Um novo estudo da Universidade da East Anglia, no Reino Unido, concluiu que, quando as oportunidades econômicas diminuem em um país, os homens começam a malhar para se tornarem mais atraentes.
A lógica é a da auto-afirmacão. Se as coisas não vão bem, e é difícil ganhar muito dinheiro ou se destacar por meios “intelectuais”, resta aos homens se matricular na academia para ganhar destaque.
A pesquisa concluiu que, desde a crise britânica, houve um aumento nas fotos de perfil que mostravam um corpo malhado nas redes sociais. Ou seja, a crise aumentou os saradões no Face.
Os autores do estudo chamaram esse fenômeno de um aumento no “espornô” – mistura de esportes com pornografia, a definicão dessas imagens.
“Um dos aspectos mais interessantes da pesquisa é essa mudança de poder de um segmento da sociedade, que sempre se definiu por meio de sua mente, ao mesmo tempo em que definia aqueles que subordinava – as mulheres, os pobres e as camadas populares – por meio de seus corpos”, concluiu o autor Jamie Hakim. Em outras palavras, pela primeira vez, as elites estão mais preocupadas com a aparência – exatamente a maneira como eram valorizados os setores menos favorecidos da sociedade (as mulheres, os gays e os mais pobres). Durante uma crise, o dinheiro não diferencia mais ninguém.
Uma pesquisa diferente mostrou que, no próprio Reino Unido, a venda de suplementos alimentares – aqueles usados para ganhar massa muscular – aumentaram em 40% nos últimos 2 anos, de acordo com balanços feitos nas 10 maiores redes de supermercado inglesas. O negócio está feio. Ou bonito. Ou mais bonito, pelo menos.
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