Libertando a expressão do Self
Os grupos de movimentos são intervenções terapêuticas não verbais, realizadas por um terapeuta corporal habilitado, que utilizam o corpo como o campo de expressão emocional e pessoal. Suas técnicas e métodos advém da Bioenergética, fundamentada na teoria de Wilhelmi Reich, que assevera que as tensões musculares são em verdade o congelamento de tensões emocionais não expressas.
Aplicadas em grupos específicos, através de várias técnicas que envolvem exercícios físicos, movimentos de dança, expressões corpóreas não verbais; assim como outras atividades como dinâmicas de grupo, relato de histórias e desenvolvimento da escuta; esses movimentos e sequências de exercícios aplicados visam oferecer um método de alívio da pressão interna e de autoconhecimento, onde o indivíduo, ao perceber onde estão localizadas suas tensões musculares, também tem acesso aos seus medos, anseios, emoções e memórias encouraçadas nos músculos, podendo realizar uma catarse deste conteúdo, que também se expressa de forma inconsciente em sua postura corporal e na sua respiração.
Paralelamente a este benefício de liberação emocional e da própria expressão do eu, o indivíduo também alcança maior bem-estar, proporcionado pelo aumento da vitalidade, pela melhora postural, e também pela oportunidade de conhecer-se, desinibir-se e aprimorar suas relações interpessoais. Ao liberar o fluxo energético através dessa atividades, o grupo de movimento se volta para a transcendência do ser, trabalhando as trocas nos relacionamentos, onde são experimentadas novas formas de percepção e integração entre o eu e o outro, podendo auxiliar inclusive em benefício da melhor expressão da sexualidade.
Por ocorrerem em grupo, as atividades acabam por construir uma rede segura e de saudável de troca afetiva. É um trabalho tanto preventivo quanto psicoprofilático, que tem tido boas respostas, sendo sobretudo aplicados em grupo de terceira idade, em grupos de gestantes e em grupos de pacientes psiquiátricos, e vem se estendendo à área da educação, envolvendo tanto os grupos de professores da rede pública, quanto crianças e adolescentes. Os grupos de movimentos ocorrem tanto em instituições particulares como em instâncias públicas, inclusive através do Sus, incorporado às PICs, como terapia complementar aos tratamentos de saúde na atenção básica.
Vale ressaltar a importância de serem realizados grupos de movimentos entre adolescentes e crianças. Além de possibilitar a melhora cognitiva e no processo de aprendizagem intelectual e emocional, possibilitam a interação psicossocial, dissolvendo as couraças musculares já criadas desde a infância como produto das frustrações e traumas vivenciados. Os grupos de movimento podem então proporcionar um excelente campo de expressão intelectual e emocional, restabelecendo a conexão entre mente e corpo, em qualquer faixa de idade ou situação de vida, gerando aproximação afetiva, ampliação da autoestima, maior compreensão de si mesmo e do outro, facilitando a relação com as diferenças e promovendo novas maneira de lidar com as circunstâncias da vida.