ELE DISCUTIU PARCERIA COM O GOVERNO FEDERAL –
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 29/9, que o Rio de Janeiro virou “refúgio para criminosos de outros estados”. A declaração foi feita após uma reunião com representantes do governo federal para definir ações de segurança no RJ.
“Nós temos a total consciência de que, por uma má interpretação da questão da ADPF, o Rio de Janeiro acabou virando um local de refúgio de criminosos de outros estados”, destacou.
A ADPF a que Cláudio Castro se referiu é a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, mais conhecida como ADPF das Favelas, em resposta à qual o Supremo Tribunal Federal (STF) restringiu as operações policiais em comunidades durante a pandemia de Covid.
COMITÊ DAS INTELIGÊNCIAS
O governador também falou que haverá um grupo reunindo “Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e subsidiados pela administração penitenciária federal e estadual”.
“Nós estamos criando um comitê permanente e integrado, que vai ter como base o CICC, para que as inteligências possam trocar as informações e ver os melhores caminhos a tomar”, explicou.
PROGRAMA NACIONAL
Presente à reunião com Castro, Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, adiantou que na próxima segunda-feira, 2/10, o ministro Flávio Dino vai lançar “um programa nacional de enfrentamento às organizações criminosas”.
“Essa é uma questão interfederativa, onde o governo federal vai atuar fortalecendo a presença nos portos, nos aeroportos, nas fronteiras. É a missão central nossa, mais em perfeita harmonia com os estados”, explicou.
“Se o crime está cada vez mais organizado e estruturado no país, o poder público precisa estar também cada vez mais integrado para combatê-lo. É um desafio nacional”, emendou.
Cappelli afirmou que o apoio ao Rio será “harmônico e integrado” e disse ainda que “o poder público precisa estar mais unido”.
“Treinamento de guerrilha urbana à luz do dia, criminosos andando com fuzis .50 à luz do dia, isso não é aceitável em nenhum lugar do mundo. Vamos atuar com inteligência, com proporcionalidade, respeitando a APDF (635), sem nenhuma ação pirotécnica ou espetacular. Inteligência, mínimo de efeito colateral possível, para devolver o território para aquelas 140 mil pessoas que moram ali”, destacou.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça disse ainda que a Força Nacional passará por um treinamento padrão em Brasília, mas que incursões no Complexo da Maré (zona norte do Rio) serão a cargo das forças estaduais. Os agentes federais atuarão na retaguarda.