Sérgio Cabral disse, em depoimento nesta terça, 26/2, que resolveu revelar o esquema de corrupção que operou em seu governo para ficar bem consigo mesmo. Depois de dois anos e três meses preso, o ex-governador afirmou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, que é um homem muito mais aliviado.
O emedebista fez uma autocrítica por ter protagonizado os episódios de corrupção que confessou ao Ministério Público Federal em 21 de fevereiro e falou de ser supostamente viciado em dinheiro. “Esse foi o meu erro de postura, de apego ao dinheiro, ao poder. Isso é um vício”, afirmou. Ele disse ainda que o dinheiro de propina que os doleiros Renato e Marcelo Chebar disseram ter lavado era realmente seu. “Participei da propina, sim. O dinheiro dos irmãos Chebar era meu dinheiro, sim”.
Sérgio Cabral declarou também que também são verdadeiras “99%” das declarações feitas à Justiça por Carlos Miranda, apontado como seu “homem da mala”. Miranda revelou que fez várias operações de recebimento e distribuição de propina, em dinheiro vivo, por ordem do então governador.
O emedebista afirmou que o ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB), preso no fim do ano passado, também recebeu propina quando era seu vice-governador e como seu secretário de Obras. “Ele trouxe com ele o Hudson Braga, que era “braço direito” dele e, sim, também existia a taxa de oxigênio. Para o Pezão, eram cerca de R$ 150 mil por mês”.