Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Som da Liberdade. Produção independente estrelada por Jim Caviezel, esse filme gerou muita polêmica nos Estados Unidos, foi rotulado por alguns grupos como “teoria da conspiração” e complicou ainda mais, quando o protagonista defendeu publicamente Tim Ballard, ex-agente do governo americano, pessoa a qual o filme é baseado. Vejo tudo isso como uma grande bobagem, não vou aprofundar essa questão e o fato, é que o assunto abordado é tão relevante, que torna imediatamente esse filme em uma obra necessária e relevante. Estou falando de resgate de crianças vítimas do tráfico sexual na Colômbia, no caso desse filme, mas esse problema precisa sair do noticiário e cair no colo da sociedade! Para uma produção modesta como essa, o diretor mexicano Alejandro Monteverde utiliza a sensibilidade para fugir dos exageros e abrandar um pouco o tema. Seja com a música, nas sombras, ou utilizando o vazio. Alguns problemas não escapam, principalmente em relação ao roteiro com diálogos ruins, ou mesmo na insistência em emocionar a qualquer custo. No elenco além de Jim Caviezel temos Mira Sorvino, Bill Camp, Scott Haze e Kurt Fuller entre muitos. No final, o que temos é uma narrativa voltada para o herói com um assunto que salta os olhos e esfria qualquer coração. Dentro das limitações, até mesmo com a distribuição, e as polêmicas que essa produção enfrentou, é uma grande vitória ter chegado ao circuito mundial e podermos assistir aqui em Nova Friburgo. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Os Mercenários 4. Essa ideia de reunir astros de filmes de ação dos anos 80 e 90 em uma franquia atual é muito boa, o problema é que ela não pode se levar a sério. É meramente uma brincadeira com nomes que sempre imaginamos juntos em uma produção, mas que ainda não havia ocorrido. Ter Sylvester Stallone contracenando com Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis é, em si, o suficiente para atrair o público. O problema é que a ideia se esvaziou, o elenco também, assim como os recursos, chegando ao quarto filme de forma desastrada, sem rumo e buscando apenas surfar nos anteriores. Olha que o terceiro já foi um fiasco. Para piorar, o filme ainda tem diversos problemas na direção e na produção, com cenas sem cabimento e excesso de tela verde. O único ponto positivo é o Jason Statham que virou o protagonista e parece ser o único ator que está se esforçando. No elenco nomes como Megan Fox e Andy Garcia ficam deslocados, parecem só estar ali para marcar presença. Vale ressaltar que essa produção vem se arrastando por anos, com idas e vindas de Stallone e com o próprio roteiro sendo refeito e remendado de diversas formas. O mais impressionante, é que o investimento foi de 100 milhões de dólares. Ou foi praticamente tudo para o elenco, ou algo saiu muito errado. Uma possibilidade para seguir com a franquia seria fazer um spin-off focada em um único personagem. Vamos aguardar. A indicação etária é para maiores de 18 anos.
Estreia também em Nova Friburgo nesta semana Nosso Sonho. Mais uma cinebiografia chega aos cinemas, desta vez com a famosa dupla Claudinho e Buchecha contando sua ascensão, a tragédia que resultou na morte do Claudinho e um pouco do que se seguiu após o acidente. Essa é uma história pronta, os elementos estão dados e conta como dois meninos conseguiram superar os obstáculos e vencer com uma carreira musical sólida, quebrando tabus e levando o funk a todos os cantos com talento e carisma. Dirigido por Eduardo Albergaria, essa produção tem três pontos fortes. A direção de arte com figurinos e ambientações bem desenvolvidas, as canções que são icônicas e as atuações. Os problemas são por conta do ritmo, muitas vezes novelesco e do roteiro que entrega o que se propõe, mas perde muitas oportunidades em desenvolver melhor os dramas e momentos importantes. No elenco temos Lucas Penteado e Juan Paiva, ambos muito bem, assim como Lellê, Tatiana Tibúrcio, Nando Cunha e o experiente Antonio Pitanga. É sempre bom rever e conhecer melhor a vida de pessoas que marcaram gerações pelo talento e trabalho duro. São ícones da cultura carioca e nacional, mas acima de tudo, são pessoas com sonhos e frustrações. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A última estreia em Nova Friburgo desta semana é ELIS & TOM – Só tinha de ser com você. Uns 10 anos atrás, enquanto eu caminhava pela feira do Lavradio no centro do Rio de Janeiro, me deparei com esse disco e não tive dúvidas, arrematei. Agora, prestes a completar 50 anos do lançamento dessa obra-prima, chega aos cinemas o documentário dos bastidores deste disco que quase não foi concluído. Imagina Elis Regina e Antônio Carlos Jobim, dois nomes poderosos e com egos grandiosos em um estúdio em Los Angeles, nos Estados Unidos. É uma bomba pronta para explodir! Tinha tudo para dar errado e tudo para dar certo! São diversos momentos inéditos, muitas canções maravilhosas e depoimentos que ajudam a costurar os acontecimentos. Para quem gosta de boa música, um pouco de história ou é fã de Tom e Elis, é imperdível. Uma pérola que veio no momento certo, quando os conflitos amadureceram e se resolveram, fazendo uma homenagem a esses ícones mundiais. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para The Morning Show. Disponível na plataforma da Apple TV+, a série conta os bastidores de um programa de televisão americana após um escândalo de assédio sexual. Com elenco de estrelas com nomes como Jennifer Aniston, Reese Witherspoon, Steve Carell e Billy Crudup, é interessante acompanhar a luta pela audiência e as vaidades que transitam nesses ambientes.
