Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Mauricio de Sousa – O Filme. Essa é essencialmente uma homenagem nostálgica e afetuosa ao criador da Turma da Mônica, cumprindo bem seu papel de celebrar seu vasto legado cultural e sua jornada de persistência desde a infância, inspiração para o Chico Bento, até a criação dos personagens. O filme destaca o otimismo inabalável do protagonista, interpretado em sua fase adulta por seu filho, Mauro Sousa, o que confere um toque emocional. Contudo, a estrutura narrativa é frágil e com um ritmo apressado. O diretor Pedro Vasconcelos utiliza um recurso estilístico interessante: a maior parte das cenas é filmada com a câmera travada, enquadrando a ação de forma estática para remeter visualmente aos quadrinhos. Embora essa intenção seja criativa e honre a linguagem original de Mauricio de Sousa, ela pode, em alguns momentos, tornar a narrativa unidimensional para quem busca uma cinebiografia cinematograficamente mais ousada. O longa é uma biografia “chapa branca”, pois tende a idealizar Mauricio, suavizando ou superficializando conflitos complexos como a ditadura, resultando na falta de profundidade dramática. A opção por planos estáticos que remetem aos quadrinhos é interessante, mas a obra, no geral, peca por ser protocolar, agradando aos fãs pela emoção, mas decepcionando quem busca uma cinebiografia mais ousada e crítica. Vale sim i ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Outra estreia desta semana é Se Não Fosse Você. O filme é a adaptação cinematográfica do livro de Colleen Hoover que tenta explorar temas pesados como luto, culpa, perdão e a relação conturbada entre mãe e filha. No entanto, o filme tem dividido a crítica: para os fãs de melodrama e do universo da autora, ele funciona como um drama emocional e pungente, entregando momentos de comédia romântica e explorando com sucesso as três histórias de conexão. O enredo acompanha a vida de Morgan e sua filha adolescente, Clara, cuja convivência já é tensa devido às personalidades conflitantes. A situação delas desmorona quando o marido de Morgan e pai de Clara, morre em um trágico acidente que também revela uma traição familiar chocante. Mãe e filha precisam, então, lidar com o luto, os segredos descobertos e redefinir seu relacionamento em meio a novos romances e ressentimentos. É uma “grata surpresa” para o público que busca uma história simples sobre luto e maternidade, com destaque positivo para as atuações do elenco jovem. Por outro lado, a obra entrega um melodrama excessivo com um roteiro superficial e um tom piegas. O filme peca por evocar as “obras cinematográficas de Nicholas Sparks” e se apresenta como uma novela. O principal aspecto técnico/narrativo é a superficialidade com que o luto é tratado; o evento trágico é rapidamente diluído em subtramas românticas e alívios cômicos, resultando em uma “inteligência emocional subdesenvolvida” e algumas “cenas de vergonha alheia”. Em suma, é um drama perfeito para emocionados que falha em se aprofundar nas nuances de seus conflitos, permanecendo no lado errado do melodrama. A indicação etária é para maiores de 16 anos.
Mais um filme que chega aos cinemas nesta semana em Nova Friburgo é Pai do Ano. Essa é a estreia na direção e roteiro de Hallie Meyers-Shyer. É uma comédia dramática familiar que tenta replicar a fórmula otimista e esteticamente agradável de sua mãe, a cineasta Nancy Meyers. A narrativa se desenvolve a partir de um incidente catalisador que perturba a vida burguesa de Andy Goodrich (Michael Keaton): a internação súbita de sua esposa, Naomi, em uma clínica de reabilitação. Este evento força Andy, um pai até então ausente e inexperiente nas tarefas domésticas, a assumir a paternidade integral dos filhos gêmeos. O principal motor dramático e o conflito central surgem com a chegada de Grace (Mila Kunis), filha de Andy do primeiro casamento. O roteiro, no entanto, tende a um tom previsível, resolvendo o drama de forma cômoda e rápida. A direção de Meyers-Shyer é visualmente limpa e bem-acabada, seguindo a estética clean e aspiracional típica de comédias de alto orçamento ambientadas em Los Angeles. Contudo, a execução carece de voz autoral e peca pela excessiva dependência dos clichês do gênero. O ritmo é frequentemente lento e o filme hesita em aprofundar o peso emocional da premissa. A doença da esposa e o luto de Grace são tratados com superficialidade, sendo mais um dispositivo de plot para a reabilitação do protagonista masculino do que conflitos dramáticos de substância. A subutilização de Michael Keaton, cuja performance carismática é um dos poucos pontos altos. É uma falha técnica na distribuição do peso dramático. Em essência, é uma obra agradável, mas inofensiva, que prioriza o conforto visual e narrativo em detrimento da complexidade temática e da inovação cinematográfica. Ainda assim vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Frankie e os Monstros. Essa é uma animação europeia dirigida por Steve Hudson e Toby Genkel que se insere na tendência de comédias familiares com estética gótica. Adaptada do livro de Guy Bass, foca na exploração de temas como pertencimento e autoaceitação. A estrutura narrativa inicia com a apresentação de Frankie, a primeira e mais negligenciada criação “cabeça de costura” de um cientista excêntrico que vive em um castelo isolado, e cujo conflito central é a carência de afeto e reconhecimento de seu criador e o medo do mundo humano. O incidente catalisador que impulsiona a trama é a chegada de um Show de Horrores ao vilarejo vizinho, cujo proprietário, ao prometer a Frankie a fama e o amor que ele busca, o convence a abandonar o castelo. Essa fuga estabelece a jornada do protagonista, que se desenrola entre a busca por validação externa e a redescoberta da amizade leal dos monstros que deixou para trás. Tecnicamente, o CGI é competente, limpo e visualmente encantador, neutralizando o potencial de terror para o público infantil, embora esta escolha resulte em uma falta de profundidade sombria que o subgênero gótico permite. O roteiro é previsível ao buscar por tratar os temas emocionais de forma didática e superficial, resolvendo o dilema de Frankie sem grande complexidade. Além disso, o sound design e as sequências musicais são um ponto fraco, frequentemente soando deslocados, enquanto o humor dos personagens secundários, como a trupe de vilões, falha em gerar o alívio cômico. Em suma, é uma produção visualmente agradável e de bom coração que entrega sua mensagem de forma clara para o público infantil, mas que se contenta com ser uma obra mediana e inofensiva dentro do universo das animações temáticas. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Estreia também esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Recife Assombrado 2 – A Maldição de Branca Dias. dirigido por Adriano Portela, essa é a continuação de uma franquia de terror pernambucana que busca solidificar a capital como um polo do cinema de gênero no Brasil, explorando as ricas e diversas lendas urbanas locais. A estrutura narrativa segue a dinâmica de um thriller investigativo sobrenatural. O enredo é acionado quando um grupo de jovens pesquisadores especializados em paranormalidade, cuja fama cresceu nas plataformas digitais, é contratado por um empresário influente para uma missão de alto risco: desvendar a lenda de uma joia mística capaz de ressuscitar os mortos. Esta busca os leva diretamente ao centro da figura histórica e fantasmagórica que dá título ao filme, uma influente portuguesa de origem judaica do século XVI que, segundo o mito, lançou seu tesouro no Riacho do Prata antes de ser perseguida pela Inquisição, e cujo espírito o protege. A caçada ao artefato lança os protagonistas em uma teia de segredos ocultos pelo Recife e os coloca em confronto direto com outras entidades marcantes do folclore local, como o vilão Jair das Almas, expandindo o universo da franquia. O filme se destaca pelo uso ambicioso da tecnologia e pela valorização da ambientação local. Com mais de 80 cenas trabalhadas digitalmente, a produção usou inclusive tecnologia de painéis de LED para reconstrução de cenários em 3D. Essa escolha é estratégica para dar vida às assombrações e à geografia da cidade, transformando locações históricas em parte essencial e ativa do horror. Contudo, apesar do esforço tecnológico e do potencial cultural, a execução do roteiro é desigual. O filme abraça uma essência caricata e certas informações cruciais são transmitidas abruptamente via diálogo, comprometendo a fluidez e a verossimilhança dramática. O desafio do filme reside em balancear o carisma do elenco com a necessidade de tensão e coesão narrativa, tentando ser, ao mesmo tempo, fiel ao imaginário popular e moderno em sua linguagem. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Mais uma estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é #Salve Rosa. O filme é um thriller psicológico nacional, dirigido por Susanna Lira, cineasta conhecida por sua forte base documental e social, e protagonizado por Klara Castanho e Karine Teles. O longa se posiciona como um produto de suspense que mira debates urgentes e contemporâneos sobre a exposição infantil nas redes sociais e as complexas dinâmicas familiares tóxicas que emergem desse fenômeno. O enredo é construído em torno de Rosa (Klara Castanho), uma influenciadora digital de 13 anos no auge da carreira, cuja vida é meticulosamente controlada por sua mãe, Dora (Karine Teles), que gerencia sua imagem e seus lucros em um condomínio fechado no Rio de Janeiro. A estrutura dramática é deflagrada quando Rosa sofre um desmaio na escola e, ao ter acesso aos seus resultados médicos, começa a desconfiar que é manipulada e que sua vida é uma mentira cuidadosamente construída por Dora. Este incidente catalisador transforma o filme em uma investigação pessoal, na qual Rosa busca a verdade por trás da fachada de “família ideal” vendida em seus vídeos. A direção de Susanna Lira se afasta das sutilezas e adota um tom de alerta social explícito, utilizando a linguagem do thriller para chocar e provocar reflexão sobre a maternidade narcisista e a mercantilização da infância. O roteiro, apesar de oportuno, falha em sustentar o suspense de maneira sofisticada. A narrativa simplifica a complexidade dos personagens, onde os papéis de “monstro” e “mocinha” são marcados de forma muito evidente, o que compromete a profundidade psicológica que o tema exige. As atuações centrais de Klara Castanho e Karine Teles são os pontos fortes, conferindo a seriedade e o peso emocional necessários para a obra, o que lhe rendeu prêmios como o Troféu Redentor de Melhor Atriz e Melhor Filme pelo voto popular no Festival do Rio. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Chainsaw Man – O Arco da Reze. Essa é a aguardada continuação direta da primeira temporada do anime, adaptada fielmente do mangá de Tatsuki Fujimoto e produzida pelo aclamado Estúdio MAPPA. O filme se destaca por ser um ponto de inflexão emocional e narrativo na saga do protagonista Denji. O enredo começa após o confronto com o Homem Katana, quando Denji, buscando um descanso de sua vida brutal como Caçador de Demônios, conhece Reze, uma jovem misteriosa e encantadora. O arco dramático é construído com precisão, iniciando com uma sequência intimista, onde Denji experimenta pela primeira vez um relacionamento genuinamente carinhoso. Este romance suave contrasta drasticamente com a tragédia inevitável, pois Reze revela ser, na verdade, a Híbrida Bomba (Bomb Girl), uma assassina enviada para capturar o coração de Denji, o Demônio Motosserra. O conflito central reside na colisão entre o desejo de Denji por uma vida normal e o dever de Reze como arma de guerra, transformando a história de amor em uma tragédia devastadora. Essa produção é um marco na animação moderna. A produção demonstra uma fluidez e detalhamento visuais excepcionais, especialmente nas sequências de ação colossais, que são brutais, dinâmicas e de tirar o fôlego. A trilha musical, frequentemente melancólica, é cruciais para reforçar a dualidade temática do filme, intensificando a beleza fugaz do romance e a dor da traição. A principal força do filme está na profundidade emocional de Denji e na complexidade trágica de Reze, que não é uma vilã rasa, mas sim uma personagem marcada pela manipulação e pelo passado. O filme consegue equilibrar o espetáculo da ação com uma alma poética, consolidando o Arco da Reze como um dos pontos altos da franquia. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
A dica desta semana para assistir em casa vai para 10ª temporada de Shark Tank Brasil que estreou em 10 de outubro de 2025, no Sony Channel Brasil e no UOL Play. O programa mantém a fórmula de sucesso com empreendedores de diversos setores e estágios de desenvolvimento, que apresentam seus pitches em busca de investimento dos “tubarões”, renomados empresários e investidores. A temporada continua a ser um palco para ideias inovadoras, grandes negociações e a emocionante jornada de empreendedores que buscam transformar seus negócios com o aporte e a experiência dos sharks.













