Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Meu Nome é Gal. Mais uma cinebiografia chega aos cinemas e desta vez, temos a trajetória de Maria da Graça Costa Penna Burgos que se tornou um dos ícones da música brasileira, referência na tropicália e vista por muitos como a maior cantora brasileira, a Gal Costa. As diretoras Dandara Ferreira e Lô Politi possivelmente em consonância com a personalidade discreta da artista, buscaram uma abordagem intimista, sem levantar muitas polêmicas, utilizando a música como veículo de comunicação e expressão de seus sentimentos e angústias. É uma narrativa que buscou pela sensibilidade, focando nos detalhes para trilhar a evolução da menina que se transformou em um furacão arrebatando o Brasil e o mundo. Um dos pontos fortes desta produção está no elenco com destaque para Sophie Charlotte que interpreta a Gal com muita expressão corporal, força e explosão. No elenco ainda temos Rodrigo Lelis, Dan Ferreira, Camila Márdila, Luis Lobianco, Dandara Ferreira, Fábio Assunção e muitos outros. Importante citar a forma como a ditadura foi abordada, sempre em curtos clipes apenas para posicionar o momento histórico, como uma recusa das diretoras a dar um destaque a um período tão sombrio. As cidades também são utilizadas buscando ressaltar a ação dramática. Enquanto os momentos no Rio de Janeiro são de belas paisagens, em São Paulo a sensação é de uma prisão, poucas cores e apenas janelas para observar o mundo. É quando a Gal explode. Existem vários problemas, mas esse é um quadro complexo de pintar. Mostrar uma Gal passiva pode incomodar, assim como algumas escolhas, principalmente ao final, mas o que temos nesse filme são algumas camadas e uma homenagem sensível. Pode não ter conseguido traduzir a grandiosidade da cantora para a música, mas entendo que foi uma opção e muito bem-vinda. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é O Exorcista – O Devoto. Com indicações a diversos Oscars, incluindo o de Melhor Filme, o Exorcista lançado no Brasil em 1974 foi um marco do gênero terror e se mantem potente até hoje. Dito isso, 39 anos depois temos uma continuação, pelo menos é assim que foi anunciado, como se os outros filmes como O Exorcista II – O Herege e O Exorcista 3 não existissem, tentando surfar de forma canastrona com um filme inacreditável e constrangedor. São muitos os problemas, principalmente no roteiro que inicia na tragédia ocorrida no Haiti que matou mais de 200 mil pessoas e simplesmente pula para uma história de possessão sem qualquer tato, com referências bobas e situações ridículas. Esse seria um filme de três, mas não acredito que siga. Ainda assim, vai ter quem goste por conta do terror simplório, mas confesso que não esperava tão pouco. É inacreditável ver Ellen Burstyn se prestando a um papel como esse apenas para servir como referência por ter atuado no original. Certamente o valor oferecido foi maior do que a possibilidade de recusar. Uma pena! Esquecível, nada a acrescentar e até constrangedor. Não falei sobre o enredo, a maquiagem, nem sobre o roteiro, não vale citar. Vamos aguardar para ver o que vai acontecer, afinal, foram gastos milhões para a realização de três filmes e bateu tão forte no muro logo no primeiro que tudo pode acabar por aqui. A indicação etária é para maiores de 16 anos.
Estreia também esta semana em Nova Friburgo é Trolls 3 – Juntos Novamente. Inspirado nos brinquedos criados por um dinamarquês, em 1959, que fizeram muito sucesso, chega aos cinemas mais um filme desses pequenos personagens coloridos de cabelos espichados para seguir a proposta de entretenimento visual e musical de videoclipe e claro, alavancar a venda de brinquedos. O enredo tem uma trama simples com vilões, rupturas e descobertas, tendo um pano de fundo que remete as boybands dos anos 80. A narrativa segue o tom com piadas rápidas e muita ação. Essa animação vem sendo muito elogiada, já cogitada para o Oscar de Melhor Animação e muito disso em virtude da proposta que trabalha a percepção sensorial de psicodelia, remetendo as origens dos brinquedos. Vai agradar a todos. Ótimo para assistir com a família. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todos os públicos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Uma Fada Veio Me Visitar. Baseado no livro de mesmo nome da jornalista e escritora Thalita Rebouças o filme abraça esse universo infantojuvenil de problemas na escola, nos relacionamentos com um toque de fantasia e comédia. No enredo Luna, preocupada com o mal desempenho nas provas o que poderia resultar em uma punição com o fim das festas, cinemas, shoppings ou internet, ela recebe a visita de uma fada e juntas, vão trabalhar para resolver as demandas da mocinha. É uma produção direcionada que busca nas referências e situações embaraçosas os pilares para desenvolver as ações. No elenco temos Tontom Périssé, Xuxa Meneghel, Dani Calabresa, Zezeh Barbosa, Tatsu Carvalho entre outros. Vale citar a ótima participação, ainda que breve, da Thalita Rebouças que revela um engajamento maior desta vez com uma adaptação de suas obras. O enredo não tem novidades e as sacadas de referenciar ícones dos anos 80 como Boy George, Madonna, Cyndi Lauper pode entre outros, não fazer sentido para os adolescentes atualmente. Esse é um dilema, a Xuxa tem uma carreira gigante, mas o que fazer agora, décadas depois? Para quem ela está comunicando? Eu mesmo, que convivi em bastidores da televisão nos anos 80, não curtia seu programa e muito menos as músicas. Isso em nada muda a força e relevância de sua história, mas a renovação é muito difícil, principalmente quando se chega no topo e tudo que esperam é mais do mesmo. Voltando ao filme, vai agradar ao público para quem essa produção se destina. Não tem muita força e a novidade mesmo é a Xuxa. Novidade? Só com muita pipoca mesmo. Ainda assim vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para Não Conta Lá Em Casa. Série que acompanha jornalistas brasileiros disponível na Globoplay, tem na sexta temporada um destaque para o momento atual, em que os rapazes vão para Israel e a Palestina para acompanhar o dia a dia do conflito na região que já dura mais de sete décadas.










