando comédia física e emoção familiar. No elenco Jamie Lee Curtis domina a tela com seu timing cômico apurado, especialmente ao interpretar uma adolescente no corpo de uma senhora, enquanto Lindsay Lohan retorna com naturalidade ao papel, equilibrando nostalgia e modernidade. As jovens Julia Butters e Sophia Hammons ajudam a renovar a dinâmica, embora tenham momentos menos consistentes. Apesar do tom afetuoso e a capacidade do filme de fazer rir e emocionar, fica uma sensação de necessidade em ressuscitar a mágica original, com um ritmo barulhento e forte dependência de nostalgia. É uma comédia que se destaca pela química entre as protagonistas e, apesar de não reinventar o gênero, entrega o que promete em uma comédia leve, com toques de emoção e uma boa dose de caos, capaz de conquistar tanto fãs antigos quanto um novo público. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é A Hora do Mal. Esse é um filme denso, com subtextos sobre trauma, isolamento e a fragilidade da segurança em comunidade, que remete a obras de Stephen King e filmes como Prisoners e Magnólia. A direção de Zach Cregger se destaca ao mesclar tensão psicológica e horror explícito, mantendo um ritmo calculado em capítulos que revelam o enigma de forma gradual. O filme retrata o mistério que assombra a pequena cidade de Maybrook na madrugada em que 17 crianças de uma mesma turma desaparecem simultaneamente às 2h17, deixando apenas uma para trás. A narrativa se desenrola em sete capítulos interligados, cada um explorando diferentes perspectivas. Embora se enquadre no horror convencional, há clara ambição autoral e narrativa fragmentada, afastando-se de sustos óbvios e entregando uma obra com camadas de desconforto emocional. No elenco, Julia Garner é destaque, ancorando a narrativa com intensidade emocional, com Josh Brolin e Amy Madigan também com boas atuações, sendo Madigan especialmente elogiada pela expressão contida e perturbadora. É um horror sofisticado, fugindo de clichês e investindo em tensão emocional com um roteiro multifacetado, que combina mistério e horror psicológico-social. Zach Cregger se reafirma como um dos melhores diretores do gênero na atualidade com uma obra tecnicamente impecável imprimindo frescor e inteligência para uma narrativa sólida que não precisa de caminhos fáceis, onde a tensão está o tempo todo em alta, sem trégua. Até aqui, é sem dúvidas, o melhor filme de terror do ano. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Wandinha. Chegou ao catálogo da Netflix a segunda temporada de uma das séries de maior sucesso dos últimos anos em todo o mundo. A temporada consegue resgatar o espírito macabro da Família Addams, com uma atmosfera mais sombria e visual inspirado por Tim Burton, além de menos romance e mais mistério impactante. A trama aprofunda laços familiares e destaca personagens coadjuvantes, enriquecendo o universo da série. Jenna Ortega retorna com humor ácido e controle mais firme da personagem. Para quem viu a primeira temporada, é imperdível.









