Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo A Sogra Perfeita 2. Essa continuação tenta equilibrar o frescor da comédia popular com a responsabilidade de manter viva a simpatia conquistada no primeiro filme, mas sem se repetir. O enredo aposta em uma protagonista que, diferente da versão inicial em que a trama girava em torno de questões de maternidade e independência, agora enfrenta dilemas mais amplos ligados à liberdade e às expectativas sociais em torno do casamento. Essa mudança de foco mostra maturidade no desenvolvimento de Neide, interpretada novamente por Cacau Protásio, que sustenta o carisma do longa e consegue transformar situações banais do cotidiano em momentos engraçados e afetuosos. A direção de Cris D’Amato em parceria com Bianca Paranhos imprime ritmo acelerado e aposta em uma comédia de costumes que dialoga bem com o público, ainda que por vezes abuse de situações caricatas e previsíveis. O elenco de apoio funciona como combustível extra para a narrativa, com nomes como Evelyn Castro e Luís Miranda entregando performances que reforçam a atmosfera de exagero típica do gênero, enquanto Ricardo Pereira e Maria Bopp ampliam a diversidade de estilos em cena. No enredo, Neide está curtindo sua liberdade após ver os filhos seguirem seus caminhos. Tudo muda quando seu namorado Oliveira, a pede em casamento e ela recusa, mas o boato de que a festa vai acontecer se espalha pela vizinhança. O conflito com a “sogra da sogra” introduz um frescor, mas também repete fórmulas de choque cultural já vistas em outras comédias nacionais. O filme se posiciona como um entretenimento leve, pensado para risadas fáceis e identificação imediata, ainda que dificilmente vá agradar aos mais exigentes que buscam inovação estética ou roteiros menos previsíveis. No fim, o que sustenta a obra é a entrega de Cacau Protásio e a forma como o filme reafirma a autonomia feminina como eixo de sua narrativa, mantendo o equilíbrio entre humor escrachado e uma mensagem que, mesmo simples, dialoga com a realidade de muitas mulheres. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Outra estreia desta semana é Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito. Dirigido por Haruo Sotozaki, a animação entrega o aguardado arco final do mangá, que se passa inteiramente no icônico Castelo do Infinito. Diferente dos filmes anteriores que serviam como pontes entre temporadas, este é um longa-metragem original que mergulha diretamente no clímax da história. O filme não apenas entrega as batalhas que os fãs esperavam, mas também a profundidade emocional necessária para o desfecho da jornada de Tanjiro e seus amigos. A direção de Sotozaki consegue manter a tensão e o ritmo acelerado, fazendo com que cada confronto seja grandioso e cada momento silencioso, impactante. O filme aprofunda história do carismático Hashira das Chamas, Kyojuro Rengoku, transformando-o de um personagem secundário em uma figura central e inesquecível. É o auge da animação do estúdio Ufotable, com sequências de combate épicas e fluidas que se tornaram a marca da franquia. É para os fãs, quem não tem um conhecimento prévio, assistir essa animação seria como começar a ler um livro pelo meio, você veria os eventos, mas não sentiria a força completa da narrativa ou a profundidade das relações entre os personagens. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Downton Abbey: O Grande Final. O filme é uma carta de amor ao público, reunindo tudo o que tornou o universo de Downton tão querido. O enredo equilibra drama de época e diálogos afiados, com a intriga da vida tanto da família Crawley quanto de seus dedicados serviçais. A trama principal se divide elegantemente entre a chegada de uma equipe de cinema à mansão, que traz um humor moderno e um toque de glamour hollywoodiano à rotina, e uma viagem ao sul da França para desvendar um mistério sobre o passado da Condessa Viúva, Violet Crawley. Essa dualidade permite ao filme não apenas celebrar o charme habitual da série, mas também oferecer um ponto final digno e profundamente emocionante para a jornada de sua personagem mais icônica. O elenco, perfeitamente à vontade em seus papéis, é um dos maiores trunfos. A performance de Maggie Smith se destaca como um dos pontos altos, equilibrando a lendária acidez da Condessa Viúva com uma nova e tocante vulnerabilidade. A direção de Simon Curtis, por sua vez, é segura e elegante, priorizando a beleza visual e as paisagens deslumbrantes, tanto de Downton quanto da Riviera Francesa. O filme é puro fan-service, uma experiência visualmente agradável e reconfortante, mas com uma trama previsível e sem conflitos substanciais. É um último e belo adeus a um mundo que marcou a vida de muitos, e a jornada de Violet Crawley por si só já justifica a sessão, oferecendo o fechamento que o público esperava. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Pssica. Série brasileira disponível na Netflix, se destaca por sua audaciosa mistura de folclore e horror corporal, criando uma atmosfera perturbadora. A trama, que explora a lenda da “Pisadeira” sob uma perspectiva moderna, peca pela falta de profundidade em seus personagens, que servem mais como arquétipos para o desenrolar da narrativa do que indivíduos complexos. A direção, embora competente em construir tensão e utilizar efeitos práticos de forma eficiente, se perde em um ritmo lento, mas no geral, é uma obra com potencial que carrega uma experiência visualmente interessante.









