ALESSANDRA VAZ E DANIELA MOUSINHO MORRERAM EM 2019 –
MATÉRIA CORRIGIDA E ATUALIZADA
Por Leonardo Libanio, g1 – Nova Friburgo –
Dois anos após um crime que chocou Nova Friburgo, a Justiça definiu que Rodrigo Alves Marotti, denunciado por trancar a ex-companheira Alessandra Vaz e a amiga dela, Daniela Mousinho, em um banheiro e atear fogo no imóvel, vai a julgamento no Tribunal do Júri.
CORREÇÃO – O g1 errou ao informar que a Justiça marcou uma data para o julgamento. Na verdade, a Justiça definiu que vai levar o denunciado a julgamento no plenário do Tribunal do Júri.
O crime aconteceu em outubro de 2019. A Justiça decidiu que o processo corre em segredo de Justiça.
Daniela Mousinho da Silveira, de 47 anos, morreu dois dias depois do crime no Hospital Estadual Melchiades Calazans, em Nilópolis. Alessandra, que teve 80% do corpo queimado, ficou internada em estado grave até o dia 11 de outubro de 2019, quando não resistiu aos ferimentos.
O g1 conversou com Andresa Vaz, irmã de Alessandra; e com Luiza Mousinho, filha de Daniela. As duas esperam que a pena de Rodrigo seja a mais rigorosa e que ele pague pelos crimes.
“A gente precisa desse julgamento para que esse ciclo se encerre, a dor já é penosa o suficiente pra gente carregar após a partida dela. A gente espera que quando a justiça for feita que seja feita no rigor, que ele pegue pena máxima, que seja o máximo possível porque o que ele fez, por mais que ele fique o resto da vida dele preso, não vai trazer nossa irmã de volta”, disse Andresa Vaz.
“A gente não pode deixar que um crime dessa proporcionalidade, dessa barbárie, perdure por tanto tempo sem uma resolução. Eu peço que outras mulheres olhem para esse caso e percebam que isso poderia ter acontecido com qualquer uma de nós, não foi um caso isolado homens fazem isso todos os dias”, disse Luiza Mousinho, filha de Daniela.
Emocionada, Luiza ainda falou sobre a saudade que sente da mãe e disse o quanto é ruim querer ligar, conversar e sentir o abraço da mãe novamente e não poder.
” Eu só tenho 21 anos de idade e minha mãe foi arrancada de mim quando eu tinha 19. Não é justo que eu tenha que viver a minha vida sem a minha mãe”, completou Luiza.
O caso foi investigado pela delegada Mariana Thomé, da DEAM de Nova Friburgo. O g1 procurou a delegada que disse que Rodrigo não demonstrou arrependimento durante o depoimento, estava sem sentimento, e indiferente.
“Chamou a atenção no relato do autor a sua frieza e clara percepção que o fato de colocar o colchão em chamas na porta do banheiro onde as vítimas estavam trancadas, as impediriam de sair e acarretaria a morte delas,” disse a delegada.