Spinelli S/A – O orgulho friburguense – Um retorno aos anos 40 (parte VII)

05/02/2015 20:58:32
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O dia 14 de agosto de 1942 foi uma data especial, marcando época, em Nova Friburgo. Não se falava em outra coisa: “a festa da cumeeira” do Edifício Spinelli, o primeiro de Nova Friburgo. Os convites foram enviados às autoridades municipais e às pessoas de destaque da sociedade local, pelo Sr. Augusto Luiz Spinelli, Presidente da firma.

Não era, ainda, a inauguração definitiva. A “festa da cumeeira”, muito comum, na época, marcava uma etapa importante, no período da construção de um prédio, quando era atingida a parte mais alta do telhado, onde era colocado um arbusto ou um galho de árvore. O proprietário convidava os pedreiros da obra e pessoas amigas, para participarem de uma feijoada.

O Edifício Spinelli foi o grande marco na construção civil em nosso município. Havia, nos vários andares, salas para escritórios da empresa e consultórios médicos e dentários para alugar. Os apartamentos residenciais foram destinados aos membros da família Spinelli. No térreo, a grande loja de móveis (em sua maioria, fabricados na Serraria e Marcenaria Spinelli), rádios, vitrolas e seus acessórios, artigos finos para presente, bicicletas, fogões, motores e artigos elétricos, material de construção,etc. Todos os anos, na época do Natal, numa de suas amplas vitrines, era armado um belo e artístico presépio, que atraía a atenção de adultos e crianças, despertando-lhes um forte sentimento de religiosidade.

Ainda, na parte térrea, foi instalado o posto de gasolina “Caçulinha”, que deveria chamar-se “Primogênito”, por ser o primeiro da cidade.

Até então, existiam bombas manuais espalhadas no centro. Duas em nossa praça principal: uma no final, nas proximidades do “Bar do Cunha”, hoje, “Casarão de Minas”, e outra, no início, em frente ao “Armazém Aurora”, atual Drogaria Pacheco. Havia também, uma bomba, na calçada da firma “ Amélio & Irmãos”, atual “Shopping Cadima”. As oficinas mecânicas começavam a se instalar. Os mecânicos atendiam a domicílio, e para que o seu trabalho pudesse ser executado, as garagens das casas eram dotadas de fosso (uma espécie de piscina seca, com escada, sob o carro).

Por ocasião da passagem do ano, a firma “Spinelli S/A” ofertava, aos seus amigos e clientes, agendas, caderninhos de endereços, réguas, caixinhas para cartões de visita e outros brindes.

Sob a razão social “Spinelli S/A”- Indústria, Comércio e Agropecuária, se escondiam múltiplas atividades: carpintaria, marcenaria, serralheria, artefatos de cimento, construção e pintura de imóveis, terraplanagem, criação de gado “Guernsey”, leite, vinho “ Granjinelli”, mudas de plantas frutíferas, adubos, sementes e produtos veterinários.

A “Transportadora Spinelli Ltda.” de longa data, já possuía caminhões de transporte que faziam o percurso Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, para chegar ao Rio de Janeiro e vice-versa, numa época em que não existia a estrada de rodagem Rio -Friburgo.

A primeira concessão da linha de ônibus Friburgo para Niterói e, no futuro, para o Rio, seria da “Viação Friburguense” dos “ Spinelli” e, algum tempo depois, “ Spinelli/Chevrand”.

A colaboração da firma Spinelli no desenvolvimento comercial de Nova Friburgo, teve início no final do Século XIX – quando aqui se estabeleceu o patriarca da família, o italiano Luiz Spinelli – permanecendo até final dos anos 70, do Século XX.

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