O friburguense e líder comunitário Sandro Schottz, membro da diretoria e grupo gestor da Associação de Moradores do Córrego Dantas acaba de retornar de viagem à Bolívia. Ele compôs a delegação brasileira que participou do Encontro Mundial de Movimentos Populares, ocorrido entre os dias 7 e 9 de julho, em Santa Cruz de La Sierra.
O encontro reuniu representantes de movimentos de mais de 40 países. “Era grande a variedade cultural e étnica, mas todos com um propósito único, discutir questões referentes às lutas pelo direito à terra, teto e trabalho”, explicou Sandro Schottz.
Nos dias 7 e 8, ocorreu a exposição de inúmeras experiências e opiniões de lideranças de diversos movimentos, além das falas do cardeal católico ganês e presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz no Vaticano Peter Turkson e do presidente boliviano Evo Morales.
Na sequência, foram constituídos grupos de trabalhos, divididos entre os três temas em discussão, para produzir o conteúdo que constou na Carta de Santa Cruz.
No último dia do encontro, os participantes foram recebidos pelo Papa Francisco, que estava em visita oficial ao país, uma semana após ter publicado a encíclica Laudato Si´, importante documento dirigido não só aos católicos, mas à toda a humanidade e que fala, de modo contundente, sobre o cuidado que devemos ter com nossa casa comum, o Planeta Terra.
Segundo o friburguense, o Papa Francisco impressionou e entusiasmou à todos, leigos, ateus e religiosos de diversas denominações, com seu discurso incisivo, questionando “a lógica do lucro à qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”, chamando o capitalismo de “ditadura sutil” e conclamando os movimentos sociais a realizarem três grandes tarefas: “colocar a economia a serviço dos povos”, “unir nossos povos no caminho da paz e da justiça” e defender “a mãe Terra”.
O Papa Francisco, com a mansidão de sua fala e a força de suas palavras, consolida sua posição como uma das mais importantes lideranças mundiais dos países periféricos e dos povos excluídos, propondo mudanças estruturais na economia planetária, uma revolução cultural e a conversão ecológica na perspectiva de uma ecologia integral.