CRIME BÁRBARO DENTRO DA CASA DA FAMÍLIA ACONTECEU EM 2021 E TEVE REPERCUSSÃO NACIONAL –
A 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, na Região Serrana do Estado do Rio, decidiu levar a júri popular o tabelião Ricardo Pinheiro Jucá Vasconcelos. A data do júri popular, por enquanto, ainda não está marcada.
Ele é acusado de matar a tiros a esposa grávida de seis meses, a juíza de paz Nahaty Gomes de Mello, de 33 anos, a sogra Rosemary Gomes de Mello, 67, e o sogro Wellington Braga, 75.
Os crimes ocorreram na noite do dia 13 de agosto de 2021, dentro da casa da família, no Cônego, bairro nobre da Zona Sul da cidade. O crime teve repercussão nacional.
A mulher grávida e a sogra morreram na hora. O sogro ficou internado durante 19 dias, mas não resistiu aos ferimentos.
O tabelião, que foi preso em flagrante, responde à ação penal pela prática de dois feminicídios e um homicídio qualificados (praticados mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas), e também por ter provocado aborto do filho que a esposa esperava.
A defesa do tabelião alegou que ele sofre de uma doença psiquiátrica e estava “em surto” no momento da tragédia. Mas a juíza Simone Dalila Nacif Lopes julgou improcedente o incidente de insanidade, decidindo afastar os dois laudos periciais que atestavam a incapacidade do réu de responder pelos seus atos.
Segundo a decisão, os laudos limitaram-se a tomar por base exclusivamente a narrativa do réu, sem abordar o depoimento do psiquiatra que o atendeu nos dias antecedentes, os depoimentos dos policiais que com ele tiveram contato imediato após o fato, nem a inexistência de exame laboratorial que evidenciasse a presença no organismo de medicamentos aptos a causarem os alegados e não provados sintomas psicóticos.
A juíza decidiu ainda manter a prisão preventiva do acusado para garantir a ordem pública, a instrução criminal, bem como a aplicação da lei penal, em caso de eventual condenação futura, além de impedir a fuga do mesmo, considerado pessoa de alto poder aquisitivo.