Desde Ícaro (mitologia grega), na Antiguidade, o ser humano sempre desejou e tentou, exaustivamente, ser como as aves, voar pelos céus, até Santos Dumont dar asas à humanidade.
Em nossa cidade, o fascínio pela aviação teve o seu apogeu nas décadas de 1950 e 1960, quando tivemos um improvisado aeroporto que ia da Estação de Cargas (hoje, Polícia Militar) à Agência Frivel, numa extensão de um quilômetro e pouco, aproximadamente. A sua largura não era modesta, pois se estendia até a margem do Rio Bengalas (não havia a Av. Costa e Silva). Aos domingos, era grande o movimento de monomotores, popularmente, chamados de “teco-tecos”, que sobrevoavam a cidade, com passageiros desejosos de apreciar belas paisagens aéreas. Em certas ocasiões, havia a exibição de paraquedistas, atraindo um grande número de expectadores.
Ao mesmo tempo, grande era o movimento dos apreciadores do aeromodelismo. Muitas crianças acompanhadas de seus pais, nas manhãs de domingo, se reuniam num campinho, onde se encontra a sede do SENAI, atualmente, para a prática deste “hobby”. Tal atividade só era interrompida quando algum circo, que passava pela cidade, era armado no local, como o Olimecha, o Apolo, o Garcia, o Norte-Americano.
Um fato relacionado à aviação, ocorrido ao entardecer do dia 10 de agosto de 1958, domingo (há 64 anos), deixaria os friburguenses sensibilizados, por muito tempo.
Um avião passou a sobrevoar muito baixo a nossa cidade. A tarde declinava, escurecia e a aeronave continuava a dar voltas, demonstrando estar com algum problema, e seu piloto a procura de um local para pousar.
Foi quando, não se sabe como, os motoristas de carros, caminhões, caminhonetes se mobilizaram e se dirigiram ao nosso campo de aviação, se posicionando em torno dele, com os faróis ligados, iluminando a pista. E a pequena aeronave, um avião da FAB, aterrissou com total segurança. A alegria tomou conta dos responsáveis pela bem-sucedida operação, que festejavam com um buzinaço e o piscar dos faróis.
Após tamanha epopeia, o segundo-tenente Newton Bezerra, emocionado e muito agradecido, passou a noite no Sanatório Naval. Teria conseguido dormir? Se dormiu, seu sono foi tranquilo ou repleto de pesadelos?
O importante é que houve um final feliz.







