Filmes da semana de 10/07 a 16/07

12/07/2025 12:09:54
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Superman (2025). O retorno do Homem de Aço às telonas, agora sob o comando de James Gunn, representa mais que uma nova fase da DC, é uma tentativa de reconstruir o próprio pilar sobre o qual se sustenta a mitologia dos super-heróis modernos. Conhecido por equilibrar humor ácido e emoção sincera em seus trabalhos anteriores, Gunn aqui adota um tom mais contido, mas ainda pessoal. Gunn demonstra segurança na direção ao criar um equilíbrio delicado entre reverência e renovação. Ele evita tanto a gravidade excessiva quanto a comédia desenfreada dos universos anteriores. A narrativa é clara, direta e com ritmo bem calculado. O roteiro não reinventa a origem de Superman, mas oferece nuances mais humanas ao Clark Kent, explorando conflitos internos e um senso de dever moral que dialoga com os dilemas contemporâneos. Tecnicamente, Superman impressiona. Os efeitos visuais estão entre os mais polidos já vistos em um filme da DC. As sequências de voo, os embates em larga escala e a recriação de Metrópolis têm fluidez e coerência estética. Há um cuidado claro com a iluminação e o uso da cor. No elenco David Corenswet assume o manto com presença e vulnerabilidade. Embora inevitavelmente comparado a Christopher Reeve e Henry Cavill, ele oferece uma versão própria, mais contida, com um sorriso sincero e um olhar de alguém que carrega o fardo de ser diferente sem amargura. Rachel Brosnahan entrega uma Lois Lane carismática e independente. O elenco de apoio cumpre bem seu papel com destaque para o Nicholas Hoult como Lex Luthor e o Krypto, claro. Seguro demais em sua abordagem, esta produção preferiu o conforto ao risco criativo, especialmente no terceiro ato que se alinha aos padrões dos blockbusters convencionais. O filme mira em restaurar a imagem do herói como um modelo de virtude sem parecer ingênuo. Nesse ponto, ele acerta mais do que erra. A presença de elementos clássicos do legado como o idealismo puro, o jornalismo como farol ético e a dualidade identidade pública/privada são respeitados e atualizados de forma eficiente. É um passo firme em direção à reconstrução da identidade da DC no cinema. Pode não ser revolucionário, mas é exatamente o que o Superman precisava. Ser uma figura de esperança clara em um mundo que ainda busca por ela. Só para avisar, tem duas cenas pós-créditos. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

A outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Smurfs. Essa é uma tentativa de revitalizar a franquia, desta vez com o olhar criativo de Chris Miller, conhecido por seu trabalho em Gato de Botas e Shrek. Com uma estética completamente repaginada, o novo longa busca equilibrar nostalgia e modernidade. A animação é fluida, detalhada e vibrante, com ambientações que remetem ao universo dos Smurfs sem perder a sofisticação visual que se espera das produções atuais. A floresta, as vilas e até o castelo de Gargamel ganham vida com uma direção de arte que respeita a paleta clássica da série, mas que aposta em texturas mais realistas. O roteiro se propõe a explorar temas como identidade, comunidade e pertencimento, inserindo novos personagens e expandindo o universo dos Smurfs de forma mais ousada, mas muitas vezes se perde entre tentar agradar antigos fãs e dialogar com um público infantojuvenil moderno. O humor, por vezes, escorrega para o genérico, e o ritmo sofre em seu segundo ato, com alguns arcos narrativos pouco desenvolvidos. É previsível e falta um verdadeiro senso de risco ou emoção. É uma atualização competente, que aposta mais na segurança da familiaridade do que em ousadia narrativa. Para novos públicos, pode ser uma boa porta de entrada para esse universo enquanto para os fãs de longa data, vai ser uma aventura simpática, mas que talvez fique aquém das expectativas. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.

SUGESTÃO: A dica desta semana para assistir em casa vai para Nosferatu. No sombrio cenário da Europa do século XIX, uma jovem mulher começa a ser atormentada por uma presença misteriosa após a chegada de um conde enigmático à cidade. À medida que o pavor se espalha, um terror ancestral desperta o vampiro Nosferatu, uma criatura das trevas que consome não apenas sangue, mas também a essência da alma. Disponível na plataforma da Prime Video, nesta nova releitura do clássico do horror, a obsessão, o desejo e o medo se entrelaçam em uma história visualmente hipnótica, onde a luta pela sobrevivência é travada contra uma força que parece inescapável.

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