Friburgo: 151ª DP abre inquérito e indicia mulher por suposto racismo e homofobia dentro de igreja

02/08/2021 21:38:18
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A dita pregadora religiosa (e) responderá a processo criminal diz o delegado Henrique Pessoa

MATÉRIA ATUALIZADA

O delegado titular da 151ª DP (Nova Friburgo), Henrique Pessoa, divulgou nesta segunda-feira, 2/8, que abriu inquérito policial para investigar um vídeo postado nas redes sociais durante o final de semana, onde uma mulher – integrante da Igreja Sara Nossa Terra – fez um discurso com teor claramente “racista e homofóbico” em pregação, destacou o policial. A pregadora será indiciada em processo a ser encaminhado ao Ministério Público.


“De tal modo que a pena é de 3 a 5 anos com circunstâncias qualificadoras por ter sido feita em mídias sociais e através da imprensa. Já foi instaurado inquérito policial pelo crime de intolerância racial e homofóbica, de acordo com a recente previsão do STF”, destacou o delegado. “O crime está configurado e ela será indiciada”, acentuou Henrique Pessoa, que irá intimar a acusada para ser ouvida na 151ª DP.


O vídeo publicado pela mulher com falas racistas e homofóbicas era dirigido a fiéis: “É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira”, vociferou.


Não satisfeita, a pregadora ainda acrescentou no referido vídeo: “Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!”.

APÓS REPERCUSSÃO, PEDIDO DE DESCULPAS


Karla Cordeiro, apontada como a mulher que utilizou frases racistas e homofóbicas em palestra na Igreja Sara Nossa Serra, emitiu “nota de retratação” nas redes sociais após a grande repercussão do caso.


A pregadora disse que foi descuidada com as palavras e pediu desculpas. Ela disse que não tem nenhum preconceito contra pessoas de outras raças e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da dela.


“Fui descuidada na forma que falei e estou aqui pedindo desculpas”, frisou, acrescentando que as palavras utilizadas não expressam a opinião de seu pastor e nem da igreja.

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