Estreia nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo O Aprendiz. Mais uma cinebiografia chega aos cinemas e desta vez temos a ascensão de Donald Trump e seu relacionamento com o influente advogado Roy Cohn, com ênfase em sua ambição, na figura empresarial implacável e em sua ascensão política. Estamos falando de Donald Trump, e como sempre, uma palavra aparece em nossas mentes: polêmicas! Tudo começou em 2018, quando surgiu o roteiro para esse filme e um apoiador de Trump, resolveu bancar o filme, entendendo que traria um bom resultado para a campanha a presidente. O problema foi que o corte feito, é bem diferente do esperado o que levou a processos e brigas até mesmo da parte de Trump. O grande destaque do filme é a atuação de Sebastian Stan como Trump, que oferece uma performance visceral, especialmente ao lado de Jeremy Strong como Cohn. A química entre os dois atores eleva o filme, com Strong interpretando Cohn de forma hipnotizante, representando a decadência moral e que moldaram a carreira de Trump. O filme evita explicações óbvias e confia no espectador para entender as complexas dinâmicas , mostrando como figuras como Trump são produtos de um sistema que recompensa a ambição desmedida e a falta de escrúpulos. O diretor Abbasi utiliza uma mistura de técnicas de filmagem, com close-ups tensos e câmeras tremidas, que ajudam a intensificar o drama dos bastidores. No geral, O Aprendiz é uma reflexão sobre o poder e a corrupção, que exige do público uma visão crítica e atenta às nuances. Apesar do próprio Trump ter chamado essa produção de “difamatória e politicamente repugnante”, o diretor Ali Abbasi e o roteirista Gabriel Sherman não se intimidaram e seguiram com a proposta o que vem gerando elogios da crítica pelas atuações e a narrativa impactante. Vale muito o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 16 anos.
Estreia também nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Sorria 2. Após o grande sucesso do filme original de 2022, o que surpreendeu até os produtores, Parker Finn retorna nesta continuação com mais orçamento e liberdade para buscar caminhos para uma franquia que carrega uma ótima ideia, mas que pode se esgotar facilmente, o que gera um grande desafio. O enredo é sobre uma popstar com problemas na carreira, que se depara com uma série de eventos perturbadores ligados uma maldição. É um drama psicológico envolvendo alucinações e fenômenos sobrenaturais, enquanto a protagonista tenta desvendar o mistério por trás da entidade. Parker Finn, que também escreveu o roteiro, faz um bom trabalho tecnicamente utilizando planos e movimentos de câmera com grande força narrativa, assim como busca ampliar a franquia com cenas mais violentas. No elenco temos Naomi Scott, Lukas Gage, Rosemarie DeWitt e Miles Gutierrez-Riley, entre outros, todos bem, apesar do filme se ancorar na protagonista. Alguns personagens são pouco aproveitados, ou servem apenas para gerar situações e apesar do bom ritmo do filme, poderia ser mais curto. Destaque para a trilha sonora de Cristobal Tapia de Veer, que vem evoluindo de forma expressiva a força narrativa da música e dos sons em seus trabalhos. Em resumo, Sorria 2 pode até ser melhor que o original, é bem executado e estabelece uma base sólida para futuras sequências. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 18 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Perfekta – Uma Aventura da Escola de Gênios. Após o sucesso da série Escola de Gênios no Gloob que já está na sexta temporada, chega aos cinemas o filme em busca do público infantojuvenil com inovações para o cinema nacional com muita comédia e aventura. O enredo é focado na ciência e tecnologia, mas com uma abordagem leve e acessível para os jovens espectadores. A trama, que envolve o resgate da memória do robô Einstein por três crianças superdotadas, explora temas de amizade, colaboração e o poder da inteligência, mantendo-se fiel à essência educativa da série. Visualmente, o filme é um marco no cinema brasileiro, utilizando uma tecnologia de ponta chamada virtual production, que inclui painéis de LED e cenários virtuais, algo comum em grandes produções de Hollywood, mas inédito no Brasil até agora. Apesar disso, o filme é previsível com soluções que seguem uma fórmula já cansada e, embora criativo, é superficial em questões científicas ou dilemas morais. No elenco temos Romulo Estrela, Murilo Gricolo, Ana Carolina Leite, Enzo Ignácio, entre outros, e conta ainda com participações como a de Daniel Dantas, nesse caso, interpretando Ludwig van Beethoven. É uma produção que carrega inovação para o cinema infantil brasileiro, tanto pela sua ousadia tecnológica quanto pela proposta educativa, mas não acrescenta em termos de narrativa. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 10 anos.
A dica desta semana para assistir em casa vai para O Mal Que Nos Habita. Esse é um thriller psicológico argentino que explora os horrores internos e externos de uma família atormentada por segredos sombrios. A trama segue uma mãe solteira que se muda para uma casa isolada com seus filhos, onde acontecimentos sobrenaturais levam a revelações sobre o passado. É criada uma atmosfera opressiva, focando no impacto emocional e psicológico dos personagens. A direção inteligente e o uso eficaz do som criam uma tensão crescente, que surpreende até quem gosta de um bom terror. Disponível na Netflix.
