Depois de perder a barraca, adolescente de 15 anos que fugiu de Nova Friburgo três vezes passou a “morar” com vizinhos que o levaram para dentro de casa; agora ele está voltando para reencontrar a mãe que, atualmente, mora em Cachoeiras de Macacu.
No final de outubro, ele fugiu de casa e pegou carona para São Paulo pela terceira vez. O destino, o mesmo: a rua Doutor Veiga Filho, em Higienópolis, bairro nobre da zona oeste. Desde então, seu “endereço” mudou bastante: morou na sua já conhecida árvore – fato que lhe rendeu o apelido de ‘menino-passarinho’ – e, quando as chuvas vieram, ganhou uma barraca dos moradores de um edifício colado ao shopping; teve a barraca atacada com creolina, e acabou ganhando uma nova barraca.
Em novembro, porém, o adolescente que tem a idade mental de uma criança e é hiperativo perdeu sua segunda morada. O estudante que havia emprestado a barraca não gostou de saber que o garoto tinha levado pessoas para dentro de “casa” na noite anterior. Os quatro jovens, que se disseram interessados pela sua história e foram recebidos por ele, acabaram roubando cerca de R$ 300 do garoto, dinheiro que ele ganhava de moradores, amigos e curiosos dispostos a ajudá-lo.
Depois desse episódio, surgiu então a ideia de acolhimento informal: um grupo de seis pessoas – moradores de Higienópolis e Campos Elíseos – se mobilizou e criou uma espécie de rodízio para recebê-lo, cada dia em uma casa.
Depois de algumas semanas de acolhimento, o jovem manifestou desejo de voltar para a mãe. Até então, ele dizia que queria ser adotado e, devido a denúncias de maus tratos no passado, já existe até mesmo um processo de destituição do poder familiar correndo no Conselho Tutelar de Nova Friburgo.
Com a expectativa do reencontro, o grupo tenta orientar a mãe, que tem 38 anos e outros quatro filhos mais velhos, para que ela possa recebê-lo da melhor forma possível.