A Unidos da Tijuca, escola que vai fechar os desfiles do Carnaval 2015, lançou a sinopse do enredo para o carnaval 2015. O Pavão da Tijuca virá com o enredo “Um conto marcado no tempo – O olhar Suíço de Clóvis Bornay”, que será desenvolvido pelo Departamento de Carnaval da agremiação formado por Carlos Carvalho, Anikk Salmon, Hélcio Paim, Marcus Paulo e o carnavalesco Mauro Quintaes.
O presidente da escola, Fernando Horta, acredita que a Tijuca acertou no tema e espera que os compositores tenham bastante inspiração para fazer um samba campeão.
“Estou satisfeito com o enredo e já começamos a desenvolver o Carnaval. Se a escola tiver um bom samba, o resto pode deixar comigo porque a escola fará um grande carnaval. Como dizia Joãosinho Trinta, quem gosta de pobreza é intelectual. Pobre gosta é de luxo”, disse Fernando.
Com apoio logístico da Embaixada e Governo da Suíça, a Tijuca vai buscar novas parcerias além das que já conquistou ao longo dos anos. O enredo terá o friburguense Clóvis Bornay como condutor, recontando as histórias de seu pai, imigrante suíço, posteriormente joalheiro residente em Nova Friburgo, e falará sobre castelos, dragões, florestas, paisagens, lendas e histórias como a de Guilherme Tell. E, é claro, relógios suíços, já que o tempo faz parte da história.
QUEM FOI CLÓVIS BORNAY
Ícone dos carnavais cariocas, o museólogo Clóvis Bornay foi o criador do tradicional Baile de Gala do Theatro Municipal, e dedicou 77 anos de sua vida a maior festa popular da terra.
Nascido em Nova Friburgo em 1916, Clóvis encontrou no carnaval sua grande paixão. Começou sua carreira em 1937, quando idealizou os concursos de fantasias, inspirado nos modelos dos bailes de Veneza. Ainda nesse ano estreou nas passarelas com sua fantasia intitulada “Príncipe Hindu” e ganhou o primeiro lugar. Outras criações do friburguense inspiraram o Brasil e o mundo, seja em estilo, criatividade ou mesmo na riqueza de detalhes que acabaram por se transformar em tendências, em fantasias campeoníssimas como Príncipe Alican, Pavão Misterioso, Dalai Lama, Cometa Halley, Drácula, Azul e Preto e Sol da Meia Noite.
A dedicação e a paixão pelo carnaval levou Clóvis Bornay a receber inúmeros prêmios, para depois ser considerado hors concours em grande parte dos concursos de fantasias de que participou. Bornay tem o mérito de ter sido o responsável pela introdução da figura de destaque nos desfiles das escolas de samba e, desde então, sempre fez questão de participar pessoalmente das apresentações na avenida com as fantasias luxuosas que fizeram dele um dos mais importantes representantes da cultura brasileira.
No carnaval de rua, foi carnavalesco das escolas de samba Salgueiro em 1966, Portela em 1969 e 1970 e da Mocidade em 1972 e 1973. Com a Portela ganhou o campeonato de 1970 com o enredo “Lendas e mistérios da Amazônia”. Foi jurado de figuras importantes na TV, como Chacrinha e Silvio Santos.
Bornay esteve em Nova Friburgo por diversas vezes a convite do então prefeito Paulo Azevedo e influenciou sobremaneira na realização dos Concursos de Fantasias promovidos por Arnaldo Montel e Belino Mello e que tiveram lugar em Nova Friburgo transmitidos pela Rede Manchete e Bandeirantes, no final dos anos 80 e 90.