Estreia esta semana em Nova Friburgo A Baleia. Adaptado da peça teatral de Samuel D. Hunter, este filme causou muita polêmica em 2022 e levou Brendan Fraser a ser indicado ao Oscar de 2023 de Melhor Ator e a Hong Chau de Melhor Atriz Coadjuvante. Vou fazer uma análise crítica diferente do habitual, isso por se tratar de uma obra complexa que caberia em um livro e não em poucas linhas. A estrutura teatral é preservada e o texto carrega todo o peso da narrativa Elisabetana com contornos de Samuel Beckett ou mesmo de Henrik Ibsen. Nesse formato, o que temos é um aprofundamento do roteiro escrito pelo próprio Samuel D. Hunter e um foco nas atuações, que são as marcas deste filme. Destaque para o diretor Darren Aronofsky que mais uma vez entrega um tema relevante e profundo. O enredo é simples, mas o importante é o debate sobre a vida, as escolhas e a alma humana. A referência à baleia, é na verdade ao livro Moby Dick e a obesidade funciona como um pano de fundo para o que está muito além da superfície. O que temos, é um homem que desistiu de viver e sabe que seu tempo é curto. Tudo que ele precisa de uma redenção para partir em paz. Muitas críticas foram feitas pela forma depreciativa com que a obesidade é apresentada, mas o tema não é esse. Poderia ser sobre drogas, por exemplo, que daria no mesmo. O maior destaque fica por conta de Brendan Fraser com um olhar doce que encanta mesmo em uma situação tão difícil. É um renascimento merecido do ator. Já citei a ótima Hong Chau, pena que ela não tem muito tempo de tela. Vale ainda elogiar a atuação de Samantha Morton com uma entrega forte e amargurada. A jovem Sadie Sink que passa o filme aos berros, o que é compreensível dentro do drama proposto, não está mal, mas acaba ficando sem espaço para desenvolver outras nuances da sua personagem. Esse é um filme bom para ser apresentado em uma sala de aula em uma faculdade de cinema, não só pelo debate que ele traz, mas pelos elementos narrativos que estão presentes. Minha proposta para você, é que ao assistir, tenha um olhar para a alma humana. Nada ali é gratuito, tudo é bem amarrado e tem muito a dizer. Vale cada centavo do ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana é Casamento em Família. Essa é uma comédia romântica com um elenco de estrelas que vai agradar pelos conflitos e as soluções que ela apresenta. O tema é o casamento, mas não só dos jovens filhos de duas famílias, mas principalmente pela relação desgastada que vira o foco logo no início, até um jantar em que as máscaras são retiradas e tudo fica mais interessante. Com uma linguagem teatral, o maior acerto está no elenco focado na força feminina que guia as ações e impulsiona a trama. É um presente poder ver Diane Keaton e Susan Sarandon juntas contracenando. Na presença delas Richard Gere e William H. Macy parecem dois gatinhos ronronando por atenção. Com carisma e boas pitadas sobre problemas nos relacionamentos, a comédia tem o tom certo ao apresentar núcleos que se entrelaçam. É um filme para curtir, divertir e refletir. Bom para assistir em família, afinal, quem não gosta de uma boa festa de casamento? Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é 13 Exorcismos. Terror espanhol, o filme é baseado em acontecimentos reais ocorridos na cidade de Burgos em 2014. Apesar desse apelo, é essencialmente uma produção que repete uma fórmula já muito utilizada quando temos o exorcismo como pano de fundo. O enredo é sobre uma adolescente que busca a aceitação de um grupo na escola e em uma noite de Halloween, ao participar de uma brincadeira para invocar espíritos, ela passa a desenvolver um comportamento estranho ao ponto que sua família chama um exorcista para ajudar. A direção de Jacobo Martínez tem acertos ao trabalhar a tensão utilizando pouca luz e o roteiro consegue ir um pouco além e entregar problemas sociais ao apresentar uma família fanática que subjuga a menina a uma prisão eterna. Fora isso, o que temos são caminhos fáceis e clichês de todos os tipos. O elenco é desconhecido por nós brasileiros, e tem atuações pragmáticas, típicas do gênero terror. É bom podermos ter o contato com produções europeias, mas o filme não consegue entregar o que pretende e se perde em um retalho de erros narrativos. Ainda assim, vale o Ingresso para os fãs de terror e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para The Last of Us. Com Pedro Pascal a série se tornou um sucesso e conta a jornada de um sobrevivente em uma pandemia com contornos zumbi, que precisa cumprir uma promessa de levar uma menina que possivelmente carrega a cura para um grupo de rebeldes que luta contra um sistema injusto e ditatorial. Endurecido pelos acontecimentos, aos poucos ele reavalia suas atitudes enquanto desenvolve uma relação paternal. Está disponível na HBO Max.









