Filmes da semana de 26/01 à 01/02

29/01/2023 15:40:55
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Estreia esta semana em Nova Friburgo O Pior Vizinho do Mundo. Adaptado do livro escrito por Fredrik Backman, o filme é um remake com a intensão clara de atingir um público maior com uma história já “testada” e que fez sucesso. Essa é a indústria do cinema. O resultado é o esperado. Um personagem que cria muita identificação com o público em uma história sobre pessoas e suas relações. É a tradicional mensagem sobre como cada pessoa que se faz presente em nossas vidas nos influencia e nos transforma. O problema para quem viu o original de 2015 é a comparação, pois são muito parecidos. Fora isso, a narrativa conduz bem o drama que aos poucos vai revelando esses personagens, suas aflições e dificuldades para lidar com os problemas. Importante dizer que nos Estados Unidos, diferente do Brasil, as pessoas vivem como em uma comunidade. Os vizinhos participam de ações conjuntas e possuem uma relação mais próxima. Entendido isso, o protagonista Otto é uma pessoa amargurada e infeliz, sem qualquer empatia e que busca acabar com a própria vida. Após a mudança de uma família para uma casa próxima, uma relação é iniciada que pode mudar as vidas de todos. O filme é para Tom Hanks que faz um bom trabalho, mas nada para impressionar. Mariana Treviño está ótima e funciona bem com a válvula de escape das mágoas do protagonista. Destaque para a trilha sonora de Thomas Newman, um dos melhores compositores da atualidade. Emocionante, com ideias simples, e um pouco morno, o filme agrada, principalmente quem gosta do Tom Hanks. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Outra estreia desta semana é A Profecia do Mal. Esse é o típico filme de terror que abraça a tradicional luta entre o bem e o mal com os dogmas da Igreja Católica como pano de fundo. Na verdade, terror mesmo só no final, durante o decorrer está mesmo para um suspense parecido com os livros de Dan Brown. O enredo é sobre a luta entre Lúcifer e Miguel que, após ser expulso do céu, é acorrentado no inferno. Com a evolução da biotecnologia e a possibilidade de clonar um ser humano, um grupo de satanistas roubam o sudário de Cristo para obter seu DNA. O clone será seria usado como oferenda para o retorno do Diabo. O problema é que tudo isso não fica claro até a segunda metade do filme. O diretor Nathan Frankowski perde muito tempo apresentando os fatos e personagens, mas não consegue conduzir uma narrativa que deixa claro o que realmente está acontecendo. O que sobra mesmo é o final, mas isso não é suficiente. Alice Orr-Ewing faz uma atuação mediana, mas Joe Doyle não convence como o Padre Marconi “possuído” pelo O Arcanjo Miguel. O resultado é um filme que não empolga, com pouco terror e uma ideia sem inspiração. Parece um mosaico com pedaços de vários outros filmes para contar uma história já batida com pouco a acrescentar. Para quem gosta do tema e de terror, pode ser uma boa opção. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

A última estreia desta semana é Alerta Máximo. É filme do diretor Jean-François Richet que mais uma vez mostra que sabe como fazer boas sequências de ação e contou com Gerard Butler, um dos ícones do gênero para encarnar o herói que atende o chamado e luta até o final. No início, tudo parece caminhar para uma produção sobre acidente aéreo, mas o que ocorre mesmo, é a tradicional luta pela sobrevivência em uma situação improvável. O roteiro apostou que o público aceitaria muito do que ocorre como normal ou possível e isso é um risco grande, principalmente nos tempos atuais em que a informação é farta. Algumas situações são descabidas, principalmente as que envolvem o avião, mas o espectador precisa relevar e seguir. Fora isso, é um bom filme de ação com vários elementos de tensão. Podemos imaginar Arnold Schwarzenegger nos seus bons anos fazendo exatamente o mesmo. Além de Gerard Butler que interpreta esses personagens já no automático, temos Mike Colter, Daniella Pineda e Paul Ben-Victor, nomes de filmes de baixo orçamento, mas que no contexto servem bem ao propósito. Com boas cenas de trocas de tiros, principalmente no final, é tudo muito previsível, mas isso não importa, vai agradar aos fãs de ação. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Pinóquio de Guillermo Del Toro. Uma obra-prima do stop motion, uma técnica com bonecos em que cada movimento é capturado para um único frame, o que gera um trabalho gigantesco, principalmente se tratando de um longa-metragem. Disponível na Netflix, foi uma aposta ousada da plataforma, mas o resultado é lindo e encanta a todos.

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