Filmes da semana de 28/09 a 04/10

30/09/2023 13:13:00
Compartilhar

Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Resistência. Escrito e dirigido por Gareth Edwards (V), esse filme impressiona pelo visual e trabalha temas atuais que vão muito além da inteligência artificial. O enredo é sobre uma guerra entre humanos e máquinas tendendo para um lado que debate a aceitação e como lidar com as diferenças. É essencialmente uma ficção científica que mistura visualmente Blade Runner com Star Wars e tem no design de produção seu maior acerto. O roteiro tenta surpreender, principalmente no terceiro ato, mas paga um preço alto com o direcionamento que ele abraça, ao forçar o drama. Claro que histórias são sobre pessoas, mas em um filme como esse, com um tema dessa desenvoltura, deveria ser mais orgânico, como o próprio Blade Runner fez. Fora isso e algumas cenas jogadas sem contexto, o que vemos na tela impressiona e entra em um tema muito interessante. John David faz o típico combatente, mas que perde o foco após lidar com uma situação inusitada, o que muda sua percepção. Ainda temos no elenco Gemma Chan, Ken Watanabe, Allison Janney e Sturgill Simpson entre outros. Para os fãs de ficção científica é imperdível e vale muito ser assistido nos cinemas. Com um custo de 80 milhões de dólares, o filme faz um belo trabalho, o problema é que isso não pode ser o fim, mas o meio o qual uma história é desenvolvida e a sensação aqui, é que existe um desequilíbrio nessa equação. De qualquer forma, posso dizer que é um dos melhores filmes do gênero dos últimos anos e vale muito o ingresso principalmente pelo debate que ele desenvolve. A indicação etária é para maiores de 14 anos. 

Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Jogos Mortais 10. Já faz 18 anos desde que a franquia foi lançada no Brasil e com o sucesso rendendo mais de cem milhões já no primeiro filme, o que tivemos foram sequências que repetiram a fórmula a exaustão, mas a cronologia foi sendo esquecida e tudo virou um retalho com pouca criatividade. Esse filme não é uma continuação do anterior, na verdade ele se encaixa bem no início. No enredo John Kramer ainda está vivo e cai em um golpe e, como vingança, inicia uma rodada dos jogos sádicos e mortais. O que temos aqui, não é uma reinvenção, mas principalmente o foco em fazer bem-feito a fórmula que deu certo. Tobin Bell desta vez tem muito mais tempo de tela e existe uma inversão quanto ao olhar que passa a torcer pelo vilão, uma espécie de anti-herói que faz justiça pelas próprias mãos. Nos filmes anteriores, por pior que os personagens foram, ainda torcíamos por eles, mas agora não é bem assim. No elenco, além do ótimo Tobin Bell, temos novamente Shawnee Smith entre outros. Essa continuação independe dos outros filmes, mas vai agradar quem já acompanhou a saga do Jigsaw e como ele trama a morte de suas vítimas. O experiente diretor Kevin Greutert entrega o que promete e consegue revitalizar uma boa ideia que vinha sendo mal executada. Para os fãs e curiosos vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos. 

Estreia também em Nova Friburgo nesta semana A Filha do Rei do Pântano. Adaptado do livro de mesmo nome da escritora Karen Dionne, o filme trabalha um suspense psicológico em que fantasmas do passado retornam para aterrorizar uma família. A força dessa trama é que tudo é muito realista, são situações que podem acontecer, possivelmente já existem casos como esse. No enredo, uma família pacata segue com sua rotina, mas por trás dessa paz, um segredo é revelado quando um detento escapa da prisão e o passado de medo e dominação retorna e vira uma ameaça iminente. Essa é a típica narrativa de suspense que causa muita angústia, afinal, o mal é o seu próprio pai e ele, está vindo para te pegar. É a relação de paternidade distorcida que se transforma em um pesadelo o qual a protagonista sempre escondeu em uma caixinha lá no fundo e gostaria que nunca fosse aberta. No elenco, os destaques são para Daisy Ridley e Ben Mendelsohn, exatamente os personagens centrais, e ainda temos as presenças de Garrett Hedlund, Gil Birmingham e Caren Pistorius. A direção de Neil Burger é firme, ele sabe bem o que quer e sustenta a tensão principalmente na segunda metade do filme. Apesar de não ter tido muita divulgação, essa produção entrega um suspense muito bem desenvolvido, focando nos principais pontos que geram interesse e até surpreendendo, pelas atuações e pelo tema abordado. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos. 

A última estreia em Nova Friburgo nesta semana é Ruim pra Cachorro. Filme sobre animais, principalmente cães e gatos, são uma tradição nos Estados Unidos. Animais fofos que surpreendem e viram heróis. Só que não desta vez. Essa é a ideia que essa comédia abraça e, apesar do humor infantil, tem bons momentos ao subverter uma temática de fofura e amizade. Neste filme não temos exatamente uma definição de bondade, todos reagem segundo suas motivações e a vingança é um prato que se come frio. O enredo é sobre um homem amargurado que após o rompimento de um relacionamento, decide se livrar do cachorro abandonando o animalzinho em uma outra cidade. É aí que começa uma lição dura sobre a vida, a realidade e desilusões. O problema é que quando não existe interações dos animais com humanos, o que ocorre quase o filme todo, é arrastado e pouco interessante. Principalmente quando força a barra para piadas e clichês que não funcionam. As ações dos animais não capturam interpretações e tudo que sobra é o carisma, o que não sustenta, uma vez que é um filme direcionado para adultos. No elenco temos Will Forte presencialmente, além das vozes dos cachorros e uma participação bizarra de Dennis Quaid que deveria ser uma piada, mas não faz sentido. É um filme bobo que certamente só foi produzido pela ideia de fugir do tradicional, que é o único motivo para assistir. Só para avisar, tem cenas pós-créditos. A indicação etária é para maiores de 16 anos. 

Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para O Psiquiatra ao Lado. Disponível na plataforma da Apple TV+, a série é baseada em fatos reais e conta uma relação abusiva entre duas pessoas em que um psiquiatra manipula e explora seu paciente. A série é estrelada por Will Ferrell e se vale da angústia do público que sabe o tempo todo das intenções maléficas do médico. Bons vilões sempre rendem boas histórias.  

Compartilhar