Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Sorria. O novato Parker Finn que escreveu e dirigiu seu primeiro longa, parte de uma boa ideia para desenvolver um filme de terror que no mínimo, atrai a curiosidade do espectador. O sorriso, que representa alegria e tem sido tão cultuado com toda a exposição gerada pelas redes sociais, pode ser subvertido, algo ruim, associado a uma maldição. Uma premissa interessante e curiosa. Méritos para Parker Finn que também demonstra habilidade e criatividade na direção. São vários planos invertidos, posicionamentos de câmera inusitados e diversos recurso simples que chamam a atenção, principalmente por se tratar de um diretor estreante. O enredo é sobre uma médica que após a morte de uma de suas pacientes, começa a ter visões e descobre uma sequência de eventos bizarros que podem resultar na sua morte. O problema é que o roteiro foi adaptado de um curta, e parece que foi esticado sem um conteúdo para justificar esse alongamento, o que deixa o filme arrastado. Falta conteúdo que consiga amarrar a trama. Pode ser que seja proposital por conta de uma possível continuação, mas isso tira o peso narrativo. Destaque para Sosie Bacon que interpreta a Doutora Rose Cotter que entrega uma atuação que aos poucos vai deteriorando sua própria sanidade. Apesar de deixar muitas pontas soltas e ser arrastado, a direção impressiona e entrega um terror com um bom potencial para uma franquia. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Estreia também nos cinemas em Nova Friburgo A Queda. Esse é um daqueles filmes que deve ser exibido em uma aula de roteiro na faculdade para alunos de cinema. Não por ser um roteiro perfeito, mas sim pelo enredo proposto. Uma mulher traumatizada após um acidente em uma escalada, decide enfrentar seus medos subindo um uma torre no meio do nada com uma amiga. Se pensarmos bem, é tudo muito monótono. Ver duas pessoas subindo escadas e depois ficando presas no topo, e tudo isso por quase duas horas e ainda assim, ser interessante e angustiante, é um grande desafio. Méritos para roteiro e para diretor Scott Mann. É um filme que precisa de bons diálogos para avançar. O roteiro ainda faz uma reviravolta nas personagens lembrando o clássico Thelma & Louise, o que é um recurso inteligente para criar identificação. Claro que temos que comprar a sequência de problemas que parece interminável e os efeitos visuais que são bons, mas não perfeitos, para acreditar que elas realmente estão em uma torre. As atrizes Grace Fulton e Virginia Gardner seguram bem os momentos de desespero, mas nada além disso. Boa a participação de Jeffrey Dean Morgan, que já havia trabalhado com o diretor antes. Existem problemas, principalmente em alguns diálogos, mas o fato é que o filme cumpre bem a promessa a que se propõe. Não tem como ficar indiferente e a angústia é o motor desse drama. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A última estreia desta semana é Duetto. Dirigido por Vicente Amorim, o filme é um drama recheado de romance muito bem-vindo aos cinemas que apesar da estrutura novelesca, tem pontos de destaque e uma boa história para contar. O enredo é sobre uma família que se muda para a Itália após um trágico acidente, e foca no relacionamento de uma adolescente brasileira com o cantor italiano Marcello Bianchini. O roteiro é bem estruturado e repleto de subtramas, mas nos leva para alguns caminhos que podem confundir. A direção de arte é impecável, principalmente se tratando de um filme de época. Os pontos fortes mesmo estão nas atuações. Nomes como Marieta Severo e Rodrigo Lombardi dão peso junto com o italiano Giancarlo Giannini. Michele Morrone segue sendo o galã, muito conhecido por 365 Dias, e Luisa Arraes está muito bem, apesar da estranheza que fica por estar interpretando uma personagem muito mais nova. É um drama nacional com uma produção caprichada que gostaríamos de ver mais nos cinemas. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Adeus, Lenin!. Filme estrelado por Daniel Brühl sobre a derrubada do muro de Berlim. Uma visão bem-humorada de um momento histórico que marcou o final do século passado.









