A única estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Truque de Mestre – O 3° Ato. Dirigido por Ruben Fleischer (de Zombieland e Venom), o filme mantém a assinatura visual da franquia com ritmo acelerado, edição ágil e um foco no espetáculo. A produção não economiza, entregando uma aventura global, polida e cheia de truques tecnologicamente impressionantes, mantendo o valor de entretenimento visual que marcou os antecessores. O problema central reside no roteiro. A trama busca reunir os Cavaleiros originais, incluindo o retorno de Isla Fisher, ausente no segundo filme, ao mesmo tempo em que introduz uma nova geração de ilusionistas (Dominic Sessa, Ariana Greenblatt e Justice Smith). Essa divisão de foco parece que foi o maior desafio. O filme tenta ser uma continuação direta e um reboot suave simultaneamente. O enredo, centrado em um novo grande golpe envolvendo um diamante e uma nova antagonista, é descrito como mirabolante, mas também repetitivo e com pouco desenvolvimento de personagem. O resulta é que essa continuação funciona mais como um “capítulo de enchimento”, uma ponte para um já anunciado quarto filme focado nos novatos, do que como em uma história coesa e emocionalmente ressonante. Quanto ao elenco e as atuações, o carisma do elenco veterano (Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco e Fisher) ainda é o maior trunfo, e a química entre eles sustenta o fator nostalgia. No entanto, com tantos personagens disputando tempo de tela, nenhum deles consegue ter um arco narrativo satisfatório. A grande adição é Rosamund Pike como a vilã, que entrega uma performance carismática e divertida. Os novos atores são competentes, mas servem mais para configurar o futuro da franquia do que para brilhar neste filme. No final o filme parece ser um entretenimento descartável e charmoso, que executa a velha fórmula com competência para agradar aos fãs, mas que não consegue esconder que sua principal motivação é financeira, sacrificando a profundidade narrativa pela necessidade de manter a marca viva. Ainda assim, vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A dica desta semana para assistir em casa vai para Frankenstein. De Guillermo del Toro, que estreou na Netflix no último dia 7 de novembro, o filme é um evento cinematográfico. Fiel ao seu estilo, Del Toro cria um espetáculo gótico visualmente deslumbrante, mas seu foco principal é a tragédia e a compaixão, não o terror puro. A Criatura, interpretada com uma dor delicada por Jacob Elordi, é o coração do filme, buscando humanidade enquanto enfrenta a rejeição de seu criador. Oscar Isaac entrega um Victor Frankenstein complexo, arrogante e assombrado pela culpa. Embora possa ser um pouco longo ou desequilibrado, é uma adaptação poética e emocional. O filme prioriza a emoção sobre o susto, questionando o que realmente significa ser um monstro. É, sem dúvida, uma das produções mais impactantes e discutidas do ano.







