Colégio Anchieta tem novo reitor

09/09/2014 17:33:01
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Texto: Márcia Savino / Foto: Adriano Guebel

Com o falecimento do estimado Padre Guy Ruffier, o Colégio Anchieta passa a ter como reitor e diretor geral o Padre Luiz Antonio de Araújo Monnerat, de 61 anos, cuja história está ligada ao colégio e a Nova Friburgo. Conhecido no Colégio Santo Inácio como Padre Monnerat, tem uma longa trajetória ligada à Educação, tendo começado seu caminho como professor da rede pública e do Colégio Anchieta, onde foi professor de matemática e coordenador de série. Foi também no colégio em Nova Friburgo, onde já está sendo chamado de Padre Toninho, que decidiu responder ao chamado para seguir a vida religiosa na Companhia de Jesus.
Com a constituição de uma só província no Brasil a partir de 2015, a Companhia de Jesus está fazendo transformações na área educacional básica e reformulando o modo de gestão dos colégios. Reitor do Colégio Santo Inácio desde 2011, Padre Toninho não deixará os seus compromissos com o colégio do Rio, mas desde julho já acumula a função com o cargo de reitor e diretor geral do Colégio Anchieta. Para isso, começa a compatibilizar sua agenda e presença em Nova Friburgo com a regularidade que as responsabilidades exigem. Ele confessa estar entusiasmado com o novo desafio.
“Já participei das primeiras reuniões de diretoria e me senti muito bem retornando a esse colégio que me traz recordações de alguns dos anos mais felizes da minha vida. Todas estas paredes, salas, pátios estão marcados afetivamente. Por isso me sinto muito motivado em dar o melhor de mim para o crescimento do Colégio Anchieta e, assim, continuar prestando um serviço à sociedade de Nova Friburgo para o qual os jesuítas sempre tiveram empenhados desde a fundação do Colégio, em 1886. Além do mais, esta experiência de direção corporativa deverá ser acompanhada e avaliada para ser aplicada a outros colégios da Rede Jesuíta de Educação”, declarou ele.
INTESA FORMAÇÃO – Nascido em Cordeiro-RJ, no seio de uma tradicional família católica de imigrantes suíços, Padre Toninho estudou no Cêfel, em Nova Friburgo, e se formou em Matemática pela Faculdade Santa Dorotéia. Durante estes estudos trabalhou como office-boy na antiga fábrica de platinados, Platinac. Foi professor de Física na rede pública até que, em 1976, convidado pelo Pe. Raul Paiva SJ, foi trabalhar no Colégio Anchieta.
Em sua intensa vida eclesiástica, Padre Toninho morou em vários lugares. Fez o noviciado em Campinas-SP, viveu junto à população mais pobre na periferia de João Pessoa-PB, passou por Belo Horizonte-MG e São Paulo-SP, e estudou Teologia em Roma, onde ficou por três anos. Voltou à capital mineira para o mestrado, ordenou-se sacerdote em 1988 e partiu para sete meses de estudos na Universidade de Salamanca, na Espanha. De volta ao Brasil, trabalhou 12 anos em Campinas, desta vez, como mestre de noviços, preparando jovens vocacionados à vida religiosa da Companhia de Jesus. Em 2005tirou um semestre sabático em Roma, para estudar temas de seu interesse e, em 2009,foi destinado para dirigir o Colégio Loyola de Belo Horizonte, onde passou cerca de dois anos e meio.
“Esse momento em Belo Horizonte foi a minha volta aos colégios. Não esperava isto para a minha vida. Quando entrei na Companhia de Jesus queria trabalhar com índios, como missionário. Depois quis ser padre operário, por influência da Teologia da Libertação. Tive experiências riquíssimas em todos os lugares por onde passei”, afirma ele, satisfeito com os caminhos trilhados.
NOVOS HORIZONTES – Fazendo parte da Rede Jesuíta de Educação, o Colégio Anchieta está naturalmente integrado a uma grande rede de educação e a proximidade com o Colégio Santo Inácio, no Rio, deverá trazer benefícios adicionais. É justamente a proximidade que entre Rio e Friburgo que está permitindo que essa experiência aconteça. A perspectiva é que a estadia do Padre Toninho na cidade se intensifique progressivamente, culminando em uma presença mais intensa e regular no início do próximo ano.
“Num mundo cada vez mais globalizado, em que todos os limites culturais, geográficos, linguísticos, etc vão sendo superados e onde as famílias são cada vez menores, a escola passa a ser, hoje em dia, o único espaço que restou para que as crianças aprendam a conviver com as diferenças e serem felizes. A qualificação deste processo de socialização tem sido um foco constante nas reflexões pedagógicas da Companhia de Jesus. Não se trata mais só de excelência acadêmica, mas de uma excelência na formação do caráter da criança, a partir de valores e princípios cristãos de solidariedade, fraternidade, tolerância etc, levando-a a valorizar e acolher sua diferença, ao mesmo tempo em que, acolhe os que lhes são diferentes. Assim, amadurece preparada para viver num mundo plural, globalizado, onde deverá atuar como protagonista na construção de uma sociedade cada vez mais humana e humanizante”, afirma o novo reitor.

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