Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo As Tartarugas Ninja: Caos Mutante. É sempre arriscado fazer um reboot de uma franquia tão longínqua e com tantas versões para as mais diversas mídias e linguagens. Outro desafio desta produção foi entregar uma animação criativa mostrando que existe algo além dos tradicionais estúdios, como e Pixar e DreamWorks. Os conhecidos mutantes ninja e seu mestre renascem em uma história de origem que foca que as formas de encarar suas vidas depende somente de pontos de vista e os mutantes, nada mais são, do que seres tentando buscar seus espaços na sociedade. Existe uma vilania, mas ela não é gratuita, é uma busca por aceitação, um reflexo da abordagem atual e existe espaço para todos, o problema é como cada um lida com suas jornadas por aceitação. Isso é um acerto no roteiro que apresenta as tartarugas mais adolescentes do que nunca, abertos a novas experiências mantendo suas personalidades marcantes e complementares. Visualmente o filme é interessante ao buscar uma abordagem mais voltada para o cartoon, trabalhando bem o 3D. As músicas dão o ritmo e a trilha sonora faz um ótimo complemento narrativo. Outro ponto interessante é a cidade de Nova Iorque ao fundo, tão carregada de referências, mas cosmopolita, em que as pessoas são engolidas pela solidão. Podemos ter aqui um início para uma nova abordagem da franquia que vai agradar aos mais jovens, assim como gerações que assistiram esses heróis por muitas décadas. Vale avisar que a cena pós-créditos é importante para possíveis sequências. Belo trabalho de adaptação e modernização das jovens tartarugas depois de muitas tentativas pouco inspiradas que chegaram aos cinemas. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo TOC TOC TOC – Ecos do Além. Esse é um filme de terror que teria tudo para funcionar bem dentro do gênero, afinal, trabalha muitos elementos “clássicos” trazendo o medo para dentro do convívio familiar, mas que se perde ao tentar alguma originalidade sem qualquer inspiração, entregando mais do mesmo. Realmente não entendi o motivo da distribuidora lançar o filme agora, afinal, trata-se de um terror ambientado no halloween o que faria mais sentido ter esperado pelo menos mais um mês. O problema mesmo, na verdade, está no roteiro e na produção, aí não tem como salvar. O enredo é desenvolvido com o que temos de mais básico. Uma casa com barulhos e acontecimentos estranhos, uma família disfuncional e um menino que é atormentado por tudo e todos. Ele encontra alívio com a nova professora e todo o resto é basicamente esperar para ver como as pessoas vão morrer. Dá até para prever a ordem desses eventos. No elenco temos Antony Starr que fez Capitão Pátria na série The Boys e Lizzy Caplan conhecida por Truque de Mestre 2 e A Entrevista, mas o destaque mesmo ficou com o protagonista, o jovem Woody Ace Norman de Sempre em Frente com Joaquin Phoenix. São muitos os problemas, o conceito, os cenários escondendo precariedades nas sombras, o CGI e muitos outros. Ainda assim, entrega um filme de terror, nada que possa ser lembrado, mas possível de ser assistido. Vale o ingresso somente para os fãs do gênero e de preferência, pouco exigentes. A indicação etária é para maiores de 16 anos.
A última estreia nos cinemas em Nova Friburgo nesta semana é O Porteiro. Adaptado da peça de mesmo nome protagonizado pelo mesmo ator Alexandre Lino, o filme trabalha o microuniverso que existe em condomínios e prédios que reúnem pessoas das mais diversas convivendo em um espaço comum em que o porteiro passa a ser uma ponte tanto funcional, como até emocional. É um prato feito para a comédia que não liga em usar clichês e estereótipos para através desse universo, debater as diferenças e preconceitos. O enredo é sobre um porteiro atrapalhado que se envolve nas mais diversas situações até que ocorre um assalto em que ele é visto como um possível suspeito. É a típica comédia de enquetes, muitas delas com piadas conhecidas, mas o forte mesmo está na qualidade do elenco que além de Alexandre Lino, conta com nomes como Cacau Protásio, Maurício Manfrini, Heitor Martinez, Aline Riscado, Suely Franco entre muitos outros, contando com a participação inusitada do lutador José Aldo. Esse é um tema que sempre rende e o filme entrega o que se propõe, situações engraçadas e um pouco do drama de ser um porteiro que participa da vida de tantas pessoas, mas que existe um ser humano ali, que tem uma família, tem sonhos e está dando o seu melhor todos os dias. Boa diversão e vale sim o ingresso. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para Finch. Disponível na plataforma da Apple TV+ e estrelado por Tom Hanks, o filme mostra um cenário pós-apocalíptico em que um homem tenta sobreviver com um cachorro e um robô após um desastre mundial que acabou com a civilização. É um filme que pode não agradar a todos, mas vale principalmente pelas reflexões.









