Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Meu Sangue Ferve Por Você. Esse é um projeto que abraça uma boa ideia ao fugir da tradicional cinebiografia para fazer um recorte de um momento específico do artista que fez muito sucesso nos anos 70. Sidney Magal foi um furacão em um momento em que o estilo brega fazia sucesso e arrastava multidões de fãs, principalmente o público feminino. O problema é como fazer um recorte, quase um musical, focado no romance em meio a tradições e preconceitos, sem cair nas soluções fáceis. É aí que o filme derrapa. O roteiro entrega sequências que mais parecem esquetes com pouca força narrativa se apoiando unicamente no pano de fundo com as canções e situações aleatórias. O diretor Paulo Machline desenvolve as cenas como uma novela televisiva e mesmo a escassez de recursos não justifica os problemas gritantes de produção. Quando o artista é ovacionado, temos apenas uns gatos pingados e, para piorar, as atuações não entregam verdade, muito atrapalhados pelo roteiro e a montagem. No elenco temos Filipe Bragança, Giovana Cordeiro, Emanuelle Araújo, Caco Ciocler, Sidney Santiago, Julia Konrad entre outros, mas sem um destaque. Fazer um filme no Brasil é um grande desafio, mas uma boa ideia não converte o projeto em um bom filme. Independente disso, temos boas canções, um filme nacional que resgata a cultura brega e que pode ser visto pela nostalgia e diversão. Por conta disso, vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Outra estreia nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Imaculada. Muita mídia gratuita foi veiculada por conta do tema e o nome forte desta produção é a jovem Sydney Sweeney. Ela fez parte da produção e atuou entregando um dos seus melhores trabalhos. É notável a força e personalidade da menina de apenas 26 anos. O enredo é sobre uma freira que se muda para um convento que esconde segredos obscuros. O ponto principal é que ela engravida e assim, estamos diante de algo inusitado. O que ocorreu, foi um abuso, é um milagre? Essa premissa é forte e foi o que acabou despertando o interesse. São muitos debates possíveis, mas lidar com um acontecimento desse não é simples. Os pontos fortes desta produção estão nas atuações e no roteiro, principalmente quanto ao final. O diretor Michael Mohan entrega um trabalho competente, mas insiste em usar apelos desnecessários, como jump scares, entre outros. No elenco temos Álvaro Morte, Giorgio Colangeli, Simona Tabasco e Benedetta Porcaroli, entre muitos, mas o destaque mesmo foi a Sydney Sweeney. Normalmente os atores não se orgulham de filmes como esse, tentam esquecer ou dão desculpas, mas não é o caso aqui. Foi uma grande atuação de Sweeney. É um suspense psicológico que entrega o que promete e com um final impactante, apesar de alguns recursos mal-usados, buscando impactar o público pelos caminhos errados. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Os Estranhos: Capítulo 1. Esse filme é um reboot de The Strangers de 2018 com uma proposta caça-níqueis bem no estilo da Lions Gate Entertainment. São três capítulos gravados ao mesmo tempo que vão ser lançados com meses de diferença, com um orçamento baixo, buscando apenas lincar o espectador e arrecadar nas bilheterias. O problema é que ficam capítulos esticados, que poderiam ser resolvidos em trinta minutos precisando de muito boa vontade do público. Para piorar, o filme nada entrega, são os mesmos clichês, atuações fracas e sequências de ações descabidas que mais fazem rir do que qualquer outra reação. O enredo é sobre um casal que vai passar a noite em uma cabana isolada por conta de um problema no carro em que viajavam e são atormentados por três figuras sinistras. Apesar de algumas boas referências a clássicos, tudo mais segue pelo caminho mais fácil. Mesmo tendo o objetivo focado em arrecadar, não precisava ser tão simplista, sem qualquer desenvolvimento narrativo capaz de impulsionar ações e no final, não acaba. A Lions Gate vai atingir seu objetivo, mas fica um aprendizado para o público que vai perceber que tudo se resume em uma grande enrolação. A indicação etária é para maiores de 16 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para a quarta temporada de Stranger Things. Certamente a série mais aguardada de maio que estreou esta semana na Netflix, ela segue com os jovens enfrentando as ameaças do mundo invertido. Ambientada nos anos 80, a série vem fazendo sucesso desde 2016 e agrada pelo suspense e aventura.
