Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo A Freira 2. Mais um filme de terror dirigido por Michael Chaves, que também fez Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio e A Maldição da Chorona, e que segue a mesma temática do primeiro de 2018, mas com uma produção de arte superior e o excesso de Jump scares de sempre. O roteiro consegue prender a atenção do público, apesar de não fazer nada de novo e com soluções pobres. Chaves consegue entregar boas cenas e o próprio filme mostra uma evolução do diretor, mas o problema é que temos mais do mesmo. São várias referências com a franquia Invocação do Mal, a começar pela Taissa Farmiga, irmã da Vera Farmiga e o enredo se passa em 1956, quando membros da igreja católica são assassinados, o que desperta a desconfiança do Vaticano de que o Valak, demônio poderoso, ainda está entre nós e precisa ser combatido. No elenco além de Taissa Farmiga, temos Storm Reid, Anna Popplewell, Jonas Bloquet e Bonnie Aarons, essa última seguindo no papel da Freira Demoníaca. Para quem gosta do tema e de tomar sustos, e são muitos, vai apreciar o filme, mas essa produção peca por não buscar por algo a mais. Fica na zona de conforto, faz bem-feito, mas não inova. De qualquer forma é mais um filme que segue uma fórmula que vem dando certo e fazendo fila de continuações. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Angela. Essa é uma cinebiografia de um episódio deplorável que ocorreu nos anos 70 que conta a história da socialite Ângela Diniz que foi covardemente assassinada por Raul Fernando após o rompimento da relação. Quase cinquenta anos após o evento, ainda seguimos debatendo e vivenciando casos de feminicídio no Brasil e seguimos nos envergonhando com cada vítima deste ato hediondo. Na pandemia, só para ressaltar como ainda estamos distantes de uma redução desses casos, 1005 mulheres morreram entre os meses de março a dezembro de 2020 no país, segundo o monitoramento de mídias independentes. Só por esses dados, já temos a dimensão e a necessidade em combater o feminicídio. No caso da Ângela, temos ainda o agravante da primeira sentença em que Raul Fernando saiu andando do julgamento para casa. O diretor Hugo Prata de Elis e Chorão: Marginal Alado já sabe bem como segurar o interesse do público mesmo em um caso já muito conhecido. O elenco é o ponto forte do filme, além claro da relevância, com Ísis Valverde e Gabriel Braga Nunes em sintonia perfeita, e ainda Emílio Orciollo Neto, Bianca Bin, Gustavo Machado e Alice Carvalho entre outros. É uma cinebiografia bem executada que joga no ventilador uma mácula da sociedade e que de alguma forma, faz uma homenagem para a Ângela Diniz, e todas as mulheres que sofreram e ainda sofrem agressões. Aqui em Nova Friburgo temos notícias frequentes de feminicídios, basta lembrar dois casos como o do duplo homicídio que ocorreu em Lumiar e o no cônego, em que morreram uma mulher grávida, juntamente com sua mãe e seu pai. Tudo isso é lamentável, vergonhoso e inaceitável. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
A última estreia em Nova Friburgo nesta semana é A Fada do Dente. Produzida na Alemanha, essa animação chega aos cinemas em todo Brasil e tem as mesmas dificuldades de outras que estão fora dos grandes estúdios e com orçamentos modestos. Ainda assim, o resultado é bom, não compromete visualmente e entrega o que se propõe, uma história fofa de fadas, multicolorida e com algum ensinamento para as crianças. Como sempre, o maior problema está no roteiro. É impressionante como seguem insistindo nos mesmos clichês e estereótipos. O enredo é genérico, não se arrisca. O pior mesmo é o vilão, faz tempo que não via algo tão ruim. Não compromete totalmente, mas em muitos momentos a animação se esforça muito para minar a paciência do público. Para as crianças, não faz tanta diferença, mas isso não serve de justificativa. O enredo é sobre uma fada de primeira viagem que precisa encontrar o dente de um menino para voltar para o “mundo das fadas” e acaba fazendo amizade com uma menina que recentemente se mudou para a cidade grande e não consegue se encaixar. A criatividade passou longe. Ainda assim, os pequenos vão gostar por conta do tema, das cores e da fofura, afinal são fadas e sempre agradam. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para CODA: No Ritmo do Coração. Disponível no HBO Max e vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2022 essa é uma obra sensível, forte e impactante. Para quem ainda não viu, essa é uma dica de imperdível.
